EM MARCHA O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS



REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo  24 Apocalipse: A revelação da Eternidade
Texto bíblico: Apocalipse 21.1-5
A preocupação com a vida futura sempre foi um tema trabalhado na Igreja. Nosso hinário, por exemplo, possui muitos hinos sobre o assunto. Contudo, hoje as coisas estão um pouco mudadas. Em alguns ambientes, falar da nossa expectativa pela vida eterna pode parecer
antiquado. Mas, em meio à nossa ação missionária, não podemos perder a perspectiva da Eternidade, caso contrário seremos “os mais infelizes de todos os homens, se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida”
(1 Coríntios 15.19).
Fundamento bíblico
A palavra Apocalipse significa revelação (tirar o véu) de algo que está escondido. Chamamos de literatura apocalíptica a que foi produzida, de um modo geral, em tempos de grande tribulação, que atingiu toda a comunidade e a nação. Sua finalidade específica era apresentar uma
mensagem de encorajamento ao povo em sofrimento. Outros livros na Bíblia apontam em seu conteúdo o gênero apocalíptico, como é o caso de Joel 1.15; 2.1-11; 3.1-4; 4.2; Isaías 34 – 35; Isaías 24.27; Zacarias 9 – 14; Daniel; 1Tessalonicenses 4.15-17; 2 Tessalonicenses 2.1-12; Marcos 13; Mateus 24 – 25; Lucas 21; Apocalipse de João e outros textos.

O livro de Apocalipse surge em tempo de opressão e perseguição do Império Romano ao povo
de Deus. Neste contexto, o livro apresenta a promessa de que: Deus se “revelaria” a seu tempo,
com todo seu poder e graça. Diferente do que as pessoas pensam, não há nada de terror neste
livro, pelo contrário, ele é escrito para revelar as Boas-novas que apontam para uma vida eterna
abundante, isso animava o povo a perseverar. A sua linguagem figurada foi uma forma de proteger as pessoas cristãs diante das perseguições da época.
Em Apocalipse é possível ver o Deus Libertador que agiu no Egito e que também libertaria
o povo do Império Romano, o Deus que de forma justa julgaria o povo. Ao final o julgamento,
luz vence as trevas, há o renovo da Aliança e o estabelecimento da Cidade de Deus onde as pessoas não precisam se esconder, viverão em liberdade, em alegria eterna.
A visão que abre o Apocalipse é a do Cristo ressuscitado
(Apocalipse 1.9-20), ele é a fonte de
vida eterna e, para falar sobre este tema, o melhor caminho é tomar como referencial o discurso das testemunhas do momento em que a própria Eternidade veio habitar no tempo, ou seja, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós
(João 1.14). João testemunhou e, seguindo a ordem divina, escreveu sobre isso. É para a Eternidade que o capítulo 21 aponta.
Neste capítulo há uma descrição da vida eterna marcada pela ausência das perseguições. Para o
autor do Apocalipse, chegará o tempo em que “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem
pranto, nem dor...”
(Apocalipse 21.4). Vejamos como esse capítulo nos apresenta a vitória da vida eterna.
Apocalipse 21.1: o anúncio de um novo tempo: um novo céu e uma nova terra, agora sem o mar. O mar na linguagem bíblica representa o caos primitivo
(Gênesis 1.1-2). O caos acabará com esse novo tempo.
Apocalipse 21.2: o novo tempo vem do céu, é a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que presentada como noiva. Uma imagem que se encontra no Antigo Testamento em
Isaías 54.1-7 que anuncia a
restauração de Jerusalém. A imagem de Jerusalém como noiva também pode ser vida em
Isaías 62.1-12.
Apocalipse 21.3: O tabernáculo era uma espécie de tenda da congregação, que remete ao tempo
do Êxodo. Na tenda “falava o Senhor a Moisés, como qualquer fala ao seu amigo”
(Êxodo 33.11).
A tenda marcava o lugar de reunião do povo com seu Deus, nela
estava a Arca da Aliança que acompanhou o povo na trajetória do deserto. Deus descerá mais
uma vez e habitará perpetuamente com seu povo. Na relação entre Deus e o seu povo já não há
lugar para rebeldia ou adultério, mas será uma relação respeitosa e eterna de comunhão
(Ezequiel 36.28;37.26-27).
Apocalipse 21.4-5: a novidade eterna chegou. O Deus Consolador se manifestou em sua expressão máxima: Deus enxugará toda lágrima
(Isaías 25.8-9). O próprio Deus se manifesta anunciando e determinando o tempo novo.
Num tempo de perseguição e descrença ele afirma que a sua Palavra é fiel, verdadeira e eterna,
pois Ele é o princípio e o fim, o alfa e ômega
(Apocalipse 21.6), que representam respectivamente a primeira e a última letra do lfabeto grego.
No final, a vitória da vida sobre a morte, a vitória de Jesus Cristo que é a fonte da água da vida,
jorrará eternamente
(João 4.13-14). Esta é a mensagem de esperança do Apocalipse, que não
serviu apenas para animar as comunidades daquela época, mas é fonte de vida e de fortalecimento da nossa fé, pois também almejamos essa vida eterna. Que mais
podemos aprender sobre essa maravilhosa vida?
Um pouco antes do Apocalipse ser escrito, o apóstolo Paulo fez suas afirmações com respeito à
vida eterna. Para ele, o principal elemento da eternidade é o evento da ressurreição “porque
se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé...”
(1 Coríntios 15.16-17).
A partir da ressurreição de Cristo é que devemos entender a vida eterna, porque “Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem”
(1 Coríntios 15.20). Na ressurreição, “transformados seremos todos” (1 Coríntios 15.51).
O modelo para a ressurreição é o próprio Senhor Jesus. Caso alguém queira saber como os
mortos ressuscitam
(1 Coríntios 15.35), deve buscar na figura do Cristo ressuscitado a resposta.
Segundo Paulo, “assim como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial (Jesus), tais também os celestiais”
(1 Coríntios 15.48).
Palavra que ilumina a vida
Muitas vezes nos referimos ao céu como um local. Contudo, a Bíblia não utiliza o termo céu apenas como um espaço geográfico.
Céu, para o pensamento bíblico, carrega também um sentido teológico: a dimensão de Deus e
o Seu poder. Considerando que os limites do tempo e do espaço caracterizam a nossa existência, a Eternidade poderia ser compreendida como vida além desses limites. Por isso, falamos de Deus como sendo aquele que tem vida eterna, na medida em que Deus mesmo não está confinado ao tempo e ao espaço.
Trazendo essa afirmação para a nossa existência, é possível então antever a vida eterna como a realização plena e absoluta da vida que hoje conhecemos. Portanto,
muito mais que um lugar, o céu deve significar para nós o novo mundo e a nova vida que, por
antecipação, nos foram reveladas em Cristo
(João 12.45).
Se conseguimos estabelecer essa distinção entre vida finita e vida eterna, é possível, então, falar
sobre o céu não a partir de afirmações, mas de negações, ou seja, não podemos dizer como é
o céu, mas podemos falar o que ele não é. Aliás, foi desse modo que o reformador Martinho Lutero se referiu ao céu: “Sabemos tão pouco sobre a vida eterna quanto as crianças que estão no útero materno sabem sobre seu nascimento”.
Vida eterna precisa ser entendida como superação da existência marcada pela morte, sem a presença das ervas daninhas e espinhos da terra
(Gênesis 3.17-18),
sem a fadiga e a exploração das pessoas no mundo do trabalho, sem a relação predatória do ser humano com o restante da criação de  Deus, sem a dominação e as servidões nas relações humanas, sem o pecado que desumaniza as pessoas e destrói tudo o que existe
(Apocalipse 22.3).
Conclusão
Embora não sejam tão relevantes para a nossa época como o foram para aquela em que foram escritos, podemos dizer que a escritura  apocalíptica, com suas características, muitas vezes estranhas para nós hoje, carregaram numa forma peculiar, o ministério da consolação
e da esperança para seus leitores e leitoras, falando-nos ainda em nossos dias da vitória final da justiça, na consumação do Reino de Deus.

A crença na vida eterna faz parte dos princípios fundamentais da fé cristã e essa crença alimenta a nossa esperança.
Chegamos ao final dessa revista e por meio dela aprendemos um pouco sobre os diferentes caminhos através dos quais os livros do Novo Testamento foram escritos e colecionados, muitos destes caminhos desconhecidos por nós até hoje. O que acreditamos é que o Espírito
Santo foi guiando a Igreja a ajuntar verdadeiras joias e reais instrumentos da Palavra de Deus. Isso para o nosso benefício.
Através dos tempos, Deus sempre providenciou sua Palavra para que seus servos e servas se tornassem canais de comunicação de sua vontade e de seu amor para com todas as pessoas. Esta bênção, a da formação da Bíblia, alcança hoje e alcançará para sempre todas as pessoas que, em humildade e fé, perpassarem as páginas das Escrituras, com o intuito de buscar conforto, crescimento espiritual e palavras de vida eterna.
Ao encerrarmos mais esta revista, deixamos mais uma palavra de orientação: “... recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas”
(Tiago 1.21).

 

Para conversar
Em que sentido a crença na vida eterna influencia nossa vida no atual momento histórico?

 

 

Leia durante a semana
:: Domingo:
Apocalipse 21.1-4
:: Segunda-feira: Mateus 25.31-46
:: Terça-feira: João 14.1-6
:: Quarta-feira: João 3.16-21
:: Quinta-feira: Romanos 8.31-39
:: Sexta-feira: João 11.17-27
:: Sábado: Apocalipse 22.6-7

 

  

 

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Estudo  24 Apocalipse: A revelação da Eternidade -PROFESSOR
Texto bíblico: Apocalipse 21.1-5

Objetivo
Apresentar o livro do Apocalipse, destacando a promessa da vida eterna.
Para início de conversa
Pergunte ao grupo o que já escutaram falar a respeito do livro de Apocalipse. Além disso, devem
citar músicas que conhecem que tratam do tema da vida eterna e dos últimos tempos. Enfatize que muitas interpretações são fantasiosas e nenhum pouco preocupadas com o contexto com que esse livro foi escrito. Quando nos aproximamos desse livro, verificamos a sua beleza. Por meio das suas promessas fortalecemos a nossa fé.
O apocalipse não é um livro que anuncia tragédias, mas um livro que traz esperanças, não é um livro para amedrontar o povo, mas para gerar alegria apesar das tribulações. Afirmando que Cristo é o Alfa e o Ômega, isto é, o Princípio e o Fim. Se achar pertinente, leve o alfabeto grego
para a sala e mostre o alfa e o ômega, a primeira e ultima letras do alfabeto grego, o alfabeto oficial naquela época.
Cristo é a Palavra que se fez carne e vem dele a palavra final, isto é a vitória do povo fiel e justo.
Por dentro do assunto
A literatura apocalíptica parece ter sua origem numa antiga crença entre o povo israelita, segundo
a qual criam que haveria um dia especial na história, quando Deus interviria poderosamente em favor de Israel, contra as nações e povos que o oprimiam. Neste dia, que era chamado de “O Dia do Senhor”, Israel seria estabelecido como o líder absoluto de todas as nações.
O propósito e o método da literatura apocalíptica
Para se compreender a mensagem dos livros apocalípticos (principalmente Daniel no Antigo Testamento e o Apocalipse de João no Novo), é necessário primeiramente indagar qual é a intenção de seus autores. Estes não pretendiam relatar acontecimentos do passado. Quando incluíam dados históricos em suas narrativas, faziam apenas para terem um enredo. Os dados não precisam necessariamente ser exatos.
Por outro lado, os livros apocalípticos não são de natureza enigmática. Eles não apresentam um
enigma para ser resolvido pela perspicácia ou sagacidade dos leitores e leitoras. O livro foi escrito para animar as pessoas diante das perseguições e adversidades.
Ao escrever um livro dessa natureza, o autor tinha o propósito de levar uma mensagem de esperança, a fim de não esmorecerem diante das tribulações.
O método seguido pelos escritores dos livros apocalípticos é bem peculiar. Usavam nomes de
pessoas importantes do passado, líderes, profetas, patriarcas, em narrativas onde se mesclavam
símbolos da mitologia babilônica, com temas da religião judaica ou cristã. Os símbolos eram figuras animalescas, compostas de traços característicos de vários animais, formando assim, criaturas fantásticas. É bom ressaltar que o uso dos símbolos babilônicos não representa qualquer ligação dos judeus ou cristãos à mitologia.
Não atribuíam qualquer valor religioso a tais símbolos; estes eram usados apenas como um recurso para a simulação da verdadeira mensagem que só deveria ser compreendida pelas pessoas fiéis.
Os “Apocalipses” do Antigo Testamento
Não é somente o “Apocalipse de João” o único livro apocalíptico da Bíblia. Daniel e os capítulos 9
a 14 do Livro de Zacarias também o são. Todos foram escritos em tempos difíceis para pessoas cristãs e judias.
No apocalipse de João não encontramos referências históricas da sua época, mas percebe-se
que João, através da simbologia,
insinua, se não indica, que o Império Romano era o grande inimigo opressor. Em Apocalipse
13.1-4 e 7, diz-se que ao inimigo (a besta que emerge do mar) foi permitido “que pelejasse contra
os santos e os vencesse”. Contudo, está subentendido, que tal vitória seria momentânea. A verdadeira vitória estava escondida e logo seria revelada pelo Senhor.
Assim, a situação histórica fica bem caracterizada: foi o Império Romano, o único poder estatal
que moveu perseguições contra os cristãos e cristãs.
A pesquisa bíblica aponta que o perseguidor tenha sido Domiciano, que morreu 96 anos depois de Cristo.
Diante desta perseguição, a intenção do autor foi de encorajar os santos e santas a  permanecerem fiéis e a guardarem a manifestação de vitória que Deus lhes tinha preparado.
Atualizar o livro de Apocalipse para a nossa vida, para o nosso tempo, é saber que a vitória final
pertence a Cristo e, com ele alcançaremos a vida eterna, onde não haverá mais choro ou rancor.
Essa mensagem de fé pode se tornar estranha para muitas pessoas que não conhecem a Jesus
e até debocham da nossa fé, mas nós entendemos essa palavra, nós cremos nela até o fim. Ela é
verdadeira! E, como consolou e animou o povo a perseverar na fé, ela nos anima hoje e o fará até
quando Jesus Cristo voltar.
Outros apocalipses que não estão na Bíblia
Embora geralmente ignoremos este fato, há também outros livros apocalípticos que não foram
introduzidos entre os canônicos, como os que se seguem: o Livro de Enoque, os Salmos de Salomão, o Testamento dos Doze Patriarcas, a Ascensão de Isaías e outros. Estudos cuidadosos comprovaram que todos estes foram produzidos na mesma época do Livro de Daniel (180 a 160 antes de Cristo). Como este, eles trazem a memória de “heróis da fé” em narrativas adaptadas para os acontecimentos da vida do povo.
Por fim
Parabéns. Nossa persistência e fé nos levou ao final de mais uma revista. Parabenize sua turma
e tenham juntos um tempo de oração, pedindo a Deus que a semente lançada a partir destes estudos possa gerar muitos frutos na vida na vida das pessoas, na família, igreja e sociedade onde vivemos.

 

Para conversar
Em que sentido a crença na vida eterna influencia nossa vida no atual momento histórico?

 

 

Leia durante a semana
:: Domingo:
Apocalipse 21.1-4
:: Segunda-feira: Mateus 25.31-46
:: Terça-feira: João 14.1-6
:: Quarta-feira: João 3.16-21
:: Quinta-feira: Romanos 8.31-39
:: Sexta-feira: João 11.17-27
:: Sábado: Apocalipse 22.6-7

 

 


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Estudo  23 PROTEGENDO A FÉ
Texto bíblico: Judas
Situações que colocam a nossa fé em xeque são muito comuns. As pessoas mais velhas devem lembrar de como era difícil ser evangélico/a ou protestante antigamente. Muita gente foi apedrejada de verdade, xingada, desprezada por assumir a sua fé. Hoje essas situações não são comuns.
O povo evangélico, diferente de algumas religiões, tem a sua liberdade religiosa mais preservada em nosso país. Ainda que algumas pessoas evangélicas, por seus testemunhos no cenário nacional, possam nos envergonhar, de um modo geral, Igrejas sérias, comprometidas, são respeitadas. No entanto, esse respeito não nos livra de questionamentos e até mesmo de ataques ao que cremos. Diante deles precisamos estar prontos/as, manejando bem a Palavra do Senhor
(2 Timóteo
2.15)
, pois, se não a conhecemos, corremos o risco de nos enganarmos e, pior, de enganarmos outras pessoas.
Fundamento bíblico
Na época de Judas, a fé em Cristo estava ameaçada por discursos falsos, feito por pessoas que falsificavam a verdade e negavam a soberania de Jesus Cristo. Judas então exorta o povo de Deus a batalhar pela fé que vos foi entregue. As pessoas deveriam não só batalhar, mas permanecerem firmes na salvação que lhes era comum.

O pequeno livro de Judas trata um tema central para cristãs e cristãos: a salvação. O surgimento de “falsificadores” da verdade levou o autor a denunciar as heresias e motivar os destinatários da carta a permanecerem firmes na fé, diante da ameaça de falsas doutrinas e desvios da verdade.
Este livro é uma epístola ou carta que tem como autor alguém que se identifica como “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”.
Tiago é possivelmente o irmão de Jesus
(Mateus 13. 55). Seria então, o escritor da carta, um irmão de Jesus, o que, modestamente, ele não destaca.
Embora não haja na carta nenhuma indicação de destinatário, ela é voltada à Igreja, porém não é possível uma localização geográfica. Também não há um entendimento explícito quanto à datação da carta, que deve ter sido escrita na segunda metade do primeiro século depois de Cristo. Embora concisa, a carta é enfática e vigorosa. Estimula a fé, enaltece a salvação e exalta a Deus. É um incentivo a defesa da fé verdadeira, como possibilidade para não permitir que influências negativas destruíssem a Igreja.

A Salvação é o tema central (v.3), do qual Judas empregava toda a diligência (interesse, cuidado). O autor se vê na responsabilidade e na necessidade de exortar a Igreja para batalhar pela fé, resistir aos falsos ensinamentos em defesa da verdade.
A acusação mais contundente tem a ver com a libertinagem, que pode ser definida como uso inadequado da liberdade. Algumas pessoas trocavam a graça de Deus por um comportamento libertino, e provavelmente estavam agindo de forma inconsequente, cometendo pecados sem se preocuparem. Assim, estavam distorcendo os ensinos do apóstolo Paulo quanto a Graça de Deus
(Romanos 6.1,14). Achavam que por estarem no tempo da Graça, podiam fazer o que quisessem, pelo fato do pecado não ter mais o domínio.
A Bíblia de Estudo Almeida, na versão revista e atualizada aponta que “a dureza da linguagem, característica deste texto, revela a preocupação do autor. Este adverte sobre as consequências da confusão espiritual e da depravação moral que podiam arrastar as pessoas ingênuas aos ensinamentos e ao comportamento dos falsos mestres contra os quais escreve” (p.368).
Embora seja uma carta com tom crítico e contundente, percebe-se também um tom amável e motivador. A palavra “amados” repete-se por quatro vezes
(versos 1; 3; 17; 20). Judas, apesar do ousado discurso confrontador, se coloca como alguém amoroso para animar o povo a permanecer no Evangelho e encorajar os irmãos e irmãs a batalharem pela fé.
Judas faz um resgate histórico.
Nos versos de 5 a 11, ele cita alguns acontecimentos da história do povo de Deus, começando com a libertação do povo do cativeiro no Egito e terminando no fato de terem perecido na revolta de Corá
(Números 16.1-35).
Tais citações confrontavam severamente as pessoas que diziam crer, mas que, de certo modo, apostataram da fé, falsificando, alterando a verdade. São, de fato, exemplos de punição.
Quais as características dessas pessoas que Judas cita em sua carta? Apascentam a si mesmas, isto é, são egoístas, usurpadoras como aponta o profeta Ezequiel
(Ezequiel 34.8); insubmissas, volúveis, infrutíferas (Judas v.12); murmuradoras, descontentes, se deixam levar por seus desejos sem medir as consequências, arrogantes, bajuladoras e interesseiras (v.16), causavam divisões, lidavam de maneira distorcida e inconsequente com a sua sexualidade. Diante disso, Judas conclui: não têm do Espírito (v.19).
Essas pessoas viviam na Igreja e, por isso, era preciso alertá-las e fazê-las lembrar dos ensinamentos dos apóstolos
(v.17), a fim de gerar mudanças que as fizessem viver em constante oração (v.20).
Judas termina sua carta afirmando a Soberania do Senhor e apontando-o como Deus protetor e orientador
(v.24-25).


Palavra que ilumina a vida
Como batalhar pela fé e vencer os conflitos? Batalhar pressupõe lutar, pelejar, combater. Mas, de que forma? Qualquer forma é adequada? Não. Não podemos nos igualar às pessoas más, isso é testemunho contra a bondosa Graça de Deus.
A batalha pela fé se dá mediante os princípios da fé. Eles precisam ser vividos sempre e, em tempos de luta e combate, precisamos ter mais atenção para não sucumbir. Afinal, nossas armas não podem ser carnais, mas poderosas em Deus.

Então, como batalhar? Que armas usar? Judas nos oferece algumas recomendações: v. 20: “Edificai-vos sobre a santíssima fé”. É preciso construir a vida cristã sobre a fé em Cristo Jesus, nosso Salvador. Este é um processo de solidificação que exige dinamismo, esforço, disciplina, dedicação.
Tem a ver com conhecer os preceitos de Deus e buscar no Senhor, graça para prosseguir
(Lucas 6.46-49). No entanto, não deve ser uma ação apenas individual e solitária. Os grupos de Oração, Discipulado, Escola Dominical, a participação nos Cultos e o serviço nos Ministérios da nossa igreja, nos ajudam nesse processo de edificação, que deve ser mútua e solidária (Atos 9.31).
v. 20: “Orando no Espírito Santo”. Não existe construção da fé que não seja alicerçada na oração. Nossas orações devem depender do Espírito que intercede por nós com gemidos inexprimíveis, pois não sabemos orar como convém, mas Ele nos ensina (Romanos 8.26). Neste sentido, oramos por nós, pela igreja, pelas demais pessoas. É preciso falar com Ele e viver Nele (Atos 17.28).
v. 21: “Guardai-vos no amor de Deus”. Ter o cuidado, a atenção constante para não se desviar do caminho, afinal, este caminho é o amor de Deus. Devemos nos guardar no amor “esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”.
v. 22-23a: “Compadecei-vos dos que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo”. As recomendações se voltam para quem foi atingido pela pregação dos falsos profetas. Nosso povo brasileiro, de uma maneira ou de outra, é muito crédulo, tem fé na vida, ainda que não saibam canalizá-la para Cristo (é nosso dever de ensinar). As pessoas estão disponíveis a acreditar naquilo que lhes é ensinado (certo ou errado) e, inclusive dentro da Igreja, por crendices ou falta de reflexão, vão se perdendo da sã doutrina. É nosso dever ajudar, a carta indica isso. No entanto, aponta também que, a defesa da fé e essa
exortação, devem ser feitas com compaixão. Defender a fé sem misericórdia é como negar a própria fé. É preciso trabalho árduo e amoroso com quem tende a se excluir ou apostatar da fé.
v.23b: “Quanto a outros, sede compassivos em temor, detestando até a roupa manchada pela carne”. É preciso ter misericórdia com quem tem agido de forma perversa e descomprometida com a fé em Jesus, mas isso deve ser feito com temor a Deus e orientação do Espírito.
Judas ensina que é preciso não abandonar a misericórdia, mas sem deixar de ser vigilante.
Conclusão
Judas ensina que a batalha pela fé se faz mediante uma convicção verdadeira que vem do Espírito Santo e deve ser acompanhada por humildade e amor, pois a fé em Cristo é sinônimo de pacificação e misericórdia. Por isso, sua carta embora forte e confrontadora, tem um tom amável, motivador e afetuoso. Isso aponta a nossa responsabilidade em sermos vigilantes e  comprometidos com o fortalecimento da nossa fé, reconhecendo que isso se dá por meio de vida de intimidade com Deus e de solidariedade com todas as pessoas, inclusive com quem nos ataca. Que Deus nos ajude a batalharmos pela nossa fé e exercermos sempre a vigilância e a misericórdia!

 

Para conversar
De que forma você tem guardado a sua fé?
Ser amável significa apontar os erros também, disciplinar, mas como fazê-lo? Quais os limites, as dificuldades que você encontra nesse exercício? Como superá-las?

Leia durante a semana
:: Domingo: Judas
:: Segunda-feira: 2 Pedro 2
:: Terça-feira: Romanos 6
:: Quarta-feira: Marcos 11.12-19
:: Quinta-feira: Romanos 8.1-25
:: Sexta-feira: Salmo 131
:: Sábado: Efésios 4.7-24
 


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Estudo  23 PROTEGENDO A FÉ - PROFESSOR
Texto bíblico: Judas
Objetivo
Apresentar o tema do perdão como expressão do amor de Deus à todas as pessoas e a afirmação da encarnação e divindade de Jesus.
Para início de conversa Inicie a aula com a dinâmica “abrindo o coração”, para tal, providencie uma chave, que pode ser da sua casa, carro ou até confeccionada em papel. Apresente a chave e perguntem a turma: para que serve uma chave? Aguarde as respostas. Normalmente, apenas é mencionado o ato de abrir, por isso, pontue que ela também é utilizada para fechar. Destaque que o perdão pode ser comparado a uma chave e pergunte então, o que o perdão pode abrir ou fechar? (Exemplos: Abrir: reatar amizade, alívio de um peso, sentimento de liberdade, perdão de Deus, alegria e etc. Fechar: espaço para brigas, amarguras, ressentimentos, doenças e etc.
(Fonte: MACEDO, Sulamita. Relacionamento e perdão. Dinâmica de aula. Disponível em: http://ebdinterativa.com.br/jovens-licao-11-relacionamento-e--perdao-dinamica-de-aula/, acesso em 25/08/2016).

Verifique se o exercício do perdão é fácil de ser praticado ou bem compreendido para todo o grupo e, em seguida, conclua esse momento relembrando que a Palavra de Deus nos ensina que devemos sempre perdoar, porque nós mesmos já fomos perdoados e perdoadas de todas as nossas ofensas. Prossiga a aula.
Por dentro do assunto
Docetismo: um pouco da história
No início da nossa era surgiram dificuldades com respeito à pessoa de Jesus. Os gnósticos só aceitavam o lado divino de Jesus. Se Jesus figura como pessoa da Trindade, portanto, Sua natureza só poderia ser divina. Os docetistas acreditavam que a vida humana de Jesus era mais uma “encenação” do que realidade. Rejeitavam a humanidade de Jesus por não conceber a possibilidade de um Deus sofrer, padecer e etc. A Igreja cristã afirmava a realidade do lado humano e divino de Jesus. Irineu, os dos pais da Igreja Primitiva chegou a afirmar: “Jesus foi feito humano (o que nós somos) para que Ele pudesse nos fazer o que Ele mesmo é (divino)”.

Visão bíblica
No Novo Testamento encontramos afirmações claras da divindade de Jesus na mais alta expressão da palavra (João 2.51; João 4.35; João 7.37-39; Colossences 3.9; Colossences 1.13-23) e também encontramos o reconhecimento franco e direto de que Ele era humano em todos os pontos (Lucas2.52; João 4.6; João 11.35; João 19.28; Hebreus 4.15).
Em meio às afirmações sobre a sua divindade, Jesus é visto não como centro de tudo, mas sim, o Pai. Na realidade, Jesus não chamou para si nada, sempre deu glória a Deus.
Por um lado vemos Jesus fazendo opções humanas em situações diárias. Por outro lado, Deus está operando nele. “... Quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (João 14.9-10).
Visão Wesleyana
João Wesley afirmou: “O Filho que é o Verbo do Pai, verdadeiro e terno Deus, da mesma substância do Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita virgem, de maneira que duas naturezas inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para jamais se separarem, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto, sepultado, para nos reconciliar com seu Pai e para ser um sacrifício, não somente pelo pecado original, mas, também, pelos pecados atuais dos homens”. (Artigo 02 dos 25 Artigos de Religião do Metodismo).
Jesus era Santo e perfeito
Jesus era sem pecado, mas sua santidade não era considerada uma façanha humana, e sua bondade não era empenho separado, independente. A sua perfeição está no fato de ter renunciado todo heroísmo ético, isto é, provar concretamente que “ Ele em si era o tal” ou convencer Deus dos seus méritos. Jesus, ainda que sem erros, não confrontou Deus com a sua obediência, com a sua “folha de serviços agradáveis, valiosos”. Antes, Ele se lançou totalmente à graça de Deus junto com todos as pessoas pecadoras (só que as pessoas pe cadoras raramente, ainda que precisando, tomam este salto de fé).
A importância da encarnação para nós
Se Deus em algum sentido vive em nós, é porque Ele viveu plenamente em Cristo. Sem a encarnação, Deus para a humanidade seria uma abstração, incompreensível, e o que Ele requer de nós seria sempre uma grande dúvida, não identificável.
Por esta mesma razão, a encarnação revela que nada é alto demais, difícil demais, porque o poder divino está a nossa disposição. E ainda, nada é insignificante, sem valor, porque Deus se fez completo e perfeitamente humano para se identificar conosco desde nossa pequenez e em nossas lutas, dificuldades e preocupações diárias.
Ideias a respeito de Jesus para serem rejeitadas
1. Algumas pessoas pensaram e hoje ainda há quem pense, que Jesus viveu uma vida bondosa e que por isso, Deus O exaltou para o status divino ou quase divino.
Esta promoção foi feita pelos Seus méritos. Esta ideia errônea induziu a crer no valor das obras, em si mesmas. Dá a entender que existe um processo para o ser humano virar divino. A fé cristã rejeita radicalmente este pensamento. A encarnação de Jesus proclama que Deus virou humano para entrar em comunhão, salvar e redimir a todas as pessoas. É, pois, amor, graça preveniente (que vem primeiro). É iniciativa de Deus, nunca resultado de méritos pessoais.
2. Quando o Novo Testamento fala de “um mediador entre Deus e os homens”, não quer criar a ideia de Jesus como um tipo situado entre o divino e o humano, um ser intermediário, uma criatura superior aos homens, mas inferior a Deus. A fé cristã crê que Jesus era Deus e Humano, possibilitando a ligação perfeita, a ponte única, mediação plena.
3. A tendência a “espiritualizar a fé, de tentar escapar das coisas humanas para se tornar Deus”, é contrária ao princípio da encarnação. Deus não se envergonhou de se tornar humano. Portanto, nós não devemos ter a ousadia de negar nossa humanidade em busca das “coisas espirituais”. Estaremos mais próximos/as de Deus quando aceitarmos nossa plena humanidade e vivermos em solidariedade com as outras pessoas, encarnando o Espírito de Cristo.
Por fim
Desde o início do cristianismo, as pessoas cristãs refletiram sobre o sentido da sua fé e usaram palavras e frases para afirmar suas crenças.
Foi assim que surgiu o Credo Apostólico, que é um resumo das doutrinas essenciais da fé cristã. O mesmo ganhou a aceitação da Igreja e se tornou um instrumento valioso para combater heresias e erros, para proteger a fé e para instruir as novas pessoas candidatas ao batismo.
Encerra a aula reafirmando que termos plena convicção de quem Jesus é e de quem não é, nos prepara para não sermos levados/as por qualquer vento de doutrinas.

 

Para conversar
De que forma você tem guardado a sua fé?
Ser amável significa apontar os erros também, disciplinar, mas como fazê-lo? Quais os limites, as dificuldades que você encontra nesse exercício? Como superá-las?

Leia durante a semana
:: Domingo: Judas
:: Segunda-feira: 2 Pedro 2
:: Terça-feira: Romanos 6
:: Quarta-feira: Marcos 11.12-19
:: Quinta-feira: Romanos 8.1-25
:: Sexta-feira: Salmo 131
:: Sábado:
Efésios 4.7-24

 

REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo  22 – JESUS, NOSSO ADVOGADO!
Texto bíblico: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
O tema do pecado é uma realidade da natureza humana e não deve jamais ser esquecido. Não nos reconhecermos como pecadores e pecadoras nos coloca em posição de autossuficiência e nos faz esquecer da Graça maravilhosa que nos alcançou, justificou e nos chamou à santificação. Ainda que em processo de santificação, somos pecadores e pecadoras, no entanto, Deus nos garante o Seu perdão, quando confessamos nossas falhas e buscamos nele uma restauração.
Fundamento bíblico
A primeira epístola de João tem conteúdo e forma que lembram de perto o Evangelho de João. Estudiosos do Novo Testamento afirmam que ambos foram escritos pelo mesmo autor.
Os principais assuntos da Epístola são: Deus é luz; Jesus Cristo é quem perdoa o pecado de todas as pessoas; Deus é amor; as pessoas cristãs, filhas deste Deus de amor são chamadas a amar e, para amar a Deus, devem amar-se umas às outras.

Esta epístola também alerta sobre a heresia do cetismo, doutrina bastante influente neste
período e que afirmava que Jesus não teria vivido num corpo material, verdadeiro, mas apenas aparentava ser humano, semelhante a um espírito ou fantasma. Ou seja, para eles, Jesus nunca esteve sujeito ao sofrimento e à dor.
A carta surge para combater essa doutrina que já estava influenciando algumas pessoas dentro da comunidade de fé. Um grupo, inclusive, já havia se separado da Igreja, dando ouvidos a este ensino e acreditando e afirmando que Cristo não veio em carne
(1 João 4.2) e também negando que Jesus era o Cristo (1 João 2.22).
João se refere a esse grupo em sua carta, chamando-os de falsos profetas
(1 João 4.1) e anticristos (1 João 2.18-26). O autor desta epístola afirma, combatendo essa heresia: “Todo espírito (pessoa) que confessa que Jesus Cristo veio em carne, é de Deus” (1 João 4.2-3).
Na segunda epístola de João, o combate contra as heresias é retomado, como também o tema 
do amor fraternal, observado na primeira epístola. 

A “senhora eleita” a quem a carta se destina é a própria igreja, chamada aqui, por um nome simbólico.

A terceira epístola de João é na verdade um bilhete pessoal, escrito pelo mesmo presbítero,
ancião ao amado Gaio
(3 João 1.1). Não se pode precisar quem é esse Gaio, mas percebe-se que ele é elogiado, tal como Demétrio (3 João 1.12), enquanto que Diótrefes é criticado por sua atitude (3 João 1.9).
Buscando solucionar os conflitos existentes em sua comunidade, João procura conscientizar as pessoas cristãs da realidade que as cerca e faz isso, usando o comparativo de luz e trevas
(1 João 1.5-7). O povo cristão permanece na luz, mas as trevas que os cercam, influenciam, levando-os a pecar contra Deus (1 João 1.8).

Palavra que ilumina a vida
A fim de combater toda heresia presente e ajudar o povo cristão a permanecer fiel à fé cristã, João apresenta-lhes algumas verdades:1. Deus é luz (1 João 1.5): essa certeza sempre esteve presente no coração do apóstolo João. Ao escrever, por exemplo, o quarto evangelho, fez uso várias vezes dessa expressão para reafirmar quem era Jesus e, para ele, a luz que é Jesus “... resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem contra ela” (João 1.4-5). Também relembra as palavras do próprio Cristo: “Eu sou a luz do mundo.
Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”
(João 8.12).
Em contrapartida, o tema trevas também é destacado na Bíblia como força contrária ao Reino de Deus. Jesus veio ao mundo para trazer luz à humanidade que vivia dominada pelas trevas:
“o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz” (Mateus 4.16). Assim, João busca conscientizar seus leitores e leitoras a não andar em trevas, mas aproximar-se e permanecer na luz.
De igual forma, a Palavra de Deus nos exorta a rejeitar tudo aquilo que se assemelha com o mal
(Efésios 5.11) e nos revestirmos da luz do Senhor Jesus (Romanos 13.11-14)

2. Precisamos viver em comunhão uns com os outros para termos comunhão com Jesus (1 João 1.6-7): para o apóstolo, uma das maneiras de evitar ser enganado/a pelos falsos ensinos era permanecer em comunidade.
A grande questão é que algumas pessoas se iludiam achando que só por crerem em Jesus, já estavam na luz. João vai afirmar que é preciso mais do que crer, é preciso uma conduta de vida coerente com as verdades do Evangelho; assim se manifesta a verdadeira fé: porque cremos, agimos coerentemente com o que acreditamos. Querer manter comunhão com Jesus, mas viver na prática do pecado é totalmente incoerente, contraditório aos ensinos do Mestre. Assim, ele exorta a comunidade a assumir nova postura e não o fazer de forma isolada,
mas comunitária. A comunhão entre irmãos e irmãs nos aproxima de Deus e nos ajuda a focar nossos interesses na comunidade e no bem comum, e não em assuntos que nos desviam da nossa fé.
3. Não somos melhores que as outras pessoas; somos todos/ as pecadores/as (1 João 1.8 e 10): apesar de ter um grupo que se afastou da igreja para seguir doutrinas hereges e saber que essa atitude trouxe desgastes para a comunidade, João procura demonstrar que identificar os erros daquele grupo, não torna o grupo que permaneceu na igreja, mais santo: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1 João 1.8). Todas as pessoas possuem suas falhas, cada uma à sua maneira. Ainda que enxerguemos claramente o erro de algumas pessoas, não podemos fechar os olhos para os nossos próprios erros/pecados.
4. O perdão de Jesus é para todas as pessoas (1 João 2.1-2): após conscientizá-los de seus próprios pecados, o apóstolo relembra que o perdão de Deus estará sempre disponível àqueles e àquelas que se arrependerem e confessarem seus erros. Destaca o fato de que mesmo as pessoas que abandonaram a fé cristã, ainda são alvos do amor de Deus e podem um dia receber o seu perdão mediante o arrependimento, pois Cristo é o nosso “... Advogado junto ao Pai, Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”

Conclusão
Assim como nos tempos de João, muitas situações, heresias, inadequadas interpretações da Bíblia ameaçam a comunhão e o equilíbrio da nossa comunidade de fé e a nossa comunhão com a Deus e a Igreja. Precisamos ter cuidado com o que acreditamos e com a maneira como convivemos com as pessoas. Deus é sempre o nosso alvo e quando a convivência ou as doutrinas pregadas nos afastam de uma vida de comunhão com o Deus vivo, misericordioso, gracioso, amoroso e perdoador, há que se desconfiar e se proteger.
Não podemos jamais nos esquecer que ainda que alguém se afaste, Deus não se esquece dessa pessoa, pois não rejeita ninguém.
Seu amor e perdão estarão sempre disponíveis a todas as pessoas. O Advogado Jesus continuará intercedendo para salvar e justificar aqueles e aquelas que se afastaram da luz e se contaminaram com as obras das trevas.
Que no viver comunitário e em verdadeira comunhão com Deus, possamos continuar espalhando a luz de Cristo, a fim de iluminar com essa luz as pessoas que estão em trevas.

Para conversar
Como agir quando percebemos que alguém que já esteve em
nosso meio cristão, mas afastou-se da igreja, dissemina comentários
maldosos ou falsos a nosso respeito?

Leia durante a semana
:: Domingo: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
:: Segunda-feira: 1 João 2.12-17
:: Terça-feira: 1 João 2.18-25
:: Quarta-feira: 1 João 3.11-24
:: Quinta-feira: 1 João 4.7-21
:: Sexta-feira: 1 João 5.1-5
:: Sábado: 1 João 5. 6-12



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Estudo  22 – JESUS, NOSSO ADVOGADO! PROFESSOR
Texto bíblico: 1 João 1.5-10 e 2.1-2


 


Objetivo
Apresentar o tema do perdão como expressão do amor de Deus à todas as pessoas e a afirmação da encarnação e divindade de Jesus.
Para início de conversa
Inicie a aula com a dinâmica “abrindo o coração”, para tal, providencie uma chave, que pode ser da sua casa, carro ou até confeccionada em papel. Apresente a chave e perguntem a turma: para que serve uma chave? Aguarde as respostas. Normalmente, apenas é mencionado o ato de abrir,
por isso, pontue que ela também é utilizada para fechar. Destaque que o perdão pode ser comparado a uma chave e pergunte então, o que o perdão pode abrir ou fechar? (Exemplos:
Abrir: reatar amizade, alívio de um peso, sentimento de liberdade, perdão de Deus, alegria e etc. Fechar: espaço para brigas, amarguras, ressentimentos, doenças e etc. (Fonte: MACEDO, Sulamita. Relacionamento e perdão. Dinâmica de aula. Disponível em: http://ebdinterativa.com.
br/jovens-licao-11-relacionamento-e--perdao-dinamica-de-aula/, acesso em 25/08/2016) Verifique se o exercício do perdão é fácil de ser praticado ou bem compreendido para todo o grupo e, em seguida, conclua esse momento relembrando que a Palavra de Deus nos ensina que devemos sempre perdoar, porque nós mesmos já fomos perdoados e perdoadas de todas as nossas ofensas. Prossiga a aula.
Por dentro do assunto
Docetismo: um pouco da história
No início da nossa era surgiram dificuldades com respeito à pessoa de Jesus. Os gnósticos só aceitavam o lado divino de Jesus. Se Jesus figura como pessoa da Trindade, portanto, Sua natureza só poderia ser divina. Os docetistas acreditavam que a vida humana de Jesus era mais uma “encenação” do que realidade. Rejeitavam a humanidade de Jesus por não conceber a possibilidade de um Deus sofrer, padecer e etc. A Igreja cristã afirmava a realidade do lado humano e divino de Jesus. Irineu, os dos pais da Igreja Primitiva chegou a afirmar: “Jesus foi feito humano (o que nós somos) para que Ele pudesse nos fazer o que Ele mesmo é (divino)

Visão bíblica

No Novo Testamento encontramos afirmações claras da divindade de Jesus na
mais alta expressão da palavra
(João 2.51; João 4.35; João 7.37-39; Colossences 3.9; Colossences 1.13-23) e também encontramos o reconhecimento franco e direto de que Ele era humano em todos os pontos (Lucas 2.52; João 4.6; João 11.35; João 19.28; Hebreus 4.15).
Em meio às afirmações sobre a sua divindade, Jesus é visto não como centro de tudo, mas sim, o Pai. Na realidade, Jesus não chamou para si nada, sempre deu glória a Deus.
Por um lado vemos Jesus fazendo opções humanas em situações diárias. Por outro lado, Deus está operando nele. “... Quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (João 14.9-10).
Visão Wesleyana

 João Wesley afirmou: “O Filho que é o Verbo do Pai, verdadeiro e terno Deus, da mesma substância do Pai, tomou a natureza bendita virgem, de maneira que duas naturezas
inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para jamais se separarem, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto, sepultado, para nos reconciliar com seu Pai e para ser um sacrifício, não somente pelo pecado original, mas, também, pelos pecados atuais dos homens”. (Artigo 02 dos 25 Artigos de Religião do Metodismo).
Jesus era Santo e perfeito

Jesus era sem pecado, mas sua santidade não era considerada uma façanha humana, e sua bondade não era empenho separado, independente. A sua perfeição está no fato de ter renunciado todo heroísmo ético, isto é, provar concretamente que “ Ele em si era o tal” ou convencer Deus dos seus méritos. Jesus, ainda que sem erros, não confrontou Deus com a sua obediência, com a sua “folha de serviços agradáveis, valiosos”. Antes, Ele  se lançou totalmente à graça de Deus junto com todos as pessoas pecadoras (só que as pessoas pe cadoras raramente, ainda que precisando, tomam este salto de fé).
A importância da encarnação para nós

Se Deus em algum sentido vive em nós, é porque Ele viveu plenamente em Cristo. Sem a encarnação, Deus para a humanidade seria uma abstração, incompreensível, e o que Ele requer de nós seria sempre uma grande dúvida, não identificável.
Por esta mesma razão, a encarnação revela que nada é alto demais, difícil demais, porque o poder  divino está a nossa disposição. E ainda, nada é insignificante, sem valor, porque Deus se fez completo e perfeitamente humano para se identificar conosco desde nossa pequenez e em nossas lutas, dificuldades e preocupações diárias.
Ideias a respeito de Jesus para serem rejeitadas
1. Algumas pessoas pensaram e hoje ainda há quem pense, que Jesus viveu uma vida bondosa e que por isso, Deus O exaltou para o status divino ou quase divino.
Esta promoção foi feita pelos Seus méritos. Esta ideia errônea induziu a crer no valor das obras, em si mesmas. Dá a entender que existe um processo para o ser humano virar divino. A fé cristã rejeita radicalmente este pensamento. A encarnação de Jesus proclama que Deus virou humano para entrar em comunhão, salvar e redimir a todas as pessoas. É, pois, amor, graça preveniente (que vem primeiro). É iniciativa de Deus, nunca resultado de méritos pessoais.
2. Quando o Novo Testamento fala de “um mediador entre Deus e os homens”, não quer criar a ideia de Jesus como um tipo situado entre o divino e o humano, um ser intermediário, uma criatura superior aos homens, mas inferior a Deus. A fé cristã crê que Jesus era Deus e Humano, possibilitando a ligação perfeita, a ponte única, mediação plena.
3. A tendência a “espiritualizar a fé, de tentar escapar das coisas humanas para se tornar Deus”, é contrária ao princípio da encarnação. Deus não se envergonhou de se tornar humano. Portanto,
nós não devemos ter a ousadia de negar nossa humanidade em busca das “coisas espirituais”. Estaremos mais próximos/as de Deus quando aceitarmos nossa plena humanidade e vivermos em solidariedade com as outras pessoas, encarnando o Espírito de Cristo.
Por fim
Desde o início do cristianismo, as pessoas cristãs refletiram sobre o sentido da sua fé e usaram palavras e frases para afirmar suas crenças.
Foi assim que surgiu o Credo Apostólico, que é um resumo das doutrinas essenciais da fé cristã. O mesmo ganhou a aceitação da Igreja e se tornou um instrumento valioso para combater heresias e erros, para proteger a fé e para instruir as novas pessoas candidatas ao batismo.
Encerra a aula reafirmando que termos plena convicção de quem Jesus é e de quem não é, nos prepara para não sermos levados/as por qualquer vento de doutrinas.

 

Para conversar
Como agir quando percebemos que alguém que já esteve em
nosso meio cristão, mas afastou-se da igreja, dissemina comentários
maldosos ou falsos a nosso respeito?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: 1 João 1.5-10 e 2.1-2
:: Segunda-feira: 1 João 2.12-17
:: Terça-feira: 1 João 2.18-25
:: Quarta-feira: 1 João 3.11-24
:: Quinta-feira: 1 João 4.7-21
:: Sexta-feira: 1 João 5.1-5
:: Sábado: 1 João 5. 6-12

 

 

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Estudo  21 - Superando os obstáculos

Texto bíblico: 1 Pedro 4.7-11

As cartas de Pedro, o apóstolo, foram destinadas às comunidades cristãs da Ásia Menor, a fim de fortalecê-las na fé e prepará-las para tempos difíceis que acreditavam que viriam. Dificuldades, lutas, tribulações são situações que desanimam o povo e podem enfraquecer as Igrejas. Muitas coisas contribuem para que o trabalho na obra de Deus seja, muitas vezes, cansativo e desgastante. Por isso, nesta lição, refletiremos sobre alguns obstáculos que interferem no avanço
do Evangelho e de que maneira podemos superá-los.

Fundamento bíblico
A população cristã a quem esta carta foi dirigida era gente sofrida.
Pessoas que trabalhavam no campo ou com artesanato, que moravam em lugares afastados da cidade e que viviam sob condições de exploração. Existia também forte preconceito e perseguição contra essa gente naquela sociedade
(1 Pedro 2.12; 1 Pedro 3.13-17). Os cristãos e cristãs daquele tempo eram acusados de práticas ilícitas e assim eram difamados (1 Pedro
4.12-16)
.
Além disso, eram como gente estrangeira naquela terra e tudo ali era muito difícil: viviam, muitas vezes, de favores, trabalhavam em terras de outras pessoas, não tinham moradia própria, pagavam altos impostos. É por esta razão que Pedro procura promover a hospitalidade entre este povo
(1 Pedro 4.9). Ser hospitaleiro/a, acolhedor/a era uma forma de unir as pessoas e promover a integração e o amor entre elas (1 Pedro 4.8), fazendo com que as tristezas geradas pela rejeição da sociedade fossem, por meio da comunhão, superadas.
A prática da hospitalidade as faria viver em comunidade, em comunhão, em partilha da fé. Esse era um propósito da carta, por isso, a indicação de que vigiassem em oração
(1 Pedro 4.7).
Palavra que ilumina a Vida
Diante da perseguição instaurada, a Carta de Pedro incentiva a comunidade cristã a buscar superações para não desanimar

na caminhada de fé. Por vezes, diante de algumas ameaças e tribulações podemos ficar com raiva e até mesmo sem reação diante das pessoas envolvidas e dos problemas em si. Essas reações podem nos ser prejudiciais na caminhada de fé. Gostaríamos de destacar algumas e apontar pistas para superá-las.
1. Comodismo: “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios...” (1 Pedro 4.7).
Falar do “fim de todas as coisas” é lembrar da volta de Cristo, que a Bíblia considera como iminente. Uma urgência que permanece como um estímulo para a Igreja.
De fato, quanto ao retorno do Senhor, não sabemos nem o dia nem a hora
(Mateus 24.36).

E, no que diz respeito a isso, não podemos deixar a ansiedade tomar conta de nós. No entanto, ter em mente a volta de Jesus, o fim de todas as coisas (1 Pedro 4.7), ajuda a não perder de vista o alvo da nossa existência: caminhar para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Filipenses 3.14), que é a vocação celestial. E já que não ficaremos aqui para sempre, então é hora de agir. O comodismo é manter-se inerte, parado, sem compromisso com a volta de Cristo, e isso implica superar as tribulações desse mundo, pregar o Evangelho, manter-se em unidade com a Igreja e prosseguir em santificação, sem a qual ninguém verá a Deus (Hebreus 12.14).
Ao mesmo tempo em que o nosso pensamento está no céu
(Colossenses 3.1-2), nossos pés devem estar no chão. A frase “o fim está próximo” expressa urgência das pessoas. O fim da vida, da esperança, do ânimo, também estão próximos para muitas pessoas. Para atender a realidade, tanto da volta de Jesus como da urgência das pessoas, é preciso desenvolver duas qualidades: critério e sobriedade. Muita gente faz planos grandiosos que nunca conseguem realizar, pois falta critério na hora de escolher o que fazer. Além disso, embriagam-se com grandes visões e não atingem sequer os alvos primários, ou seja, não têm sobriedade (moderação) na hora de fazer as coisas essenciais. Com isso, perdem a alegria de trabalhar para Deus e caem na constante frustração dos propósitos sempre deixados pelo meio do caminho.
2. Falta de perdão: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pedro 4.8). A fim de avançarmos na caminhada, a Bíblia recomenda o exercício do amor intenso que cobre multidão de pecados.

Pedro 4.8). A fim de avançarmos na caminhada, a Bíblia recomenda o exercício do amor intenso que cobre multidão de pecados.
Muitas coisas belas e boas deixam de serem feitas porque as pessoas estão constantemente retomando velhas mágoas e rixas. O amor é fundamental para consolidar o avanço missionário, pois só ele tem a capacidade de transformar os erros em aprendizado. Só o amor permite retomar a caminhada e possibilita uma nova chance. O amor supera o erro e nos mostra um novo caminho para a obra de Deus. Assim, ele mantém viva a esperança e realimenta a alegria fazendo ver que é possível recomeçar e, dessa vez, fazer dar certo.
3. Esconder os dons: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus”
(1 Pedro 4.10). Um dos problemas ou dos entraves no avanço e crescimento da Igreja e da própria pessoa cristã é a estagnação que leva a recusa no avanço da missão. É o achar que “assim já está bom”. Essa paralisação ocorre, muitas vezes, porque muitas pessoas não usam os seus dons para o serviço de Deus, ou quando o fazem, é apenas naquilo que as interessa ou agrada. A recomendação bíblica para superarmos a estagnação é “servi uns aos outros (...) como bons despenseiros” (1 Pedro 4.10).
A ideia do despenseiro se refere àquela pessoa que tanto guarda como distribui adequadamente os haveres. Esta palavra no texto de 1 Pedro é traduzida por “oikonomos”, que provém de oikos (casa) e de nemo (dispensar, gerir), assim assume o sentido de gerente ou superintendente da casa. É quem desempenha uma função delegada. Cristo nos delegou uma função: sermos agentes da proclamação e construção do seu Reino aqui. Em outras palavras, ser um/a despenseiro/a, é colocar os dons que se tem à disposição das pessoas para que elas também sejam abençoadas e o Reino de Deus se cumpra. Tudo é de Deus e nós devemos servir ao Senhor da melhor maneira possível: manifestando o seu amor a todas as pessoas.
4. Falta de coerência entre o falar e o agir: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre” (1 Pedro 4.11).
Outro entrave no avanço missionário é a falta de coerência entre planejamento e realização, entre o discurso e a prática, entre a liderança e o povo da igreja. Por isso, a Bíblia recomenda a coerência como expressão da vida cristã.
A falta de clareza na prática ministerial nos impede de enxergar para onde vai a comunidade e, com isso, os próprios membros da igreja não aderem ao projeto.
Sendo assim, é preciso esclarecer o nosso alvo último. O objetivo final, nas palavras bíblicas, é que “... em todas as coisas seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo”
(1 Pedro 4.11). Para tal, deve haver conexidade entre os membros e entre as nossas igrejas. Isso se refletirá no desempenho missionário da Igreja de Cristo.
Conclusão
Como vimos, muitos problemas surgem ao longo da nossa caminhada de fé e tendem a trazer desânimo para a comunidade e contribuir para o enfraquecimento da obra realizada pela Igreja na ação missionária. Parte da solução para corrigir esses problemas depende de nós. É preciso nos conscientizarmos desse processo e trabalhar cada realidade particular com muito amor e cuidado, para que esses entraves sejam superados e o Reino apareça.


Para conversar
Pensando que o fim está próximo, o que é urgente em nossos dias que precisamos realizar enquanto ainda temos tempo?
Que problemas ou dificuldades enxergamos em nossa Igreja e que necessitam da nossa participação na busca de soluções? Como
podemos contribuir?


Leia durante a semana
:: Domingo:
1 Pedro 4.7-11
:: Segunda-feira: 1 Pedro 4.7-11
:: Terça-feira: 1 Pedro 1.13-25
:: Quarta-feira: 1 Pedro 2.1-10
:: Quinta-feira: 1 Pedro 3. 8-17
:: Sexta-feira: 1 Pedro 4.12-19
:: Sábado: 1 Pedro 5.1-11



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Estudo  21 - Superando os obstáculos - PROFESSOR

Texto bíblico: 1 Pedro 4.7-11

 

Objetivos
Apresentar a realidade da comunidade a quem esta carta foi dirigida; destacar alguns problemas que enfraquecem a fé das pessoas cristãs e como superá-los.
Para início de conversa
Inicie a aula com a seguinte reflexão: o que você faria se soubesse que teria pouco tempo de vida, ou por conta de uma enfermidade ou por saber que o mundo fosse acabar? Quais seriam suas ações a partir desse momento? O que procuraria fazer, o que deixaria de fazer ou, nada mudaria em sua rotina?
Após alguns minutos de conversa, convide a turma a observar se as propostas de mudanças, de coisas diferentes a fazer diziam respeito somente a eles/as ou se foi falado pensado também no próximo. Prossiga a aula. Falaremos mais sobre essa reflexão ao final da aula.
Por dentro do assunto
Uma expressão muito comum, que talvez você já tenha ouvido ao até mesmo falado é a seguinte: se eu soubesse que teria pouco tempo de vida, iria cair no mundo e aproveitar o pouco tempo que me esta o máximo que pudesse, viajando, conhecendo lugares novos e etc.
A solução apresentada nessa expressão sobre, o que fazer da vida diante de uma situação inusitada como essa, demonstra um tipo de pensamento voltado para o “eu”. “O que devo fazer por mim”.
Contudo, a Palavra de Deus nos ensina que buscar o nosso bem, é nunca nos esquecermos do nosso próximo: “...amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(Mateus 22.39).
Essa foi a orientação deixada pela epístola de Pedro. Diante da proximidade de um fim que acreditavam estar por vir
(1 Pedro 4.7), o apóstolo propôs alguns conselhos: primeiramente, dedique-se mais a oração (1 Pedro 4.7b); depois dedique-se a amar mais as pessoas (1 Pedro 4.8); seja hospitaleiro para com as pessoas (1 Pedro 4.9); manifeste aos outros a graça de Deus que está em sua vida, através dos dons que recebeu (1 Pedro 4.10) e; tudo o que fizer, faça em nome de Deus, buscando glorificar o Seu nome (1 Pedro 4.11).
De fato, não sabemos o dia do amanhã, mas uma coisa é certa: sabemos que num momento ou outro, adversidades virão sobre nossa vida. Por mais que tenhamos fé ou sejamos pessoas de oração, não temos como impedir que situações difíceis como lutas, enfermidades, conflitos, desafios, dificuldades e outros, nos acometam. Sendo assim, a postura adquirida diante de momentos como estes, apontará se vamos superar os obstáculos ou se ficaremos prostrados/as pelo meio do caminho. O psicólogo Miguel Lucas, que atua na área da psicologia comportamental, falando sobre as adversidades da vida, declara: “...
Não pretendo passar a mensagem que quanto mais adversidade melhor, nem sou apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não, o sofrimento incapacitante não é benéfico. Ainda assim, não invalida que pensamos nele como uma realidade que acontece na vida de cada um de nós, certamente em número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa. Quando acontece, aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais sofrimento. Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruurarmos e seguirmos em frente”. (Miguel Lucas.
5 dicas para superar as adversidades da vida! Disponível em: http://www.escolapsicologia.com/
dicas-para-superar-adversidades-da-vida/, acesso em 20/08/2016).
Aceitar o sofrimento não significa estar feliz por ele, mas admitir que ele existe e que é preciso encontrar forças para superá-lo. Foi essa a mensagem de Pedro aos cristãos e cristãs
(1 Pedro 4.12-   13).
O autor desta carta pode ser Pedro, o apóstolo. Se não foi ele quem redigiu, pelo menos pode ter sido aquele que influenciou o seu conteúdo. Silvano teve ter atuado como secretário
(1 Pedro 1.12).
Esta Epístola está endereçada aos eleitos da dispersão
(1 Pedro 1.1) sitiados em províncias da Ásia Menor. Quem seriam realmente estes eleitos? Observando-se passagens como estas: “Outrora, quando estáveis na ignorância” (1 Pedro 1.14); “fostes resgatados da vossa maneira vã...” (1 Pedro 1.18); “vós que antes não éreis povo” (1 Pedro 2.10), tem-se por certo, que é uma correspondência escrita para pessoas proveniente do paganismo e convertidos à fé cristã.
O conteúdo da Epístola demonstra a aceitação de um próximo fim dos tempos. Dentro dessa perspectiva é que se exorta as pessoas fieis a permanecerem na esperança,
que se fundamenta na ressurreição de Cristo
(1 Pedro 1.3-12); a estarem em santidade, para tornarem-se pedras vivas de um edifício espiritual no qual Cristo é a pedra angular (1 Pedro 1.13-2.10); e à boa conduta, sabendo sofrer como Cristo sofreu (1 Pedro 2.11-4.19). O capítulo 5 ainda traz uma exortação aos presbíteros da Igreja.
Por fim
Encerre a aula apresentando um vídeo que mostra duas atletas que durante uma prova nas
Olimpíadas Rio-2016, sofreram uma queda e viram a possibilidade de seus sonhos se desfazerem. A atitude delas nos ensina a importância de não desanimarmos e superarmos os obstáculos.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=It-9RNTNmJYNikki Hamblin e Abbey D’Agostino estavam finalizando a prova dos 5000 metros do atletismo, quando Hamblin caiu ao tropeçar em D’Agostino, que havia caído primeiro. Hamblin talvez quisesse ficar chateada por ter sido prejudicada, mas ao ver uma companheira ao chão, parou para ajudá-la a se levantar e assim, poderem voltar a competição juntas. No entanto, após ajudar D’Agostino, foi Hamblin quem se rendeu ao chão, por sentir fortes dores em seu pé. D’Agostino não hesitou
e também parou para ajudar a companheira. Somente após a orientação de Nikki Hamblin, foi que Abbey D’Agostini seguiu na corrida, enquanto sua companheira de queda insistia mais devagar atrás. O gesto gentil de ambas, possibilitou que mesmo após a queda, pudessem concluir a prova.

Pontue dizendo que nossa vida muitas vezes se parece com o ocorrido com as duas protagonistas deste fato. Por vezes sofremos nossas quedas, mas ter uma mão estendida nos anima a não desistir.
Por outro lado, se nos chateamos com quem nos derruba, dificilmente conseguiremos reagir positivamente e insistir na corrida da fé.
Todos/as estamos numa corrida.
Algumas vezes caímos, outras somos derrubados/as. Não podemos desistir e nem desanimar.
Também precisamos perdoar as pessoas que são responsáveis por nossas quedas. Receber e dar ajuda nesse processo é sempre muito proveitoso.

 

Para conversar
Pensando que o fim está próximo, o que é urgente em nossos dias
que precisamos realizar enquanto ainda temos tempo?
Que problemas ou dificuldades enxergamos em nossa Igreja e que
necessitam da nossa participação na busca de soluções? Como
podemos contribuir?


Leia durante a semana

:: Domingo: 1 Pedro 4.7-11
:: Segunda-feira: 1 Pedro 4.7-11
:: Terça-feira: 1 Pedro 1.13-25
:: Quarta-feira: 1 Pedro 2.1-10
:: Quinta-feira: 1 Pedro 3. 8-17
:: Sexta-feira: 1 Pedro 4.12-19
:: Sábado: 1 Pedro 5.1-11


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 20 - NOSSOS PROJETOS E DEUS

Texto bíblico: Tiago 4.1-10

Viver pela fé. Essa é a expressão máxima da maturidade cristã! Reconhecer e desejar que nossa vida esteja sob o controle de Deus, iver pela fé. Essa é a expressão máxima da maturidade cristã! Reentendendo e experimentando que a Sua vontade é soberana, perfeita e agradável e por isso, podemos tranquilizar nosso coração na certeza de que Ele cuida de nós.

Mas será que “viver pela fé” significa não fazer planos? Não construir metas e desenvolver projetos? Obviamente que não!

Planos, projetos, desejos são parte da nossa vida e nos direcionam em nossa existência. No entanto, sonhar, planejar, projetar não garante que os projetos se transformem em realidade, ou ainda que tenham bom êxito. Muitas vezes, a experiência negativa gera em nós grande frustração. Quem nunca experimentou isso? Como agir diante das frustrações? Tiago nos ajuda a pensar sobre isso.

Fundamento bíblico

A carta começa com destaque para quem escreve e a quem se destina. O autor é Tiago, não se sabe ao certo quem é. No Novo Testamento é possível encontrar 4 pessoas com esse nome. O irmão de João (Marcos 1.19); o pai de Judas (Lucas 6.6; Atos 1.11), que talvez seja o irmão de João; mais um dos doze discípulos, esse, no entanto, filho de Alfeu (Marcos 3.18); e, o irmão de Jesus (Marcos 6.3), chamado de apóstolo por Paulo (Gálatas 1.19). A tradição bíblica aponta
que este último seja o autor mais provável.

Quem recebe as cartas são as doze tribos que se encontram na dispersão, na diáspora, são as pessoas que se dispersaram por conta das perseguições e fundaram comunidades em várias partes. Assim, essa epístola é escrita para as pessoas crentes em Jesus, onde quer que elas estivessem.
A carta de Tiago tem uma perspectiva muito prática, não é à toa que ele enfatiza a ação, as obras, como expressão da fé (Tiago 1.24), da verdadeira religião (v.27) e também a importância da observância e cumprimento da lei (2.11-12; 4.1). Esse ensino causou incômodo para a tradição protestante. Lutero, por exemplo, não simpatizou com essa carta, isto porque, tal ensino parecia contrário aos ensinamentos do apóstolo Paulo sobre a justificação pela graça e não pela lei. Mas, seriam tais afirmações contraditórias?

Elza Tamez, professora mexicana, afirma que o conceito de lei em  Tiago tem a ver com obras boas, enquanto em Paulo está atrela da a rituais e sacrifícios. Ela ainda afirma que “é a vida de Jesus que orienta a fé que salva” e Cristo em sua caminhada sempre fazia o bem.
Quanto ao texto em destaque nesse estudo, é parte de um bloco da carta que compreende do capítulo 4.13 até 5.6 e que trata da autossuficiência dos ricos, sua corrupção e exploração das pessoas mais pobres.

No texto da nossa lição, Tiago chama atenção das pessoas que têm feito seus planejamentos, especialmente aqueles que caminham para um lucro por meios corruptos (4.13; 5.2), sem se preocuparem com o próximo, especialmente as pessoas pobres, um tema muito importante para o autor (2.5-9). Ao chamar atenção destas pessoas, ele aponta o conhecimento limitado, a fragilidade e impossibilidade de saber o que acontecerá no amanhã (3.14). Em seguida, Tiago traz instruções de como prosseguir: é preciso submeter-se ao Senhor, buscar a orientação e a vontade de Deus em relação ao planos e projetos: “Se o Senhor quiser...” (v.15).

O grupo a quem o autor se refere caminhava na direção contrária a isso. As pessoas não só planejavam sua vida de forma autossuficiente, como se orgulhavam disso. Sobre o orgulho e a autossuficiência, Tiago afirma que isso é maligno (v.16). Depois de sua instrução, termina com o alerta de que, quem ignora tal verdade, mesmo sabendo dela, estará em pecado (v.17).


Palavra que ilumina a Vida

Interessante é voltar ao tema de “a quem se destina essa carta”: as pessoas crentes em Cristo, que Tiago faz questão de chamar de irmãs (1.2). Ler esse texto pensando nas pessoas que não conhecem a Cristo é muito mais tranquilo e menos comprometedor. Agora, pensá-lo levando-
-se em conta que ele se destina a nós, crentes em Jesus Cristo, nos desafia a pensar como estamos agindo em relação a nossa vida e refletir sobre o lugar que Deus tem ocupado em nosso projetos, sonhos e desejos. Um provérbio conhecido e que jamais pode ser esquecido é “O coração do ser humano pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor”
(Provérbios 16.1). Isso não tira de nós o direito de sonhar ou planejar, mas aponta também a necessidade de reconhecer que Deus é quem traz a resposta correta. Isso requer fé, confiança em Deus e, nesse sentido, outro provérbio nos ensina: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Provérbios 3.5).

Quando confiamos no Senhor, o colocamos no centro da nossa vida e isso fortalece o nosso entendimento de que ainda que não tenhamos conseguido o que desejávamos, sabemos que Deus está cuidando  da nossa existência, com o melhor projeto para nós.
Na maioria das vezes, não estamos preparados para o insucesso, há situações que nos pegam de surpresa, tudo está indo de vento em popa, estamos agindo corretamente, quando de repente, as coisas mudam. Fazemos de tudo para entender e nem sempre conseguimos. Abandono, descrença, desmotivação em recomeçar podem ocupar o coração.

Para muitas situações inesperadas que nos acontecem não temos explicações e nem sabemos por que temos que vivenciá-las. Nos resta, ao viver pela fé, buscar sustento na Palavra de Deus que nos diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

Teus são os meus poderes, minha vida; Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim!
Meus dias, sejam curtos, ou cumpridos, Passados em tristezas ou prazer, Em sombra ou luz é tudo como queres, E é tudo bom, se vem do teu querer”.

(Sarah Poulton Kalley: Disponível em: http://www.hinarioevangelico.com/p/hinos-1-137-hinos-138-323-hinos-324-499. html, acesso em 19/08/2016).

Por fim

Algumas vezes nossos projetos e sonhos para o futuro não dão certos e nos frustramos quanto a isso. O grande desafio é não nos frustrarmos, mas nos lembrarmos que Deus sempre tem algo melhor para nós. Não deu certo, continue a orar e buscar de Deus uma nova orientação.

Ao nos submetermos à vontade de Deus, corremos o risco de pararmos projetos já iniciados, de não começarmos aquilo que planejamos e, mesmo sem entender, apenas em obediência, devemos buscar a vontade de Deus, ouvir a sua voz e obedecer a sua ordem. É preciso ter um coração servo, obediente, disponível a se arrepender e certo da promessa de que o Senhor tem bons pensamentos a nosso respeito: “...pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jeremias 29.11). Projetos que colocam a nossa vida, a nossa salvação e a vida de outras pessoas em risco, não fazem parte dos planos de Deus para nós.
Conclusão
Lidar com frustrações não é fácil, mas faz parte da vida. Por meio da Palavra de Deus aprendemos que a melhor maneira de lidarmos com elas é entendermos a nossa pequenez diante da vida; reconhecer a soberania de Deus; submeter nossos planos, sonhos, projetos e desejos ao Senhor, como também zelar pelo bem.

Fácil não é, mas pela Graça torna-se possível. É preciso sabedoria, e como orienta a carta de Tiago: “se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1.5).

Para conversar
Diante das situações de crise e
frustração por projetos interrompidos ou mal-sucedidos, como você se comporta? Partilhe com o grupo 3 textos bíblicos que lhe consolam e ajudam a superar essas experiências de frustração.

 

Leia durante a semana

:: Domingo: Tiago 3.13-17
:: Segunda-feira: Tiago 1
:: Terça-feira: Tiago 2
:: Quarta-feira: Tiago 3
:: Quinta-feira: Tiago 4
:: Sexta-feira: Tiago 5
:: Sábado: Provérbios 3


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Lição 20 - NOSSOS PROJETOS E DEUS - PROFESSOR

 

Texto bíblico: Tiago 4.1-10

Objetivo
Apresentar a Carta de Tiago com alguns de seus ensinos, tais como as obras como
expressão da nossa fé e, os planejamentos pessoais que não excluam Deus e o amor ao próximo.

Para início de conversa
Como nosso tema tem a ver com a afirmativa de que tudo o que planejamos precisamos colocar
diante da vontade de Deus, vamos começar fazendo uma retrospectiva da trajetória. “O que
você vai ser quando crescer? ”
Essa é uma pergunta clássica que escutamos na infância. Pergunte ao grupo o que eles respondiam?
A ideia é perceber o quanto dos sonhos de criança se tornaram realidade. Se tiverem outra experiência de desejos de infância que foram cumpridos, deixe que compartilhem.
Após, pergunte quais dos seus planos foram cumpridos e quais se frustraram no meio do caminho. Depois de um tempo de diálogo, destaque que os planos fazem parte da vida, algumas vezes alcançamos êxito, outras não.
Algumas vezes o que nos tornamos, o que conseguimos, chega a ser bem melhor do que foi pen
sado e planejado anteriormente. Sem saber o que nos espera, somos convidados/as a planejar e apresentar nossos planos a Deus, dele vem a resposta certa, que é sempre a melhor para a nossa vida.

Por dentro do assunto
A epístola de Tiago foi destinada às pessoas cristãs de origem judaica, que estavam dispersas
pelo mundo greco-romano, chamado pelo autor de “as doze tribos”
(Tiago1.1) e que precisavam
ser encorajadas na fé, pelo fato de estarem vivenciando tentações e adversidades
(Tiago 1.2-4). Ele trabalha temas como: a sabedoria de Deus (Tiago1.5),
a brevidade da vida
(Tiago 1.8-11), tentação (Tiago 1.12-15), a fé que precisa manifestar-se em obras (Tiago 2.14), entre outros.
A realização de projetos pessoais também é destacada nesta carta e, embora feita de maneira breve e sutil, o apóstolo enfatiza a necessidade de apresentá-los a Deus, tendo em mente a limitação da vida humana
(Tiago 4.14).
Muito embora sejamos capazes de realizarmos muitas e grandiosas coisas, Tiago nos adverte que o melhor é sempre nos deixar-
mos ser conduzidos/as por Deus. Ele sabe o que é melhor para nós, enquanto nós nem sabemos se de fato se estaremos vivos/as amanhã.
A inquietude quanto ao futuro e o planejamento, muitas vezes exagerado, gera ansiedade e preocupações desnecessárias. Além, é claro, da tão famosa frustração,                                                                                                                        
ocasionada muitas vezes por não  termos nossos propósitos alcançados. Por isso mesmo, o próprio Senhor Jesus orientou seus discípulos e discípulas a buscarem em primeiro lugar o Reino de Deus e deixarem que Ele mesmo acrescente tudo o que for necessário à suas vidas
(Mateus 6.33).
Há uma linda canção em nosso Hinário Evangélico (HE 350) que busca trazer essa compreensão
de que nossas vidas estão nas mãos de Deus e que Ele nos conduz da melhor maneira possível.
Alimentar essa fé proporciona contentamento e tranquilidade quanto ao dia de amanhã. Partilhamos apenas um trecho, se achar pertinente, cante em sua aula: “As tuas mãos dirigem meu destino, Ó Deus de amor! Bom é que seja assim! Teus são os meus poderes, minha vida;
Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim! Meus dias, sejam curtos, ou cumpridos,
Passados em tristezas ou prazer, Em sombra ou luz é tudo como queres, E é tudo bom, se vem do teu querer”. (Sarah Poulton Kalley: Disponível em: http://www.hinarioevangelico.com/p/hinos-1-137-hinos-138-323-hinos-324-499.html, acesso em 19/08/2016).

Por fim
Algumas vezes nossos projetos e sonhos para o futuro não dão certos e nos frustramos quanto a isso. O grande desafio é não nos  frustrarmos, mas nos lembrarmos que Deus sempre tem algo melhor para nós. Não deu certo, continue a orar e buscar de Deus uma nova orientação.

 Para conversar
Diante das situações de crise e frustração por projetos interrompidos ou mal-sucedidos, como você se comporta? Partilhe com o grupo 3 textos bíblicos que lhe consolam e ajudam a superar essas experiências de frustração.                                                                                                                                                                                  

 Leia durante a semana

:: Domingo: Tiago 3.13-17
:: Segunda-feira: Tiago 1
:: Terça-feira: Tiago 2
:: Quarta-feira: Tiago 3
:: Quinta-feira: Tiago 4
:: Sexta-feira: Tiago 5
:: Sábado: Provérbios 3



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Lição 19 - VIVENDO PELA FÉ


Texto bíblico: Hebreus 10.32-39 e 11.1-2

As primeiras comunidades cristãs vivenciaram muitos momentos de perseguição. Assumir-se como cristão ou cristã naquela época significava viver arriscadamente. Assim, uma das tônicas dos escritos do Novo Testamento era o renovo da esperança da Igreja de Jesus. A carta escrita aos Hebreus, que deve ser considerada mais como um texto doutrinário do que propriamente uma carta, possui uma parte exclusivamente destinada a alimentar a esperança dos leitores e leitoras, a fim de gerar encorajamento para seguirem vivendo e anunciando o Reino de Deus.

Fundamento bíblico

Ainda que esteja entre as cartas, este livro não possui características de uma epístola, pois não começa com uma saudação e não indica um destinatário. Somente no final surge uma breve despedida dando uma informação sobre a libertação de Timóteo (Hebreus 13.23). Ainda que seja intitulado Carta aos Hebreus, essa é uma informação que está apenas no título. O corpo da carta trata de assuntos importantes, no entanto, bem gerais, que não propicia pistas de um destinatário
específico. Ainda que a autoria tenha sido, ao longo da história, atribuída a Paulo, ao examinarmos mais de perto o texto, veremos que não existe nada nele que seja possível validar tal afirmativa, ou seja, em nada lembra um escrito paulino.

Uma linguagem recorrente no texto é a atribuição do título de sumo sacerdote a Jesus Cristo
(Hebreus 7.20 a 8.2). Esse é o único livro que apresenta Jesus sob esta perspectiva, que é muito intrigante, pois olhar a vida de Jesus é identificar a sua postura crítica e desafiadora aos sacerdotes de sua época (Mateus 26.57- 67; Lucas 10.30-37). Esse autor parece conhecer muito bem o Antigo Testamento, o próprio texto deste estudo exemplifica isso. Por conta das citações sobre o AT e da argumentação a partir de imagens da cultura e religião judaicas, é possível deduzir que entre as pessoas leitoras dessa “carta” havia um público de origem judaica.
Quando olhamos para
Hebreus 10.32-39 é possível deduzir também que em algum momento
essa comunidade viveu situações muito difíceis e, por isso, era preciso animá-las. É nessa direção que o texto em destaque caminha. Vejamos:
v.32-33: o autor recorre à memória do povo e pede que relembre experiências de grande luta e sofrimento vividos depois que assumiram publicamente sua fé em Jesus (“depois de iluminados”).

Muitas pessoas sofreram na carne o opróbrio (desonra, injúria, afronta) ou sofreram solidariamente com quem estava sofrendo com isso. v.34: esse sofrimento solidário foi desdobrado em ações, muitas pessoas usaram seus recursos, seus bens, em favor de quem sofria. Era a fé que comandava o coração e pela fé as pessoas doaram e não retiveram o que era seu; pela fé entenderam que patrimônio mais valioso do que o material elas tinham.
v. 35-36: pode ser que diante de tanta provação, muitas pessoas fraquejaram e quem sabe até se
afastaram da comunidade
(v.25), mas o autor chama à perseverança, convida a não abandonarem a confiança de que assumiram o caminho certo, pois isso era precioso diante do Pai. Na confiança há galardão, isto é, há recompensa (Mateus 5.11-12; Lucas 6.35-36) v.37-38: aqui aparece o domínio do autor em relação ao Antigo Testamento. Esses versículos encontram concordância em Habacuque 2.3-4. Essa palavra que é fiel e atravessa o tempo revela que Deus é e sempre será o único Deus, Todo Poderoso, que lutará em favor do seu povo sem jamais abandoná-lo. É preciso relembrar as Escrituras e a promessa de Jesus.

v.39: ao relembrar a história, a trajetória do povo, o autor conclui a marca da comunidade: gente que não retrocede, que tem fé, que persevera e entende o fundamento da perseverança: a conservação da vida em Cristo Jesus por meio da sua Graça. Assim, esse versículo aponta para um texto de Hebreus muito conhecido entre nós, por definir o que é fé, vejamos: 11.1: “... fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”. Em meio a situações de incerteza, a fé orienta a forma de olhar a vida, pois situações de tribulação intensa não permite que vejamos saídas ou escape e nesse sentido, ter fé é ser guiado/a não pelo que se vê, mas pela esperança e confiança de que ainda que o choro dure uma noite, a alegria virá pela manhã (Salmo 30.5).


Assim, fé é não precisar ver para crer
(João 20.29). 11.2: a fé em Deus é demonstrada por meio do testemunho e, por outro lado, é ela que gera um bom testemunho. Mais uma vez o autor recorre a memória, citando os antigos, as pessoas que na trajetória do povo de Israel creram em Deus e obtiveram resposta à sua fé. O capítulo 11 trata do testemunho desses homens e mulheres.
Palavra que ilumina a vida

A beleza desse texto está na palavra de ânimo para quem vive tempo de dificuldades. Como é bom receber suporte quando o desânimo toma conta do coração. Nós sabemos muito bem dos benefícios da esperança e das consequências da sua falta.

Esperança é algo vital para o ser humano, é ela que não nos faz sucumbir diante das muitas provações que vivenciamos. Pessoas, deuses, objetos são alvos onde o ser humano costuma colocar a sua esperança; no entanto, crentes em Cristo Jesus sabem que Ele é a nossa única e verdadeira esperança (2 Tessalonicenses 2.16-17; 1 Pedro 3.15-16).

Em tempos de desesperança experimentados por nós, nossa família, irmãos e irmãs, comunidade e outros espaços que vivenciamos, podemos nos inspirar nesse texto para o renovo da nossa fé e para saber como lidar com a desesperança, mantendo-nos firmes em tempos de tribulação: Relembrar as ações de Deus a favor da nossa vida é uma reflexão saudável: A beleza de caminhar com Cristo, tornando-nos completamente dependentes Dele nos ajuda a perceber a sua maravilhosa Graça e seu livramento nas grandes e pequenas coisas. Deus é fiel e se importa conosco e, certamente, o Deus que agiu no passado é o mesmo que cuida de nós hoje.
Não “fechar-se” em si, mas preocupar-se com o próximo: situações difíceis podem nos levar para dentro do nosso problema de forma que esqueçamos de tudo mais que está em nossa volta. Nossas dores são importantes e devem ser valorizadas e cuidadas, entretanto, outras pessoas também estão sofrendo. Não se trata de medir ou comparar sofrimentos, “cada um sabe onde seu calo aperta”. Nenhum problema deve ser menosprezado. No entanto, a fé dá condições e nos desafia a nos preocuparmos com o próximo apesar das nossas provações.

Muitas vezes, o olhar que temos sobre nós ou a forma como outras pessoas nos veem nos coloca para baixo, nos menospreza ainda mais.

É comum que em tempo de luta nos sintamos incapazes e sem força.

Em tempos assim, é importante refletir sobre como Deus nos olha: Como pessoas fracas? Antes de tudo, Deus nos olha com amor.

Estar numa classe de Escola Dominical, nos cultos semanais, nos grupos pequenos, apesar de toda nossa tribulação, revela que somos gente de fé! Não esqueça disso! Você é do grupo que não retrocede, antes tem fé e por isso persevera. Lembre-se que o seu testemunho de fidelidade a Deus e superação das dificuldades abençoará a vida de muitas pessoas.

Conclusão
Inspirado por Deus, o autor do livro de Hebreus animou o povo e essa palavra também nos anima hoje. É na Palavra de Deus que encontramos inspiração para nosso testemunho, consolo para nossa angústia e alimento para nossa fé. Invista na leitura e reflexão da Bíblia e se comprometa a anunciar a Palavra de Deus para quem sofre.

Para conversar
Em tempos de aflição como agir para impedir que a sua relação com
Deus e com a comunidade de fé seja abalada?
Como a Igreja pode intervir em tempo de sofrimento de um dos
seus membros?

Leia durante a semana
:: Domingo: Hebreus 10.35-39 e Hebreus 11.1-2
:: Segunda-feira: Hebreus 11.3-16
:: Terça-feira: Hebreus 11.17-31
:: Quarta-feira: Hebreus 11.32-40
:: Quinta-feira: Hebreus 12.1-8
:: Sexta-feira: Hebreus 12.12-24
:: 

Sábado: Hebreus 13.20-25 




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Lição 19 - VIVENDO PELA FÉ


Texto bíblico: Hebreus 10.32-39 e 11.1-2

Objetivo
Apresentar a Carta aos Hebreus e suas ênfases nos temas da provação, perseverança, fé e do Sumo-sacerdócio de Cristo.

Para início de conversa

Escreva a palavra perseverança em um cartaz ou na lousa/quadro. Em seguida leia uma citação
do fotógrafo Jacob Riis: Quando nada parece ajudar, eu olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que uma única rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas e eu sei que não foi aquela que conseguiu, mas
todas as que vieram antes. (Jacob Riis).

Peça para que as pessoas comentem essa citação na perspectiva da perseverança. Abra espaço
para 2 pessoas testemunharem experiências de perseverança. Ao final dos testemunhos pergunte ao grupo como se sentiram ao ouvi-los. Ouvir testemunhos de fé e perseverança nos traz esperança, ânimo e desejo de perseverar. Deus usa esses testemunhos para aumentar a nossa fé. Deus nos usa para alimentar a fé das pessoas.

Temas como fé, perseverança, resistência e insistência estão no conteúdo da Carta aos Hebreus.



Por dentro do assunto

A Carta aos Hebreus foi escrita na época do Imperador Domiciano (81-96 d.C). Nos primeiros anos do governo, ele administrou os assuntos públicos com justiça e energia, mas a partir dos anos 90 foi se degenerando progressivamente, tornando-se um grande tirano. Deu a si mesmo o título de “Senhor” e se divinizou em vida.


Na antiguidade clássica, tanto na Grécia quanto em Roma, era essencialmente sobre a religião
que se fundava a “polis”, a cidade (e por cidade deve se entender o Estado, a política); desta maneira ela representava a reunião dos que tinham os mesmos deuses protetores e cumpriam o ato religioso no mesmo altar.

O culto formava um laço de união e dava coesão a toda sociedade.

Renegar aos deuses era não somente apostasia, mas uma traição à Pátria; e o ato religioso era
um ato cívico. A religião era uma função de Estado, desempenhada por pessoas especialmente designadas para isso. Nela, a interioridade não contava: era uma religião de atos formais, de culto puramente exterior. Otávio, aquele que deu início ao Império, introduziu a divinização do imperador com a finalidade de desenvolver a penetração, a implantação segura e a coesão do Império. Como resultado desta ideologia, os romanos acreditavam que os deuses se irritavam com a presença de pessoas que adoravam outro Deus e lhe recusavam culto.

O povo cristão era considerado ateu e rebelde contra o Estado.

A expansão do Cristianismo era uma ameaça política, pois a coesão do Império se baseava na
religião do Imperador. O Cristianismo era considerado uma associação ilícita, o que significava
crime.
É em meio a este cenário que os cristãos e cristãs chamados aqui de hebreus, eram desafiados a
não desanimarem e viverem sua fé com perseverança.

O texto de Hebreus tinha como objetivo reanimar o povo cristão, uma comunidade que, após muitos anos vivenciando sua fé com muita alegria e firmeza, diante das lutas e perseguições,
desanimou e perdeu o vigor.

De igual forma, muitas situações tendem a querer desanimar a Igreja de Cristo em sua caminhada. Permanecer firme, relembrando as provações que vivenciaram nossos pais e mães na fé (Hebreus 11) é um dos conselhos e exortações apresentados neste livro.
“A fé transforma-se em esperança e é praticamente idêntica a perseverança, firmeza. No entanto,
se for difícil crer, a comunidade deve olhar para os que anteriormente se exercitaram na fé. Deve
olhar (11.2) para os antigos, pois desde os primórdios, a relação de Deus com os homens está baseada na fé. Ninguém podia servir a Deus, a não ser crendo. Os antigos creram, e não creram em vão.

Deus prestou seu testemunho em relação a eles e tudo o que os antigos alcançaram foi dádiva de
Deus para aqueles que se exercitaram na fé. Essa certeza é reassumida pelo verso 6 do capítulo 11 que afirma: ninguém pode chegar até Deus, a não ser em fé. A fé é condição imposta por Deus àquele que quer participar do culto da comunidade (quem que
 vir até Deus). Este confia
na existência de Deus e espera pela recompensa”.

(DREHER, Martin. Hebreus 11.1-2,6,8-10. Auxílio Homilético. Proclamar Libertação - Volume: IX. Disponível em: http://www.luteranos.com.br/conteudo/hebreus-11-1-2-6-8-10, acesso em:

18/08/2016). Assim, a carta aos Hebreus nos apresenta ingredientes necessários para não esmorecermos diante das dificuldades: fé (Hebreus 11), compromisso (Hebreus 10.23-25) e persistência (Hebreus 12.2-3).


Por fim

Retome o tema da dinâmica inicial, relembre a turma sobre o nosso compromisso de consolar
e animar as pessoas. É importante termos sempre palavras encorajadoras (e não o contrário),
para sustentar quem se encontra enfraquecido/a na fé. De igual forma, quando o desânimo bate em nós, podemos buscar na Bíblia e nos testemunhos de fé forças para reavivar a nossa esperança.
Pela fé em Cristo, nós não somos daqueles e daquelas que retrocedem, ao contrário, permanecemos firmes na Graça de Deus que nos assiste em todo tempo.

 

Para conversar
Em tempos de aflição como agir para impedir que a sua relação com
Deus e com a comunidade de fé seja abalada?
Como a Igreja pode intervir em tempo de sofrimento de um dos
seus membros?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: Hebreus 10.35-39 e Hebreus 11.1-2
:: Segunda-feira: Hebreus 11.3-16
:: Terça-feira: Hebreus 11.17-31
:: Quarta-feira: Hebreus 11.32-40
:: Quinta-feira: Hebreus 12.1-8
:: Sexta-feira: Hebreus 12.12-24
:: Sábado: Hebreus 13.20-25

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O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

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Lição 18

FILEMOM: A IMPORTÂNCIA DA RECONCILIAÇÃO

 

Texto bíblico: Filemom 8-20

A Carta a Filemom é classificada como uma epístola pessoal. Paulo escreve a Filemom, um homem cujo o escravo, Onésimo, havia fugido e então se encontrava na presença do apóstolo. Nada sabemos dos motivos que levaram à fuga de Onésimo. Especula-se que ele, após furtar o seu senhor e, consciente de uma severa punição, tenha fugido ao encontro de Paulo. Esta é uma carta pequena, simples, não há nela um tratado de fé. No entanto, ela nos aponta que o Evangelho é um poderoso instrumento de reconciliação e restauração.

 Fundamento bíblico

O objetivo desta carta escrita a Filemom era de prepará-lo para aceitar Onésimo de volta em suas terras (Filemom 12). Onésimo era escravo e havia fugido, deixando o seu senhor indignado. Paulo resolveu intervir nessa situação, pois conhecia Filemom e o respeitava, sabia do seu bom coração, havia laços de afeto entre eles (v. 9). O apóstolo encontrava nisso a certeza de que o mesmo compreenderia e aceitaria a importância desse pedido.

Onésimo foi evangelizado por Paulo enquanto o apóstolo estava preso. Paulo descreve essa
conversão como um parto: “meu filho Onésimo, que
gerei entre algemas” (v.10). Paulo considerava filhos e filhas as pessoas que ele gerava por meio da sua evangelização. Onésimo, além de filho, tinha um valor mais especial ainda, era seu próprio coração (v.12), em algumas versões bíblicas o versículo 12 está assim descrito: “Eu to envio, recebe-te como a mim mesmo”.
A pregação do Evangelho é sempre mais eficaz quando feita pelo testemunho pessoal. Paulo, por
amor de Jesus, suportou sofrimentos que afetavam não somente o seu estado físico, mas
também o emocional, já que se encontrava preso como um malfeitor. Possivelmente a cadeia
propiciou a Paulo a reflexão sobre a perversidade que é a escravidão. Uma pessoa quando nascia escrava estava determinada a morrer nessa condição de inferioridade, mesmo fugindo, ainda era considerada como escrava.

Paulo acolhe e evangeliza Onésimo, que se converte. Onésimo foi tratado pelo apóstolo de uma maneira muito diferente para os costumes da época. Paulo não o viu como “coisa”, objeto, propriedade, mas como um ser humano.

É bem verdade que não vemos nessa carta um manifesto de Paulo contra a escravidão. No entanto, o simples fato de se referir a Onésimo como “filho” (v.10) já nos mostra os conceitos de dignidade e igualdade que permeavam a mente e o comportamento de Paulo.

Onésimo antes era visto apenas como um escravo, mas agora era reconhecido pelo apóstolo como alguém importante no Reino de Deus. Paulo se alegrava em tê-lo como amigo na prisão, reconhecendo o quanto sua presença e ajuda eram fundamentais (v. 11).

Mesmo querendo ter seu novo filho na fé por perto, ele devolve-o a Filemom e o desafia a aceitá-lo (vv.13-15).

Paulo desejava tanto a reconciliação entre esses dois homens, que ele mesmo escreveu esta carta.
Naqueles tempos, algumas cartas foram escritas por colaboradores de Paulo que o faziam em seu nome. Neste caso, o apóstolo queria certificar-se de que Filemom entenderia o quanto essa acolhida a Onésimo seria importante
(v. 15-17), por isso, passou ele mesmo a escrever-lhe (v.19).

Palavra que ilumina a vida

Como apóstolo, Paulo sabia de seu direito de ordenar que Filemom recebesse seu escravo (v.8).
No entanto, por ser uma situação delicada, em que deveria haver perdão para uma nova oportunidade de convivência, ele prefere o vínculo do amor
(v.9), então abre mão de sua autoridade pastoral e faz um pedido ao seu amigo: que apesar do seu orgulho ferido e do prejuízo financeiro, recebesse Onésimo, não mais como um escravo, mas como um irmão em Cristo (vv.15-16). Isso aponta o valor maior da reconciliação.

Quantas vezes perdemos de vista a bondade de Deus, justamente porque nos tornamos intransigentes, considerando que nosso posicionamento reflete a verdade? Pela oportunidade de
ver dois irmãos na fé se reconciliarem, Paulo não vê nenhuma dificuldade em pedir, quase implorar, para que houvesse retrocesso numa situação aparentemente sem solução Paulo se engajou completamente para restaurar os laços entre Onésimo e Filemom, a ponto de assumir os danos que Onésimo pudesse ter causado ao seu senhor
(vv.18-19). Isso pode nos levar a
questionar o quanto nos envolvemos para propiciar a paz entre as pessoas? Quais são os métodos e argumentos que utilizamos para isso? Com Paulo aprendemos a agir em amor e a mostrar, por meio do Evangelho, argumentos em favor da paz entre as pessoas.

Na carta, Paulo aponta que Jesus Cristo é o Senhor, nós seus servos e servas e, por meio Dele, irmãs e irmãos sem nenhuma distinção.

 

Paulo é enfático: “Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim
mesmo”
(v. 17). A Filemom é dada uma responsabilidade. Ele não tem mais somente um escravo, uma propriedade física, uma coisa. Ele passa a ter um irmão “caríssimo”. A atitude de Filemom deve ser outra ao receber o irmão Onésimo.

Por exercitar o perdão, Filemom não poderá mais cobrar de Onésimo atos de sua antiga vida. Não poderá lembrar constantemente os atos passados, nem exercer qualquer tipo de punição, pois o que se encontra à sua frente não é mais um escravo fujão, um ladrão inconsequente, mas um irmão na fé que vem altamente recomendado. As recomendações de Paulo a respeito de Onésimo, atestam que agora ele é uma nova pessoa, digna de confiança.

Ele creu em Jesus e sua vida foi transformada.

Essa nova situação nos faz responsáveis por aqueles e aquelas que são alcançados/as pela gra-
ça divina. Se Deus não se lembra mais dos seus pecados
(Isaías 43.25), por que Filemom se lembraria? O perdão abre o caminho para a aceitação, para amarmos novamente aquelas e aqueles que nos ofenderam.

A igreja é um espaço para promovermos a reconciliação, pois é lugar propício (embora não seja
o único) para ouvirmos a voz de Deus nos chamando para esta necessidade. Devemos sempre
nos lembrar que essa reconciliação passa primeiro pelo caminho do perdão. Se não houver perdão verdadeiro, qualquer tentativa de reconciliação terá data para terminar

Conclusão
Assim como Paulo insistiu na reconciliação destes homens, Deus tem agido em nós, através de seu Espírito, para também promover reconciliação onde e com quem houver necessidade. O Evangelho pode comunicar nova vida e novo sentido ao ser humano. Nós somos portadoras e portadores dessa Boa Nova de restauração e devemos, portanto, trabalhar para promover a paz entre todas as pessoas (Mateus 5.9). Devemos ser mediadoras e mediadores, arautos (mensageiros/ as) da paz e da concórdia. Assumir com Deus a missão de construir o Reino é receber, sem cobranças ou fardos, aquelas e aqueles que Ele nos envia e que, como nós, são alvos do Seu amor.

Para conversar

O que significa ser uma pessoa mediadora?

É licito abrir mão de certas convicções para promover a reconciliação ou devemos ser mais rígidos em nossos juízos?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: Filemom 1.8-20
:: Segunda-feira: Filemom 1.1-7
:: Terça-feira: 2 Coríntios 5.18-20
:: Quarta-feira: Romanos 5.10-11
:: Quinta-feira: Mateus 5.23-24
:: Sexta-feira: Lucas 12.58-59
:: Sábado: Filemom 1.21-25


 




REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS


Lição 18 -PROFESSOR


FILEMOM: A IMPORTÂNCIA DA RECONCILIAÇÃO


 


Texto bíblico: Filemom 8-20


 Objetivo


Analisar a importância da reconciliação e também a necessidade de sermos reconciliadores/as entre as pessoas.



Para início de conversa


Faça uma dinâmica utilizando folhas de papel (pode ser papel usado/material para reciclagem).
Distribua uma folha para cada pessoa e peça que amassem essa folha o quanto puderem. Em seguida peça que desamassem a folha, o quanto puderem, depois faça a seguinte pergunta: essas folhas poderão voltar a ser como antes? Em seguida, explique que, assim como, amassar as folhas mudou-as para sempre, na vida temos experiências que nos marcam, nos ferem e, nos mudam, mas, embora marcados/as, Deus pode restaurar, perdoar e reconstruir nossas vidas, dar outro significado para as nossas marcas especialmente tirando delas a dor que nos feriu por tanto tempo.



Por dentro do assunto


A Carta a Filemom é classificada como uma epístola pessoal. Paulo escreve a Filemom, um homem cujo o escravo, Onésimo, havia fu gido e então se encontrava na presença do apóstolo. Assim, o conteúdo desta pequena carta, ainda que escrita, primeiramente, como um bilhete entre amigos, denuncia a sociedade romana que reafirmava o sistema escravagista como a principal força de trabalho explorada pelo Império Romano, que dependia basicamente dela.
Na lição do/a aluno/a, abordamos mais enfaticamente o tema da reconciliação, no entanto, vale destacar que o pano de fundo dessa carta trata de um tema que ainda hoje é presente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil: o trabalho escravo. Por isso, apresentamos aqui algumas considerações sobre a escravidão sustentadas pelo Império Romano.


 

Verner Hoefelmann afirma: “A produção de riquezas, nascida da exploração do trabalho escravo,
caracterizava toda a formação econômica, social, política e cultural da sociedade romana. Calcula-se que um terço dos habitantes do Império estava submetido a alguma forma de escravidão (...)”.

 

Eles não eram vistos como pessoas, e sim, como instrumentos de trabalho. Ao lado das ferramen tas mudas (enxadas, arados) e semimudas (animais), eles formavam as “ferramentas falantes” de trabalho, como dizia Aristóteles. Como coisas, estavam totalmente sujeitos à vontade do dono, que tinha um domínio quase absoluto sobre seus corpos. Não tinham dia de descanso, nem jornada de trabalho definida. Apenas no âmbito do judaísmo havia algumas leis de proteção a escravos (Êx 21.1-11)”. Acesse e leia o texto completo. (HOEFELMANN, Verner. Filemom 8-21. Auxílio homilético. Proclamar Libertação - Volume: XXIX.

Disponível em: http://www.luteranos.com.br/textos/filemon-8-21, acesso em 17/08/2016).
João Wesley também vivenciou a presença da escravidão em sua sociedade e a repugnou veementemente. Em sua carta à William Wilberforce, declarou: “A escravidão é uma vilania nojenta, um escândalo para a Inglaterra e para a humanidade. Fico chocado quando um homem, por ser negro, é enganado ou atacado por um branco e não pode se defender…
Vá em nome de Deus e no poder do Seu Espírito, para que a escravidão americana, a mais infame que já se viu sob o sol, seja bani
da para sempre”. (Trecho da última carta que escreveu antes de morrer. A carta foi escrita a William Wilberforce, figura fundamental na abolição do tráfico de escravos na Inglaterra, em 1807).

Filemom morava com sua irmã Áfia e também com Arquipo (v.2). Em sua casa havia uma comunidade cristã, isso pelos idos dos anos 56-60. Paulo o conhecia bem, eram irmãos em Cristo Jesus. Por esta razão, o apóstolo sentiu-se na liberdade de pedir a Filemom que perdoasse, se reconciliasse e aceitasse Onésimo de volta, não o tratando como escravo, mas sim, como um irmão amado (v. 16).

Quando estamos em Cristo Jesus, perdoar torna-se um ato de fé, vai para além da nossa vontade, este ato se coloca como mandamento de Jesus e, também como desafio para o nosso processo de santificação.

 O perdão gera reconciliação que deve ser demonstrada por meio das atitudes, da mudança de comportamento.


Filemom servia a Deus, mas precisava mudar a forma de se relacionar. Não é possível ser liberto por Cristo e manter pessoas escravizadas. Nós podemo é aceitável diante da fé em Cristo Jesus. Precisamos ouvir a advertência, reconhecer que erramos e transformar a vida, isso é bom para gente e para o próximo.


Paulo era muito amigo de Filemom, mas isso não o impediu de mostrar a verdade a Filemom, advertindo-o de seu engano. Isso é a verdadeira demonstração de afeto. Além disso, Paulo escutou Onésimo, o outro lado da história. Em seguida fez a opção de trabalhar pela paz. Se agirmos assim, dentro e fora da nossa comunidade de fé, transformaremos o mundo! 


Por fim

Diante da folha amassada da dinâmica, afirme que “Cristo ensinou que nos amássemos e não nos amassássemos”. Um dos grandes desafios da vida é construir relacionamentos que sejam pautados no amor, no respeito, na tolerância e em sentimentos e ações que valorizem a outra pessoa e não a diminuam. Não devemos “amassar” ninguém, mas também colaborar para que outras pessoas não sejam amassadas, mas caso isso aconteça, nos resta outro desafio: ser sinal da Graça de Deus para ajudar as pessoas a se reconstruírem e se recomporem.

 

Conclusão
Assim como Paulo insistiu na reconciliação destes homens, Deus tem agido em nós, através de seu Espírito, para também promover reconciliação onde e com quem houver necessidade. O Evangelho pode comunicar nova vida e novo sentido ao ser humano. Nós somos portadoras e portadores dessa Boa Nova de restauração e devemos, portanto, trabalhar para promover a paz entre todas as pessoas (Mateus 5.9). Devemos ser mediadoras e mediadores, arautos (mensageiros/ as) da paz e da concórdia. Assumir com Deus a missão de construir o Reino é receber, sem cobranças ou fardos, aquelas e aqueles que Ele nos envia e que, como nós, são alvos do Seu amor.

 

Para conversar

O que significa ser uma pessoa mediadora?

É licito abrir mão de certas convicções para promover a reconciliação ou devemos ser mais rígidos em nossos juízos?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: Filemom 1.8-20
:: Segunda-feira: Filemom 1.1-7
:: Terça-feira: 2 Coríntios 5.18-20
:: Quarta-feira: Romanos 5.10-11
:: Quinta-feira: Mateus 5.23-24
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REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 17

PASTOREAR E SE DEIXAR PASTOREAR

Texto bíblico: Tito 1.1-5

Quem foi Tito? Por meio das cartas de Gálatas e 2 Coríntios, sabe mos que ele era grego e foi um companheiro de Paulo na Missão. -Viajaram juntos para Jerusalém (Gálatas 2.1-3) e também foi enviado por Paulo como conciliador na Igreja de Corinto (2 Coríntios 7.6; 8.6;8.16-17), já que esta tinha uma difícil relação com o apóstolo. Depois dessas experiências foi para região da Dalmácia (região do Império Romano que hoje corresponde à Croácia) e também para a ilha de Creta. A atuação missionária de Tito parece ter sido de extrema relevância, pois uma carta foi enviada a ele quando estava em Creta.

A partir desta carta podemos conhecer um pouco da realidade das irmãs e irmãos cretenses e das dificuldades e experiências vivenciadas por Tito.

Fundamento bíblico

A carta enviada a Tito é uma carta de pastoreio, todo o seu conteúdo assume a função de orientar Tito em sua atuação pastoral com o povo de Creta. O início desta carta nos mostra que essa comunidade vivenciava um tempo de desorganização (Tito 1.5), problemas com
indisciplina (v.7) e com falsas doutrinas (v.11).

A fama dos cretenses não era nada boa, o próprio Paulo cita um poeta cretense, chamado
Epimênides, que define o seu povo como: “mentirosos, feras terríveis, ventre preguiçosos”
(v.12). Obviamente que toda generalização é muito perversa, mas inegavelmente, pelo menos nas igrejas, certos problemas de conduta estavam acontecendo.

Assim, percebe-se que a tarefa de Tito não foi nada fácil. A carta tinha o objetivo de orientar, pastorear e animar Tito diante desse desafio missionário.

Como organizar aquela comunidade? Paulo o instruiu a estabelecer critérios para as funções exercidas na igreja (1.5-9). Ao analisarmos estes critérios, percebemos que eles apontam para uma conduta ética, condizente com os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. Para o exercício ministerial na igreja era preciso que as pessoas escolhidas tivessem um bom testemunho pessoal, familiar e comunitário. A vida íntegra deveria começar em seu coração, em casa, para depois expressar-se na Igreja.

O exercício ministerial implicava em ter poder, condições, tanto para exortar pelo reto ensino quanto para convencer os que o contradizem (v.9). Isto porque a comunidade vivenciava uma série de conflitos teológicos (vv. 10-14), além de um discurso que não se refletia na prática (v.16).

O que ensinar naquela comunidade? A sã doutrina (Tito 2.1). Paulo é bem explícito quanto a isso, ele sabia que conhecer a sã doutrina implicava num comportamento coerente com a verdade ensinada. A doutrina sã colaboraria com uma reta conduta pessoal que,
por consequência, propiciaria à comunidade, relações saudáveis e cordiais (vv.2-10). Certo da limitação humana, Paulo destacou que tais mudanças e comportamentos seriam frutos da graça de Deus sobre a sua Igreja e também alertou que deveria ser a conduta de quem aguardava, com esperança, o regresso de Jesus Cristo (vv.11-14).

Obviamente que ao cumprir tais orientações, Tito teria problemas e muita resistência. Como superaria isso? Paulo aponta a necessidade de exortar e repreender a igreja com toda autoridade, não permitindo que ninguém o desprezasse (v.15). Vale destacar que autoridade em nada tem a ver com autoritarismo e de forma alguma pode desencadear nele.

No capítulo 3, o autor da carta justificou a importância do respeito às autoridades e como Tito poderia fazer isso: lembrando-lhes da importância da obediência (Tito 3.1), do respeito e cordialidade com as lideranças estabelecidas e as demais pessoas (v.2), isto Paulo falou a partir da sua própria experiência, nunca se isentando de que passou por momentos ruins,
onde suas atitudes não eram dignas de aprovação (vv.3-4).

É a graça de Deus que opera a mudança na vida das pessoas.

Tito de forma confiante deveria apontar a importância dessa mudança, a fidelidade de Deus e também a esperança gerada por Seu amor (v.8). Assim, o ensino com autoridade e não com autoritarismo, seria marcado pelo fato de Tito não se envolver em discussões desnecessárias (v.9) e  nem impor desrespeitosamente seus ensinamentos (vv.10-11).

A carta termina com recomendações a respeito da trajetória missionária a ser seguida por Tito (v.12): ele deveria dirigir-se a Nicópolis quando um outro missionário chegasse à Creta (Tito 3.12). Em seguida, Paulo recomenda que ele cuide e colabore na formação de outras lideranças (13-14). Suas últimas palavras são de saudação aos amigos e amigas fiéis (v.15).

Palavra que ilumina a vida

A partir da carta de Tito, podemos traçar algumas considerações sobre a nossa atuação ou liderança ministerial.

A importância do discipulado.

inguém nasce sabendo. Ser uma pessoa cristã é viver em constante processo de discipulado, isto é, sob a orientação dos ensinamentos de Jesus. Isso requer um coração “ensinável”, disposição para aprender e humildade para reconhecer que não se é autossuficiente. Em nossa atuação ministerial precisamos de pastoreio, precisamos de humildade e disponibilidade para ouvir a orientação de outras pessoas sobre o nosso trabalho. Paulo foi pastoreado por homens e mulheres (Romanos 16.3; Romanos 16.2) e assim pastoreou outras pessoas. 
Tito recebeu o pastoreio de Paulo e pastoreou a igreja de Corinto, da Dalmácia e de Creta.

A importância do testemunho pessoal e na família.

Uma piada que circula em nosso meio é aquela que a esposa e o filho de um líder religioso desejam se mudar para Igreja, pois o comportamento daquele homem na igreja era muito melhor do que em casa.

Infelizmente, há muito de verdade nessa piada. Esse é um grande desafio para quem exerce uma liderança ou tem uma engajada atuação missionária.

Nosso primeiro campo missionário é a nossa família. Muitas vezes exortamos as pessoas na igreja a terem um certo comportamento em suas casas: respeito aos filhos e filhas, vida de oração com a esposa ou marido, culto doméstico, paciência, demonstração gratuita de afeto e etc. E nós? Temos assim agido? A sã doutrina quer nos providenciar a mudança de comportamento que anunciamos para as pessoas. Encontramos na Graça de Deus o estímulo e a força para tal mudança.

Para todas as pessoas essas considerações são muito importantes. Cada aluno/a deve escolher uma delas para apresentar em oração. Se achar pertinente, faça grupos de oração, para que as pessoas intercedam umas pelas outras.

A importância de abrir mão do autoritarismo. “Já não vos chamo de servos, mas de amigos” (João 15.15), com essa expressão Jesus Cristo apontou o caminho que ele seguiria em sua liderança: a amizade. Sem abrir mão das funções e exigências que os nossos cargos estabelecem, precisamos ter muito cuidado com a maneira que atuamos, “enfiar goela abaixo” nossas convicções e projetos não aproxima ninguém, pelo contrário, só afasta. Saber dialogar, esperar, falar e a também saber a hora de calar, são fundamentais para nossa atuação missionária.
Conclusão
Quando nos colocamos à disposição do Senhor, muitas vezes nos surpreendemos com as dificuldades que se apresentam, nos sentimos ínfimos/as e até amedrontados/as. Na missão existem tarefas de todo tipo, mas em todas elas Deus nos capacita e, se Ele nos escolheu, tenhamos a certeza de que nos orientará a fazê-las. Não despreze a ajuda de outras pessoas em seu trabalho, realize-o com temor e tremor e ame toda as pessoas que Cristo colocou ao seu redor para que você as auxilie.

Para conversar

Quais são os desafios de liderar uma comunidade, um grupo pequeno, uma sociedade ou um ministério?  Quais são os desafios de obedecer e respeitar as lideranças instituídas sobre as nossas vidas

Leia durante a semana
:: Domingo: Tito 1.1-5
:: Segunda-feira: Tito 1.10-16
:: Terça-feira: Tito 2
:: Quarta-feira: Tito 2
:: Quinta-feira: João 13.1-20
:: Sexta-feira: João 15
:: Sábado: 2 Coríntios 5.18-21; 6.1-13



 REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 17 - PROFESSOR

PASTOREAR E SE DEIXAR PASTOREAR

Texto bíblico: Tito 1.1-5

Objetivos
Conhecer a atuação de Tito junto à sua comunidade de fé; entender a importância de andarmos conforme os preceitos bíblicos, a fim de que nossas obras não sejam rejeitadas por Deus.

Para início de conversa

Leia o texto bíblico e depois convide o grupo a pensar em quais são as principais dificuldades que surgem quando exercemos um ministério. Depois de listarem as dificuldades, peça que o grupo aponte soluções para elas. Em seguida, aponte que diante das dificuldades, Paulo colaborou para que Tito desempenhasse seu ministério da melhor forma.

Por dentro do assunto

A Carta de Paulo a Tito é na verdade uma orientação a este, que seria o líder desta recém-inaugurada igreja da ilha de Creta.

 

Paulo apresenta orientações muito importantes para a sua prática pastoral: como liderar e organizar as comunidades da ilha; como escolher seus dirigentes (1.5-9); como inibir os ensinos de doutrinas falsas (1.10-16); como preparar as pessoas para a vida cristã (2.1-10); como proceder na vida diária e pública (2.11-3.2).

A estas exortações a Tito, Paulo enfatizava com repetição: “Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade…” (2.15) e “Fiel é esta palavra, e quero que a proclames com firmeza…” (3.8).
Tito foi membro da comunidade cristã de Antioquia, após converter-se do Paganismo.

Tornou-se companheiro de Paulo e Barnabé na viagem feita para o Concílio de Jerusalém, por volta dos anos 50. Embora pouco mencionado nos relatos bíblicos, foi um grande colaborador do apóstolo Paulo, antes de Timóteo. Paulo o apresenta como um cristão convicto de sua fé em Cristo (Gálatas 2.1-3).

 Foi um dos poucos que visitou e consolou Paulo em sua prisão em Roma. Fez isso antes de partir para Dalmácia (2 Timóteo 4.10).

  Foi também o responsável por intermediar uma reconciliação entre o povo cristão de Coríntio e Paulo (2 Coríntios 7.6-16). Por estas e outras razões, conquistou a confiança do apóstolo, sendo por ele destacado e elogiado em suas práticas.

Depois de galgar alguns importantes passos, como reorganizar a comunidade de Corinto que não caminhava bem, ser o responsável pela entrega da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios, preparando-os para a sua vinda, e nessa mesma comunidade, organizar a coleta para os pobres em Jerusalém (2 Coríntios 8.16-24), o apostolado de Tito tornava-se ainda mais consolidado.
A missão dada a Tito era desafiadora, ele chegou para organizar uma comunidade cheia de
problemas. Nessa carta, como se aborda na lição do/a aluno/a, Paulo insiste que o seu ministério  deve ser marcado, antes de mais nada, por um coerente testemunho. Esse desafio está proposto a nós.

Liderar um ministério na casa de Deus é um privilégio. Essa liderança deve ser entendida como um chamado de Deus para o serviço.

 Como nos tornamos referência para toda a comunidade, nossa liderança precisa ser exercida a 
partir do nosso testemunho e de um coração obediente a Deus. Não podemos achar que resolveremos tudo sozinho/a, precisamos nos submeter a um pastoreio, ao cuidado de outra pessoa.

 

A comunhão entre irmãs e irmãos é fundamental para que o nosso ministério seja bem-sucedido.
Precisamos buscar pessoas que nos pastoreiem para o bom exercício do nosso ministério.
Paulo teve um importante papel na vida espiritual de Tito, ele o pastoreou, o orientou. Tito, ao se permitir a isso, teve êxito em sua tarefa ministerial. As exortações de ambos livraram os cristãos e cristãs de Creta dos falsos ensinos. De igual modo, caminhar ao lado de uma equipe pastoral pautada nos ensinos bíblicos, nos auxilia em nossa caminhada cristã.

Por fim

Nossa lição aponta três considerações para a vida ministerial: a importância do discipulado; do testemunho pessoal e familiar; e de se abrir mão de uma liderança autoritária.

 

Ainda que todas as pessoas não tenham uma liderança na igreja, todas têm um ministério, e mesmo as que ainda não o exerce, deve buscar fazê-lo. Para todas as pessoas essas considerações são muito importantes.

 

Cada aluno/a deve escolher uma delas para apresentar em oração. Se achar pertinente, faça grupos de oração, para que as pessoas intercedam umas pelas outras.

 

Conclusão
Quando nos colocamos à disposição do Senhor, muitas vezes nos surpreendemos com as dificuldades que se apresentam, nos sentimos ínfimos/as e até amedrontados/as.

 

Na missão existem tarefas de todo tipo, mas em todas elas Deus nos capacita e, se Ele nos escolheu, tenhamos a certeza de que nos orientará a fazê-las. Não despreze a ajuda de outras pessoas em seu trabalho, realize-o com temor e tremor e ame toda as pessoas que Cristo colocou ao seu redor para que você as auxilie.

 

Para conversar

Quais são os desafios de liderar uma comunidade, um grupo pequeno, uma sociedade ou um ministério?  Quais são os desafios de obedecer e respeitar as lideranças instituídas sobre as nossas vidas

 

Leia durante a semana
:: Domingo: Tito 1.1-5
:: Segunda-feira: Tito 1.10-16
:: Terça-feira: Tito 2
:: Quarta-feira: Tito 2
:: Quinta-feira: João 13.1-20
:: Sexta-feira: João 15
:: Sábado: 2 Coríntios 5.18-21; 6.1-13



REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 16

MANEJANDO A PALAVRA

Texto bíblico: 2 Timóteo 2.15

A cada dia o mundo moderno tem exigido maior capacitação das pessoas para adentrarem no mercado de trabalho. Como resultado disso, encontramos pessoas altamente qualificadas para diferentes áreas. A importância da qualificação e capacitação exigida para a vida secular, também é reconhecida na vida espiritual. O apóstolo Paulo instruiu o jovem Timóteo a buscar essa capacitação a fim de tornar-se apto para o ensino da Palavra de Deus

 

Fundamento bíblico

Timóteo era discípulo e companheiro de Paulo. Recebeu de seu mestre vários ensinamentos e incentivo para que tivesse maior condição espiritual e intelectual na atuação de seu ministério. Sofrendo dissabores em sua caminhada pastoral, Timóteo recebe de Paulo a seguinte orientação: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15).

Ao empregar a palavra “procura”, Paulo estava dizendo a Timóteo que ele deveria esforçar-se para obter, buscar, pedir com insistência, empregar todos os recursos para cumprir as orientações que ele sugere:

1. Apresentar-te a Deus aprovado: a palavra “apresentar” tem o sentido de colocar-se diante ou na presença de alguém, de se expor, de se submeter a apreciação.

É ter consciência de que, embora seja limitado/a, fez o melhor que pode, deu tudo de si para realizar o seu objetivo. É estar disponível para assumir o chamado de Deus na sua vida, e no final, ser aprovado por Ele e ser reconhecido pelo povo como instrumento de Deus no anúncio das Boas-Notícias do Reino. Apresentar-se a Deus aprovado é procurar diante do Senhor, a sabedoria necessária para viver neste mundo competitivo, cheio de desafios que nos confrontam diariamente.

2. Apresentar-se a Deus aprovado como obreiro que não tem do que se envergonhar.

Obreiro/a significa servo/a; é a pessoa que, tendo uma experiência pessoal com Jesus, reconhece o Seu grande amor pela humanidade e consegue perceber Sua grande missão: servir para salvar.

Em razão de ter assumido este lema de Jesus, a pessoa não tem do que se envergonhar, porque suas palavras são coerentes com suas atitudes e maneja bem a Palavra da verdade.

3. Manejar bem a Palavra da verdade. A palavra “manejar” implica em ter conhecimento, em exercitar, praticar. A exortação dada por Paulo indica que Timóteo deveria estar preparado para as várias situações que o ministério pastoral exigia. Não era possível desenvolver uma prática pastoral sem que houvesse capacitação ou domínio do seu instrumental de trabalho, que, neste caso, era a Palavra de Deus. Domínio através do conhecimento e do testemunho.
Paulo estava preocupado com Timóteo por causa do conflito que ele estava vivenciando.
Falsos doutores buscavam suas verdades em especulações míticas, tentando, assim, influenciar o povo por caminhos tortuosos.

Conhecer a Palavra era o meio mais poderoso para não esmorecer no sofrimento que tinha em suas lutas. Além disso, o texto em 2 Timóteo 2.14-16 é uma recomendação para que não entrasse em discussão com aqueles que já tinham se perdido nas heresias e práticas más, pois não levaria a nada.

 

Palavra que ilumina a vida

João Wesley nos deixou o seguinte relato: “No ano de 1729, comecei a ler e estudar a Bíblia como a única norma da verdade e o único modelo da religião pura.

Em consequência, vi mais clara a necessidade indispensável de ter a “mente de Cristo” (1 Coríntios 2.16) e de “andar como Ele andou” (1 João 2.6); de ter, não só uma parte, mas toda a mente que estava nele e andar como Ele andou, não em algumas, nem na maioria, mas em todas as coisas.

E esta foi a luz através da qual considerei, então, a religião como um seguir contínuo a Cristo, uma completa conformidade interior e exterior com o Messias. E nada me amedrontava mais do que a possibilidade de adaptar esta regra a meus próprios interesses, ou aos dos outros; ou permitir a mim mesmo o menor desvio do nosso grande exemplo”.

A partir da experiência de Wesley, temos algumas pistas como atingir a maturidade espiritual necessária e enfrentarmos as situações que a vida nos proporciona:

 1. Separar um pouco de tempo, se possível, todas as manhãs e todas as noites, para estudar a Bíblia e orar a Deus. A Bíblia é um livro que nos dá capacidade para atuar e nos dá o estímulo necessário para que a nossa motivação espiritual não esfrie diante dos conflitos.
2. Ler um capítulo do Antigo e um do Novo Testamento. O objetivo é aprofundar no conhecimento geral da Palavra. Caso isso não seja possível, ler um capítulo apenas ou parte de um.
3. Ler as passagens bíblicas com humildade e determinação em praticá-la. O estudo da Bíblia deve ir além de uma simples leitura. O sentimento de humildade, a consciência de quem somos (limitação humana) e de quem Deus é (soberania divina), bem como o interesse, o temor a Deus, devem estar presentes na leitura da Bíblia para que o conteúdo lido possa se tornar visível através das atitudes.

4. Ler a Bíblia em atitude de oração séria e sincera. A leitura da Bíblia deve ser precedida e concluída com oração, a fim de que o conteúdo lido seja gravado na mente e no coração de quem lê.


Conclusão
O texto de 2 Coríntios 2.15 nos desafia a assumirmos os conselhos de Deus, para enfrentaremos com habilidade os desafios do cotidiano. O conhecimento secular nos ajudará neste processo, mas é a sabedoria que vem do alto que nos dará o poder e a possibilidade de enxergar além do horizonte e a agir de maneira apropriada e em tempo testemunhas vivas da ação de Deus no mundo e não pela superficialidade ou vazio existencial.

 

Para conversar

Leitura devocional e estudo sistemático são experiências diferentes de leitura bíblicas, ambas são importantes e na realização das duas  encontramos dificuldades. A partir da sua experiência, identifique as dificuldades e partilhe as suas estratégias de superação das mesmas.

 

Leia durante a semana
:: Domingo: 2 Timóteo 2.15
:: Segunda-feira: 1 Timóteo 1
:: Terça-feira: 1 Timóteo 4.6-16
:: Quarta-feira: 1 Timóteo 6.11-21
:: Quinta-feira: 2 Timóteo 2
:: Sexta-feira: 2 Timóteo 3.10-17
:: Sábado: 2 Timóteo 4


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 16 – PROFESSOR

MANEJANDO A PALAVRA

Texto bíblico: 2 Timóteo 2.15

Objetivos
Destacar a importância do estudo da Bíblia na vida da pessoa cristã; pontuar alguns princípios recomendados por João Wesley para o amadurecimento e fortalecimento da fé.


Para início de conversa

Antes da leitura do texto bíblico, pergunte ao grupo quem já foi reprovado/a em alguma coisa: prova, concurso ou até mesmo, opiniões de pessoas. Como se sentiram diante disso? Que tipo de reações experimentamos ao sermos aprovados/as ou reprovados/as?


Siga para outra reflexão: como você avalia a sua relação com a Palavra de Deus? O que faz uma pessoa tornar-se aprovada ou desaprovada na relação com a Palavra de Deus? É somente a leitura da Bíblia? Abra espaço para quem quiser partilhar sua resposta, mas não exija isso. Após alguns minutos de reflexão prossiga com a aula e o texto bíblico.


Por dentro do assunto

A palavra “aprovado”, independentemente de ser frequente ou não em nossa vida, é sempre desejada. Com frequência que remos aprovação, seja nos estudos, na família,
no trabalho, enfim, isso nos traz satisfação. Se a sensação de aprovação traz prazer, a experiência da reprovação nos incomoda. Não é fácil lidar com isso, especialmente as pessoas perfeccionistas acabam, às vezes, se maltratando em relação a não aprovação. Isto pode ser muito prejudicial à saúde.


A relação entre Paulo e Timóteo não pode nunca ser vista na perspectiva da cobrança ou da exigência de uma perfeição integral, até porque isso é impossível.


Ao aconselhá-lo a apresentar-se aprovado, Paulo aponta a necessidade de um comportamento comprometido com um objetivo lícito e óbvio na caminha cristã: conhecer a Palavra de Deus de forma que seja ela prioridade em sua vida. É nessa Palavra que ele encontraria forças para permanecer firme na sua confissão de fé e missão.


O apóstolo Paulo, autor desta carta ao jovem Timóteo, sabia muito bem o que era ser reprovado. Várias vezes foi reprovado por suas ações e modo de pensar e falar e, tais reprovações culminaram em prisões, açoites e rejeição de muitas pessoas, inclusive das pessoas professas da mesma fé (2 Coríntios 11.24-27).


Para Paulo, ser reprovado por pessoas não era preocupante. Ele mesmo afirmou isso, quando escreveu aos Gálatas (Gálatas 1.10-11).


O apóstolo sempre esteve convicto de que o maior objetivo da pessoa cristã é agradar a Deus, por isso, aconselhou seu filho na fé e fazer o mesmo e procurar apresentar-se a Deus aprovado. (2 Timóteo 2.15).


Quanto à realidade de apresentar-se a Deus, Paulo já havia anunciado aos Coríntios e aos Romanos que todas as pessoas deverão comparecer diante do Tribunal de Cristo (Romanos 14.10; 2 Coríntios 5.10).

 

Nessas ocasiões, exortava-os para uma nova postura de vida.

 

Para Timóteo, a orientação visava um encorajamento diante das lutas vivenciadas pelo jovem pastor em início de carreira. Era como se Paulo dissesse: “Não desanime Timóteo. Persevere. Lembre-se sempre de seu alvo: a vida eterna com Cristo; a coroa incorruptível.


Tenha isso sempre em mente e “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2.15).


Nos versos seguintes, ainda traz outras orientações (2 Timóteo 2.16) e uma palavra de consolo e esperança: “...O Senhor conhece os que são seus…” (2 Timóteo 2.19).


A aprovação e a reprovação são frutos de um processo. Ser aprovado/a está muito mais relacionado com o compromisso assumido com a Palavra, quer no seu estudo, quer na sua aplicação coerente sob a orientação do Espírito Santo. Ao longo da história, temos experiências muito negativas com o mal-uso da Palavra de Deus, movimentos de fanatismo tem feito as pessoas perderem a noção da realidade, marcando datas para a volta de Cristo, explorando a vida financeira do povo e há até mesmo quem acredita ser o próprio Cristo.


Por fim

Conclua afirmando que mais importante que se rotular se está aprovado/a ou não, é ter em
constante avaliação o seu processo, é sempre analisar como você tem se relacionado com a Bíblia e qual o lugar que o estudo dessa Palavra ocupa na sua rotina.

 

Conclusão
O texto de 2 Coríntios 2.15 nos desafia a assumirmos os conselhos de Deus, para enfrentaremos com habilidade os desafios do cotidiano. O conhecimento secular nos ajudará neste processo, mas é a sabedoria que vem do alto que nos dará o poder e a possibilidade de enxergar além do horizonte e a agir de maneira apropriada e em tempo testemunhas vivas da ação de Deus no mundo e não pela superficialidade ou vazio existencial.

 

Para conversar

Leitura devocional e estudo sistemático são experiências diferentes de leitura bíblicas, ambas são importantes e na realização das duas  encontramos dificuldades. A partir da sua experiência, identifique as dificuldades e partilhe as suas estratégias de superação das mesmas.

 

Leia durante a semana
:: Domingo: 2 Timóteo 2.15
:: Segunda-feira: 1 Timóteo 1
:: Terça-feira: 1 Timóteo 4.6-16
:: Quarta-feira: 1 Timóteo 6.11-21
:: Quinta-feira: 2 Timóteo 2
:: Sexta-feira: 2 Timóteo 3.10-17
:: Sábado: 2 Timóteo 4

 

REVISTA EM MARCHA- 

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 15

COMO AGUARDAR “A PROMESSA”.


Texto bíblico: 1 Tessalonicenses 5.12-28

provável que as cartas aos Tessalonicenses sejam os textos mais antigos do NT, escritas apenas 20 anos após a crucificação de Jesus. O apóstolo Paulo estava preocupado com a Igreja de Tessalônica (norte da Grécia) e ao receber boas notícias a seu respeito, escreve
instruindo-a sobre a vida cristã e faz correções quanto as questões relacionadas à volta de Jesus e ao Juízo Final.


Na primeira epístola, Paulo responde perguntas que haviam surgido sobre assuntos que a igreja ainda não tinha clareza. Na segunda, escrita alguns meses depois, ele reforça o ensino da primeira carta e esclarece dúvidas, principalmente sobre o retorno de Cristo.


Fundamento bíblico

O texto que lemos traz uma série de pedidos do apóstolo Paulo, aos cristãos e cristãs de Tessalônica. Usando a palavra “rogo-vos”, o apóstolo inicia uma lista de exortações, que apontam para uma nova vida em Cristo (1 Tessalonicenses 5.12-22).


Seu propósito é conscientizar a Igreja em Tessalônica, que ser um cristão ou cristã, é assumir uma nova postura de vida, assumir novas responsabilidades. Esse compromisso com o novo modo de viver é um propósito de Deus para Sua Igreja, pois é Ele quem santifica o seu povo com o intuito de prepará-los para a Sua vinda
(1 Tessalonicenses 5.23).


A volta de Cristo é tema central desta carta
(1 Tessalonicenses 4.16-18; 5.2), por isso, o apóstolo se empenha em preparar os irmãos e irmãs para esse evento, conscientizando-os da necessidade de não dormirem como as demais pessoas, mas vigiarem e serem sóbrios/as (moderados/as) (1 Tessalonicenses 5.6).


No capítulo 4, Paulo responde a questionamentos levantados por aquela comunidade no tocante a vida futura
(1 Tessalonicenses 4.13). O seu ensinamento sobre o assunto fez surgir duas questões: o que acontecerá com aquelas pessoas que já morreram? E quando o Senhor voltará?
O apóstolo responde que de forma alguma os mortos teriam prejuízos, pelo contrário, seriam as primeiras pessoas ressuscitadas na vinda de Cristo
(1 Tessalonicenses 4.14). Mortos e vivos, juntos, tomarão parte do triunfo do Senhor e desfrutarão de sua presença (1 Tessalonicenses 4.16-17). Quanto a volta de Jesus, destaca: eu não sei, ninguém sabe! Ele virá repentinamente, e aponta a importância de se estar pronto/a para isso! Assim, enfatiza a importância da vigilância,
de estar sempre em atitude de espera como também de consolar “uns aos outros com estas palavras”
(1 Tessalonicenses 4.18). A atitude de espera desdobra-se em ações no dia-a-dia e sabendo disso, Paulo convida a igreja a assumir novas atitudes em relação ao próximo e a Deus.
Com relação ao próximo, era preciso acolher e respeitar as lideranças, pois isso facilitaria muito uma boa convivência que daria espaço para a paz
(1 Tessalonicenses 5.12-13). Era preciso não desprezar as pessoas fracas na fé e, com amor, se empenhar em ajudá-las para reconciliarem-se com Deus.


Ao se optar pela bondade e pela paz, assumia-se a postura de pacificação, evitando que alguém pagasse a quem lhe fez mal, na mesma moeda
(1 Tessalonicenses 5.14-15).


Com relação a Deus, era necessário fortalecer a relação com Ele. O apóstolo Paulo orienta a viver a vida cristã com alegria
(1 Tessalonicenses 5.16), orando sempre (1 Tessalonicenses 5.17), tendo gratidão por tudo (1 Tessalonicenses 5.18), fugindo do pecado (1 Tessalonicenses 5.19) e procurando discernir as coisas de Deus (1 Tessalonicenses 5.20-22).


Palavra que ilumina a vida

O propósito de Paulo nesta carta é ensinar à igreja, que ser cristão ou cristã é ter uma vida transformada. Essa transformação começa no nosso interior, na nossa relação com Deus, provocando mudanças também na nossa relação com as pessoas. No texto que lemos, apresenta dos versos 12 ao 22, uma lista de responsabilidades sociais e obrigações espirituais de uma pessoa cristã.
Enquanto se espera pelo retorno de Cristo é de grande importância manter uma vida santificada e em paz, cultivando bom relacionamento com as pessoas ao seu redor e também com Deus. Essa espera não é de braços cruzados, não é uma espera passiva. É tempo de praticar o amor, a exortação, o consolo, a benignidade, a alegria, a oração, a gratidão e os dons do Espírito.
É dessa forma que uma pessoa se mantém conservada, íntegra e irrepreensível para a vinda do Senhor
(1 Tessalonicenses 5.23).


Paulo se preocupa em exortar aos fiéis sobre o modo como devem viver e agradar a Deus
(1 Tessalonicenses 4.1), isto é, viver ou morrer em Cristo, a fim de que, chegando o dia do encontro com o Senhor, possamos permanecer para sempre com Ele (1 Tessalonicenses 4.16-17).  Como somos pessoas curiosas, normalmente queremos saber como acontecerá a Volta de Cristo. Imaginamos como ocorrerá, se os animais vão ou não; se haverá raios, trovões e terremotos; se nossos corpos sumirão subitamente e só ficarão as roupas; se vamos conseguir ouvir as trombetas e etc. Todos esses elementos fazem parte desse tema e do que se fala sobre ele. Para muitas coisas não temos a revelação do Senhor, por agora conhecemos em parte (1 Coríntios 13.9).


É preciso ter cuidado com o que se escuta, pedindo discernimento ao Senhor para não se deixar levar por revelações humanas e, na maioria das vezes irresponsáveis. Mais importante do que sabermos
como vai acontecer, é compreendermos como devemos viver, para podermos então nos encontrar com Cristo. Mais importante do que a forma é o motivo: para que Jesus vai voltar?
O que isso implica em nossa vida?

Por que isso faz parte de nossa fé?

A nossa fé se alimenta de promessas: das que já se cumpriram e das que irão se realizar. Passado e futuro, o que Deus já fez e ainda fará, certeza e esperança. Como viver neste tempo intermediário? O texto estudado é uma das respostas de Paulo a esta questão, este é um tempo em que a comunidade deve crescer na fé (1 Tessalonicenses 4.1b).

 

Conclusão
Falar do retorno de Cristo nos traz esperanças de que nossa vida não se limita aqui. Jesus voltará para buscar sua Igreja para que viva a Plenitude de Cristo. O centro da esperança cristã é a expectativa de ser recebido/a na plena comunhão com Deus. Quem morre ou vive em Jesus, terá um futuro com Ele!

 

Para conversar
Quais são os pontos que mais chamaram sua atenção neste estudo?
O que alimenta a sua esperança como pessoa cristã?


Leia durante a semana
:: Domingo: 1 Tessalonicenses 5.12-28
:: Segunda-feira: 1 Tessalonicenses 1.1-10
:: Terça-feira: 1 Tessalonicenses 2.1-12
:: Quarta-feira: 1 Tessalonicenses 2.13-20
:: Quinta-feira: 1 Tessalonicenses 3.1-13
:: Sexta-feira: Tessalonicenses 4.1-12
:: Sábado: 1 Tessalonicenses 5.1-11



REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 15 – PROFESSOR

COMO AGUARDAR “A PROMESSA”.

Objetivos
Analisar o propósito da Carta aos Tessalonicenses, observando alguns temas apresentados, tais como a volta de Cristo e a necessidade de uma nova postura de vida.


Para início de conversa

Pergunte quais as estratégias que as pessoas utilizam quando recebem uma visita de última hora, quando você e a casa não estão organizados/as para isso.

 

Explore com o grupo as ações e os sentimentos que podem surgir quando se é pego/a de surpresa. Peça que partilhem suas experiências com essas situações.

 

Em seguida, proponha a relação dessa situação com a nossa relação com Deus e com a volta de Cristo Jesus.


Diferente das situações cotidianas, na nossa relação com Deus e especialmente com a verdade da volta de Jesus, a Bíblia nos exorta a estamos sempre preparados/as. O que isso significa? Abra mais um espaço para discussão antes de ler o texto bíblico.


Por dentro do assunto


A primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses possui uma divisão bastante interessante. O apóstolo fala do passado, do presente e do futuro desta comunidade.


Dos capítulos 1 a 3, Paulo relembra a vida passada da igreja, pontua as dificuldades vivenciadas e algumas ainda presentes e menciona como vencê-las. Nos capítulos 4 e 5, ele aponta para o
futuro da igreja e traz orientações de como, no tempo presente, os cristãos e cristãs devem prosseguir nessa caminhada da fé, a fim de alcançarem a glória da vida futura.


A cidade de Tessalônica, localizada na Macedônia, foi construída por volta do ano 300 a.C., e no período em que o apóstolo Paulo a visitou, durante sua segunda viagem missionária, em companhia de Silas e Timóteo
(Atos 17), ainda era um importante centro comercial.

 

O comércio era a principal atividade da cidade nessa época e, por esta razão, vários povos a frequentavam: judeus, romanos, persas, sírios, além dos gregos.


Embora fosse uma comunidade bem constituída, formada por povos judeus e gregos, uma situação preocupava a igreja: a exigência de que a população prestasse culto e adoração ao Imperador Romano. O culto ao Imperador era uma exigência às populações de todas as cidades dominadas pelos romanos e não o praticar era motivo de punição.


Por esta razão, o apóstolo Paulo anunciava veementemente que Jesus Cristo era o único e poderoso Senhor e, reforçava essa certeza ao relatar parte da Sua glória
(1 Tessalonicenses 4.16,17).


Anunciar a vinda de Cristo era um meio de declarar o poder de Deus, superior a qualquer poder humano e, ao mesmo tempo, animar e encorajar a igreja, a continuar sendo fiel ao seu único Senhor.


A mensagem atual desta carta continua a mesma: “Paulo está convidando a comunidade cristã a olhar para o futuro de Deus.


O biblista Traugott Holtz afirma que olhar para a parúsia sempre nos possibilita um novo começo.
Quando a comunidade cristã olha para o que há de vir, o futuro de Deus, ela se lembrará que Deus a quer íntegra.

Ou seja, que espiritualmente e fisicamente a comunidade esteja gozando de plena saúde. Mas será que a comunidade cristã na qual me encontro pode sentir-se assim?

 

(...)A mensagem que fica é que olhar para a parúsia possibilita-nos uma nova oportunidade,
uma nova possibilidade, uma nova chance para acertar o caminho a ser trilhado”. (SILVA, João Artur Müller da. 1 Tessalonicenses 5.16-24. Auxílio Homilético. Proclamar Libertação - Volume: XXII. Disponí-vel em: http://www.luteranos.com.br/textos/1-tessalonicenses-5-16-24, acesso em 17/08/2016).


Por fim

Encerre a aula relembrando as palavras de João Wesley a respeito da compreensão do Reino de Deus. Nos comentários de Wesley sobre o Sermão do Monte, no sexto sermão, em sua exposição sobre o “Pai Nosso”, ele diz: “Todos os que amam a sua manifestação, devem orar para que Deus apresse esse dia; e que o seu Reino da Graça venha depressa e absorva todos os reinos desta terra (...) Oramos pela vinda de seu Reino Eterno, Reino de Glória no céu, que é continuação do Reino da Graça na terra.” Nossa esperança é ter um futuro cheio de vida, de vida eterna ao lado do Eterno!

 

Conclusão
Falar do retorno de Cristo nos traz esperanças de que nossa vida não se limita aqui. Jesus voltará para buscar sua Igreja para que viva a Plenitude de Cristo. O centro da esperança cristã é a expectativa de ser recebido/a na plena comunhão com Deus. Quem morre ou vive em Jesus, terá um futuro com Ele!

 

Para conversar

Quais são os pontos que mais chamaram sua atenção neste estudo?

O que alimenta a sua esperança como pessoa cristã?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: 1 Tessalonicenses 5.12-28
:: Segunda-feira: 1 Tessalonicenses 1.1-10
:: Terça-feira: 1 Tessalonicenses 2.1-12
:: Quarta-feira: 1 Tessalonicenses 2.13-20
:: Quinta-feira: 1 Tessalonicenses 3.1-13
:: Sexta-feira: Tessalonicenses 4.1-12
:: Sábado: 1 Tessalonicenses 5.1-11




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O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 14

 

SUPERANDO OS CONFLITOS EM AMOR

Texto bíblico: Colossenses 2.6-15

A igreja de Colossos era marcada pela diversidade cultural e, por tanto, de pensamentos. O autor da carta, apóstolo Paulo, apresenta a preocupação de que essa igreja não se dividisse por meio de filosofias e vãs sutilezas (Colossenses 2.8) que os confundissem  quanto a verdade: Cristo Jesus é o Senhor e Nele reside toda a plenitude (Colossenses 1.19). Essa situação não ficou presa à realidade de Colossos; ainda hoje, esse tipo de tensão está presente em nossas igrejas e temos muito o que aprender com as orientações presentes nessa carta.

Fundamento bíblico

Esta igreja estava situada na cidade de Colossos, no vale do rio Lico, nas proximidades da cidade de Laodicéia, que hoje equivale à atual Turquia. Ela não havia sido fundada por Paulo, mas, provavelmente, por Epafras (Colossenses 1.7). No entanto, por sua trajetória missionária, Paulo era muito conhecido e respeitado por lá. Foi por isso que diante do conflito de ideias ali vivenciado, essa carta em seu nome foi bem acolhida e trouxe impactos importantes.

Precisamos entender um pouco mais dessa comunidade: assim como todas as primeiras Igrejas Cristãs, as primeiras pessoas a frequentar eram de outras tradições religiosas. Haviam ali dois grupos: um de pessoas de origem judaica e outro de pessoas gregas convertidas ao Cristianismo.

O grupo judaico gostava muito de preservar seus costumes, sua tradição; por outro lado, o grupo grego também tinha suas próprias ideias sobre o mundo e o corpo humano. Agora convertidos ao Cristianismo, seria necessário que essas ideias sobre vida, mundo e espiritualidade, que não condiziam com as verdades bíblicas, ficassem para trás.

Era isso que Paulo ressaltava à comunidade dos Colossenses, que como pessoas cristãs, deveriam deixar para trás os pensamentos e costumes contraditórios que tinham e se juntassem num único propósito, para viverem numa comunidade de iguais, em amor.

Ao serem batizados/as, a renúncia da velha vida por amor à Cristo os/as fazia morrer para suas antigas percepções de mundo e viver uma nova vida em Jesus e por Jesus.

Essa carta tem como tema principal afirmar a supremacia de Cristo Jesus (1.16-20). Nesse contexto da diversidade de pensamentos e interpretações, era real o perigo de se deixar levar por uma falsa doutrina ou vã filosofia.

O texto deste estudo bíblico é uma advertência quanto a esse perigo.

O texto de Colossenses 2.6-7 nos apresenta mais uma vez a supremacia e a centralidade de Cristo Jesus. Ao recebermos a Cristo ele passa a ser o nosso caminho, é com Ele e Nele que devemos andar (v.6). A relação de intimidade é ilustrada a partir de duas imagens: estar Nele enraizado (radicados) e Nele edificado: Jesus é a Videira Verdadeira e nós os seus ramos (João 15.5), Ele é também a Pedra Angular a partir da qual somos edificados e edificadas (Efésios 2.19-22).
Cristo é o centro e o conteúdo da Fé Cristã e assim, torna-se a referência para a vida, para a resolução dos conflitos e para o discernimento dos verdadeiros e falsos ensinamentos. Segundo o pastor Ivo Schoenherr, em meio ao grupo havia uma tendência religiosa que chamava as pessoas a exercer sua fé “baseada em rudimentos (elementos) do mundo: água, fogo, ar, vento.

Havia uma fé em principados e potestades, em anjos, em seres celestiais, representados nos elementos do mundo e ligados aos elementos do mundo, que segundo estes ensinamentos intermediavam a relação com Deus. Acreditava-se também que esses seres determinavam a vida das pessoas. Por isso, era necessário prestar-lhes culto”. Além disso havia por parte do grupo judaizante a pregação da importância fundamental da circuncisão.

Paulo escreve com o objetivo de elucidar a Igreja e combate tudo isso (Colossenses 2.11). Em seguida, reafirma o valor do batismo como o marco do perdão dos pecados e de uma nova vida assumida por quem opta pela caminhada nesta nova fé. De que vida  falamos? Aquela enraizada, radicada, edificada em Cristo Jesus (vv.6-7). Por isso, a essas vãs filosofias não se deve dar valor, pois Cristo reina sobre todas as coisas (vv.16-23).

 

Palavra que ilumina a vida

 Esta carta é escrita para a Igreja de Colossos, mas o autor ordenou que fosse lida para outra igreja (4.16). Talvez isso seja um indicativo de que esses problemas não fossem exclusivos da comunidade de Colossos, ou ainda que já era costume as cartas circularem entre as comunidades. Depois de tantos séculos essa carta ainda cabe na atualidade. Essa é a garantia de que este texto foi sem dúvida alguma, escrito mediante inspiração divina, pois a Palavra do Senhor permanece para sempre (Mateus 24.35).

Assim ela nos ensina que: Quem aceita a Cristo deve andar e permanecer nele. Paulo chama a atenção daquela comunidade para que caminhe segundo os ensinamentos de Jesus e que sejam “radicados, edificados e confirmados na fé, assim como foram ensinados, crescendo em ações de graças” (Colossenses 2.6-7).

Era preciso que aquela igreja crescesse no conhecimento de Jesus.

O convite continua valendo: nossa maneira de ver, julgar e agir no mundo deve acontecer mediante as instruções que recebemos de Cristo e isso adquirimos mediante o estudo da sua Palavra, não apenas leitura, mas por meio da reflexão e do estudo da mesma.

Por meio desse conhecimento, uma prática deve aparecer e se intensificar em nossas vidas: com um coração agradecido devemos crescer em ações de graças (3.16- 17).

Cristo é a razão da nossa fé e a centralidade da nossa unidade.

A carta escrita à igreja tinha a função de pastoreá-la, lembrando-a da razão da sua fé, orientando-a sobre como andar em Jesus Cristo e como proteger-se dos falsos ensinamentos. Ao pastorear esse grupo, o autor queria lembrar às pessoas que acima de tudo o que deveria imperar era “o amor, que é o vínculo da perfeição” (3.14) e ainda lhes alertou: “seja a paz de Deus o árbitro dos vossos corações, à qual, também, fostes chamados em só corpo; e sede agradecidos” (3.15). Nós somos responsáveis por preservar a unidade da nossa igreja e muitas vezes não temos dado ouvidos a voz do Bom Pastor que nos chama a viver em unidade (João 17.19-21).

Se existem vozes na igreja que estão falando algo contrário a isso, há que se desconfiar da sua legitimidade.

Cristo é a referência para a resolução dos conflitos. Como a Igreja de Colossenses, nossas igrejas locais também passam por momentos de conflitos. Através desse  exemplo, aprendemos que também podemos superar as nossas dificuldades nos relacionamentos. Esses conflitos podem acontecer principalmente pelas nossas ideias, pela maneira que interpretamos os fatos cotidianos, nossas experiências, nossas histórias de vida, nossas preferências etc. Os conflitos também surgem em nossas famílias e no trabalho. E muitos outros ainda virão.

Sermos seguidores e seguidoras de Jesus não nos garante uma vida sem conflitos, mas viver com Jesus nos garante sim, um novo olhar sobre nossas diferenças.

Para conversar

Como temos lidado com os conflitos na vida da Igreja? Quais são as suas iniciativas em busca da unidade da Igreja?
Conclusão
Não podemos permitir que nossas diferenças de pensamentos criem uma barreira intransponível entre nós, impossível de derrubar. Viver segundo Jesus, implica amar as outras pessoas e transpor as diferenças pelo amor que nos faz iguais. Afinal, o sacrifício de Jesus naquela cruz foi por todo o mundo. Ele não deseja ninguém fora do seu Reino e neste Reino somos iguais.
Em vários momentos desta carta, o autor ressalta o amor, a paz, a igualdade, o perdão e nos dá instruções de como lidar em nossos diferentes relacionamentos. Tudo o que fizermos deve colaborar para vivermos a amplitude do amor de Deus por nós em Jesus. Com a Igreja de Colossenses, aprendemos muito para tornar isso possível. Nunca deixe que opiniões divergentes falem mais alto que o amor que devemos uns aos outros/as.


Leia durante a semana
:: Domingo: Colossenses 2.6-15
:: Segunda-feira: Colossenses 1
:: Terça-feira: Colossenses 2
:: Quarta-feira: Colossenses 3
:: Quinta-feira: Colossenses 4
:: Sexta-feira: Efésios 2.11-22
:: Sábado: João 17





REVISTA EM MARCHA-


O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS


Lição 14 - PROFESSOR


 


SUPERANDO OS CONFLITOS EM AMOR- PROFESSOR


Texto bíblico: Colossenses 2.6-15


Objetivo
Conhecer a Carta aos Colossenses e refletir sobre a importância da superação dos conflitos.



Para início de conversa


Reúna a turma em dois grupos e peça para que cada grupo escolha um conflito comum na Igreja.


Em seguida eles devem construir uma história e encená-la. Caso você possua perucas, chapéus, óculos e outros adereços semelhantes, pode oferecer para o grupo que desejar utilizar. Após a encenação, a turma refletirá sobre as causas, consequências e formas de superação desses conflitos. (Dinâmica adaptada do blog do pastor metodista Paulo Dias Nogueira:


http://paulodiasnogueira.blogspot.com.br/2015/04/dinamica-de-grupo--caricaturando.html)



Por dentro do assunto


O conflito pode ser considerado como uma tensão existente entre pessoas ou grupos de pessoas, há também os conflitos pessoais, mas nosso foco aqui são os que ocorrem a partir das relações entre as pessoas. Várias razões levam ao surgimento de um conflito. Entre elas destacamos: interesses distintos; disputa pelo poder; discordância quanto à busca de objetivos; partilha de recursos escassos; preconceitos e discriminação; antipatia com relação a algumas pessoas ou pontos de vista; julgamento do comportamento de outras pessoas como injusto e etc.
Diversas também são as consequências de um conflito, da mais simples as mais trágicas, elas mexem com o equilíbrio pessoal e coletivo e transformam comportamentos por meio dos sentimentos que geram nas pessoas envolvidas. Um conflito pode provocar angústia, tensão e insatisfação, ele compromete a paz de espírito.


 


Conflitos fazem parte da vida, mesmo as pessoas com objetivos em comum podem divergir na forma de alcançá-los e acabam vivendo uma situação de conflitos. Como reagir a isso? O ideal é buscar estratégias para evitar os conflitos e isso requer disponibilidade de negociação. Muitas vezes, é preciso ceder um pouco sem comprometer os valores éticos. Aqueles que não podem ser evitados, precisam ser enfrentados, com maturidade e humildade para que novamente se alcance a harmonia e a paz, conosco, com as demais pessoas e com Deus.


A igreja, como qualquer grupo social, está sujeita aos conflitos e nós sabemos o quanto eles aparecem nas nossas relações, mas sabemos também que, por amor a Jesus, precisamos fazer de tudo para evitá-los e, quando acontecem superá-los mediante à orientação da Palavra de Deus.



A Bíblia não só apresenta diversos conflitos existentes ao longo da história do povo de Deus como também aponta caminhos para superação deles. Na maioria de suas cartas, Paulo tinha essa preocupação: ensinar a doutrina para que ela colaborasse na superação dos diversos conflitos, por diversos motivos que surgiam na vida das igrejas.


O caminho que a Bíblia aponta para que se tenha êxito é aquele construído por meio das atitudes de amor e humildade. Se entramos em conflito com alguém por nos sentirmos superiores, melhores ou por discordar da opinião alheia, somente um olhar de humildade e amor, nos fará avaliar melhor a situação, ponderar, propor e buscar mudanças. Não há romantismo nessa afirmativa, essas atitudes não surgem de uma hora para outra, não é fácil optar por elas, mas a vida em santidade nos oferece desafios inimagináveis, todos eles possíveis de superar quando buscamos comunhão e intimidade com Deus.


 


O capítulo 3 de Colossenses traz uma série de regras de condutas sociais que são estruturadas e até mesmos exigidas para aquela igreja. Tais regras, resguardando às atualizações contextuais,podem inspirar a nossa conduta hoje.


Nesta carta, Paulo se preocupa em apresentar Jesus, afirmando-o como soberano; apontando a necessidade da igreja não se levar por ideias que colaborassem com a desunião e a fragilidade do grupo; enfatiza a necessidade de crescimento espiritual, pois, não se deixariam levar por ideias contrárias aos verdadeiros fundamentos da Palavra de Deus.


Divergências acontecem em nosso meio, mas é preciso ter cuidado quando elas são de fundo teológico, pois isso gera até mesmo a saída de grupos para formar outras igrejas. Nesse sentido, a Escola Dominical comprometida com o ensino da Palavra e o fortalecimento da identidade da igreja, por meio do conhecimento da doutrina, colabora muito para evitar tais situações. Umas igreja que não se preocupa com o ensino dos membros, tende a ser edificada em fundamentos fragilizados, vulneráveis aos ventos de doutrina.


 


Por fim


Destaque o fato de todo o grupo ter se envolvido na resolução dos conflitos encenados. Destaque que a resolução requer esforço de toda a Igreja, não é só responsabilidade do pastor ou da pastora. Obviamente que ele/a estará à frente do processo. As pessoas envolvidas precisam se dispor a sentar ao menos para dialogar; as pessoas que não estão envolvidas colaboram muito quando assumem a função de pacificar a situação e também quando não tornam o conflito alvo de fofocas e julgamentos sem conhecimento das causas. É isso que Deus espera das pessoas maduras e em processo de santificação. Ninguém está isento de viver uma situação de conflito. Se hoje é você que fala da outra pessoa, amanhã são outras pessoas que poderão falar de você. Cuidado.

 

Para conversar

Como temos lidado com os conflitos na vida da Igreja? Quais são as
suas iniciativas em busca da unidade da Igreja.

 

Conclusão

Não podemos permitir que nossas diferenças de pensamentos criem uma barreira intransponível entre nós, impossível de derrubar. Viver segundo Jesus, implica amar as outras pessoas e transpor as diferenças pelo amor que nos faz iguais. Afinal, o sacrifício de Jesus naquela cruz foi por todo o mundo. Ele não deseja ninguém fora do seu Reino e neste Reino somos iguais.

Em vários momentos desta carta, o autor ressalta o amor, a paz, a igualdade, o perdão e nos dá instruções de como lidar em nossos diferentes relacionamentos. Tudo o que fizermos deve colaborar para vivermos a amplitude do amor de Deus por nós em Jesus. Com a Igreja de Colossenses, aprendemos muito para tornar isso possível. Nunca deixe que opiniões divergentes falem mais alto que o amor que devemos uns aos outros/as.

 

Leia durante a semana

:: Domingo: Colossenses 2.6-15
:: Segunda-feira: Colossenses 1
:: Terça-feira: Colossenses 2
:: Quarta-feira: Colossenses 3
:: Quinta-feira: Colossenses 4
:: Sexta-feira: Efésios 2.11-22
:: Sábado: João 17


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 13

ALEGRIA NA MISSÃO

Texto bíblico: Filipenses 1.27 a 2.18

Filipos foi a primeira cidade da Europa a ser evangelizada pelo apóstolo Paulo. Isso foi durante sua segunda Viagem Missionária, entre - os anos 50-51. Essa ação missionária está registrada em Atos 16.11-40.

No momento em que escreve a carta aos Filipenses, Paulo está preso por causa da pregação do Evangelho.

Fundamento bíblico

A carta enviada à Igreja de Filipos, diferente das cartas enviadas a Igreja de Corinto, não tinha a intencionalidade de corrigir problemas e apontar a necessidade de mudanças, é uma carta entre amigos que, além de celebrar a amizade, aponta caminhos para o fortalecimento da Missão.
A relação de Paulo com esta Igreja é uma relação muito especial.

Filipos é a única comunidade da qual Paulo aceitou ajuda financeira (2 Coríntios 11.8-9), isso porque a relação estabelecida entre a igreja e o apóstolo era marcada por muito carinho, amizade e alegria. Aliás, embora seja uma carta escrita na prisão (1.12-130), o tema da alegria está muito presente nela (1.4; 2.18; 2.29; 3.1; 4.1; 4.4).

Além do tema da amizade e da alegria de viver em Cristo em toda e qualquer situação, a carta trata sobre a importância da evangelização, apontando-a como fruto da unidade, fruto de um trabalho coletivo (Filipenses 1.27), não apenas de homens, mas também das mulheres. Na comunidade de Filipos a atuação feminina também era muito forte (Filipenses 4.2) e evidenciou-se com a presença de Lídia (Atos 16.11-15 e 40).

Foi na casa dela que essa Igreja começou e esteve sob os seus cuidados no início. Além das mulheres Evódia e Sínteque, Paulo também evidenciou a presença de dois homens nessa comunidade, um que ele chama de Fiel Companheiro, cujo nome provavelmente fosse Sízigo e Clemente (Filipenses 4.3), cooperador na obra da Evangelização.

A igreja de Filipos ganhou destaque pelo forte engajamento na Missão e Evangelização, tornando-se uma das comunidades que mais cooperou com Paulo em suas necessidades como missionário. O apóstolo menciona que essa ajuda veio em hora oportuna e que esta foi a única igreja que abriu os olhos para esta realidade (Filipenses 4.15 e 18).

Mesmo com o reconhecimento do envolvimento dos irmãos e irmãs filipenses na obra de Cristo, Paulo aconselhou a toda comunidade a permanecer fiel a Deus, andando de modo digno, para que não desanimassem em meio esta importante obra de evangelização (Filipenses 1.27).
Palavra que ilumina a vida

O apóstolo Paulo exortou os irmãos e irmãs daquela comunidade para que continuassem sendo “luzeiros no mundo”, diante de uma geração (sociedade) “pervertida e corrupta” (Filipenses 2.15) e deu algumas orientações de como tornar isso possível: Vivendo em unidade: “... portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho” (Filipenses 1:27). Ao usar o termo “num mesmo espírito”, Paulo aponta possíveis falhas na caminhada desta igreja. Aqueles irmãos e irmãs estavam engajados na evangelização, mas não juntos. Embora tivessem visão de Reino de Deus, essa visão possuía falhas e a unidade do grupo não estava sendo levada à sério.
A falta de unidade interfere e prejudica a caminhada da igreja, por isso, essa falha deve ser corrigida à luz da Palavra de Deus e sob direção do Espírito Santo. Estar num mesmo espírito é viver em unidade num mesmo propósito, vencendo as diferenças e rejeitando as competições, tudo em prol do Reino e pelo bem da Missão
(Filipenses 2.3). Tendo o mesmo sentimento de Cristo: “... haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Filipenses 2:5). Identificar os sentimentos de Jesus é muito fácil. A palavra sentimento vem de “sentir”, tem a ver com a sensibilidade ou afeição diante das pessoas, com a capacidade e disposição para se comover diante do próximo. O nosso Senhor sempre manifestou aquilo que O movia: amor (João
11.36; João 15.12-13); alegria (Mateus 5.12); compaixão (Mateus 20.34); gratidão (Mateus 11.25); perdão (Lucas 23.34; Lucas 17.4)
e muitos outros sentimentos.

O nosso desafio é nos dispormos para sermos imitadores e imitadoras de Cristo, como lemos em Efésios: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Desta maneira, a luz de Cristo continuará a reluzir através de nós. Vivendo como servos e servas:
“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:7). Seguindo a orientação anterior de imitarmos à Cristo, Paulo recorda aos Filipenses que, mesmo sendo Deus, Jesus vivia como servo. Sua missão era servir. Paulo declara que tal atitude é possível de ser vivida, pois ele mesmo havia se tornado um imitador de Cristo (Filipenses 3.17). Embora muitas vezes nos designamos como servos e servas de Deus, sabemos o quanto a ideia de senhorio e poder têm permeado o coração da humanidade. O bispo Paulo Lockmann afirma que “a maioria das pessoas cristãs tem um comportamento mais para Deus”, do que para servo... Há na maioria das pessoas cristãs uma autossuficiência típica de quem é senhor, e não de quem é servo”. Nossa missão se inicia com o chamado de Cristo para servir (Mateus 23.11; Marcos 10.42-45; Romanos 12.10), e servir é ação que envolve humildade e obediência.

Alegrando-se no Senhor: O apóstolo que agora escreve a carta para igreja de Filipos, está mais calejado na vida, já passou por poucas e boas na Missão e pela Missão, foi agredido e preso. Diferente de amargura, o que ocupa o seu coração é a alegria. Sentir-se alegre depois de tantas dificuldades é fruto de uma espiritualidade muito comprometida, capaz de sentir o amor de Deus independente das situações vividas.

Muitas dificuldades surgem na nossa vida pessoal, ministerial e na vida da nossa Igreja. Como nos comportamos diante de tudo isso?

Qual sentimento ocupa o nosso coração na obra do Senhor? Paulo, em todo tempo, exorta a Igreja a permanecer alegre (Filipenses 3.1;4.4) e não tem medo ou ressalvas de expressar a sua alegria pelas pessoas (1.3-11; 4.10). Essa exortação se estende para nós hoje. Um coração alegre demonstra amor e alegria por Deus e pelas pessoas.

 

Conclusão
A comunidade Filipense se envolveu com a obra missionária do apóstolo Paulo, ajudando-o de várias maneiras, inclusive financeiramente.

Desta forma, pensar nos deveres da comunidade, a partir da experiência do apóstolo Paulo e a Igreja, precisamos analisar nosso compromisso com a Missão.

Nós precisamos ser uma bênção no anúncio do Evangelho.

O envolvimento na Missão não é e nunca será somente o investimento financeiro.

Há outras maneiras de nos envolvermos com a Missão e com certeza, o Espírito de Deus nos capacita em todas elas. Lembrando-se que a alegria deve sempre fazer parte das nossas ações missionárias.

 

Para conversar

Como a sua Igreja tem feito e contribuído na Missão?

Há uma preocupação no sustento de missionários e missionárias em outros campos?  

Como deve ser este sustento?


Leia durante a semana
:: Domingo: Filipenses 1.27 a 2.18
:: Segunda-feira: Atos 16.11-40
:: Terça-feira: Filipenses 2.19-30
:: Quarta-feira: Filipenses 3.1-11
:: Quinta-feira: Filipenses 3.12-21
:: Sexta-feira: Filipenses 4.1-9
:: Sábado: Filipenses 4.10-23a durante a semana



REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 13

ALEGRIA NA MISSÃO - PROFESSOR 

Texto bíblico: Filipenses 1.27 a 2.18

Objetivo
Apresentar a Carta aos Filipenses e o modo de ser dessa comunidade.


Para início de conversa

Volta e meia nos deparamos com notícias de missionárias e missionários que, por conta de seu trabalho evangelísticos, acabam presos e muitos deles e delas acabam morrendo na missão.


Isso é uma situação trágica, mas desde que a Igreja começou a se estabelecer, tem sido parte da realidade missionária.

 

Pergunte ao grupo se conhece alguém que vivenciou essa realidade. Explore com o grupo quais devem ser os sentimentos dessas pessoas.

Muitas dão a sua vida por Jesus Cristo.

 

Assim aconteceu com o apóstolo Paulo que muitas vezes sofreu no corpo por sua fé, mesmo na prisão, não perdia a oportunidade de fazer missão.

 

A carta para a igreja de Filipos foi escrita na prisão. Pergunte ao grupo:

O que leva uma pessoa a superar suas dificuldades por amor do nome de Jesus?

Como você se comportaria?  

Qual o papel da Igreja com essas pessoas?

A carta de hoje nos ajuda sobre isso.


Por dentro do assunto

Filipos era uma cidade importante da Macedônia. Situada na estrada que ligava a Itália com a Ásia, era um centro comercial e militar de grande relevância.

 

Era também uma colônia romana, ou seja, uma cidade onde residiam muitos soldados aposentados, os quais usufruíam de certos privilégios, entre eles a questão da segurança.


Além dos soldados, a cidade era composta por uma antiga população, bem como de pessoas
procedentes de diversas regiões do Império, tendo em vista seu centro de comércio ao longo das
estradas.


O apóstolo Paulo chegou em Filipos, a partir da visão recebida em Trôade (Atos 16.9), entre os anos 49 e 52. A partir desta cidade, começou o trabalho evangelístico na Europa (Atos 16.11- 40).


Com a conversão de Lídia, a vendedora de púrpura, nasce em sua casa o primeiro núcleo da comunidade cristã filipense.

 

A atuação de Lídia frente a esta comunidade foi muito forte, percebemos isso, pelo simples fato de vermos o seu nome conservado, quando sabemos que muitos personagens citados na Bíblia, principalmente mulheres, não tinham o seu nome revelado.

 

O fato de Lídia ter nome lembrado e citado, revela sua forte liderança junto aquela comunidade, e não somente em Filipos, como em região da Macedônia.


Embora a prática e o testemunho cristãos anunciado naquela cidade fossem fortes, marcados pela cura e libertação, o apóstolo Paulo precisou deixar a cidade, após passar a ser perseguido, preso  e humilhado.


Apesar do pouco tempo, Paulo estabeleceu profundos laços com a comunidade cristã de Filipos, a qual se tornou seu maior motivo de glória e estímulo, além de consolo (Filipenses 1.3-7).


O texto de Filipenses 2.5-11, que é parte do texto base no nosso estudo, é conhecido como “Hino
ao Messias”, por se tratar de um texto estruturado em versos, resumindo a doutrina do Cristo-Messias.

 

Conclusão
A comunidade Filipense se envolveu com a obra missionária do apóstolo Paulo, ajudando-o de várias maneiras, inclusive financeiramente.

Desta forma, pensar nos deveres da comunidade, a partir da experiência do apóstolo Paulo e a Igreja, precisamos analisar nosso compromisso com a Missão.

Nós precisamos ser uma bênção no anúncio do Evangelho.

O envolvimento na Missão não é e nunca será somente o investimento financeiro.

Há outras maneiras de nos envolvermos com a Missão e com certeza, o Espírito de Deus nos capacita em todas elas. Lembrando-se que a alegria deve sempre fazer parte das nossas ações missionárias.

 

Por fim

Encerre a aula pontuando que todas as pessoas cristãs são chamadas a fazerem missão e que
algumas se tornam missionárias, no sentido verdadeiro da palavra. Ainda que nosso chamado
não seja para esse tipo de missão podemos nos envolver e contribuir de outras formas, como fizeram os filipenses.

 

Para conversar

Como a sua Igreja tem feito e contribuído na Missão?

Há uma preocupação no sustento de missionários e missionárias em outros campos? 

Como deve ser este sustento?

 

Leia durante a semana
:: Domingo: Filipenses 1.27 a 2.18
:: Segunda-feira: Atos 16.11-40
:: Terça-feira: Filipenses 2.19-30
:: Quarta-feira: Filipenses 3.1-11
:: Quinta-feira: Filipenses 3.12-21
:: Sexta-feira: Filipenses 4.1-9
:: Sábado: Filipenses 4.10-23a durante a semana


REVISTA EM MARCHA- 

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 12

Quem é meu inimigo?

Texto bíblico: Efésios 6.10-20

Efésios 6.10-20 é um texto muito conhecido pela Igreja, especial mente em estudos e seminários sobre Batalha Espiritual que identificam para nós que existe uma luta que é espiritual e se dá nas regiões celestiais. Ainda que ela tenha essa dimensão espiritual, não podemos  perder de vista que ela se dá na realidade e não de forma esporádica; a luta é constante e cotidiana, acontece dentro de nós e também no osso entorno. Diante de uma luta, podemos atacar e defender, podemos matar e até mesmo morrer. Assim sendo, a partir do texto, o que são essas armas apresentadas? Como e por que utilizá-las?

Fundamento bíblico

O capítulo 6 de Efésios é uma continuidade das regras de conduta social que começam a ser expressas no capítulo 5. A tônica dessas regras é justamente colaborar com o bem-estar das pessoas em suas relações com o próximo, algo nada fácil até hoje, por isso, tais orientações,
guardadas as devidas proporções com o contexto da época, podem auxiliar nesse propósito. Não se trata de relativizar a Palavra de Deus, mas de lê-la com sabedoria e não de forma fundamentalista.
É dessa maneira que devemos ler o texto deste estudo. Obviamente que a expressão “armadura de Deus”, é uma linguagem figurada, inspirada nas armas dos soldados romanos. Enquanto no Antigo Testamento, Deus se arma para lutar
(Isaías 11.5; 59.17), no Novo Testamento ele
concede “arma e armadura” para as pessoas.

A “armadura espiritual” apresentada nesse texto compõe-se de: cinturão da verdade; couraça da
justiça; sapatos do Evangelho da paz; escudo da fé; capacete da salvação e a espada do Espírito
que é a Palavra de Deus.

O cingir-se da verdade faz alusão ao cinturão de couro que o soldado usava para se proteger, além disso os oficiais usavam como sinal de sua patente. Nesse caso, oque se protegia eram os rins. Os rins, juntamente com o sangue e outros órgãos internos, eram considerados portadores da vida (Levítico 17.11). Para nós, tem o mesmo sentido figurado do coração. Assim, a vida deveria se protegida com a verdade, sabendo-se que “a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo”
(João 1.17). Além disso, a verdade deveria ser a patente, ou seja, o valor que identificaria a pessoa cristã.

A couraça era um colete de metal ou de couro que protegia a parte superior do corpo. Outra arma de proteção. A couraça proposta por Paulo era a justiça, não qualquer justiça, mas a do Reino de Deus.
Obviamente, ao assumirmos essa couraça muitos ataques nos sobrevêm, mas é a própria justiça
que nos protege, pois não atraímos para nós iniquidades já que “a justiça guarda ao que anda em
integridade, mas a malícia subverte ao pecador”
(Provérbios 13.6).

Os soldados romanos usavam uma espécie de bota para lhe proteger os pés e lhe dar um andar mais firme durante as batalhas a fim de que não pudessem cair enquanto lutavam. Na armadura de Deus os pés precisam estar calçados com o Evangelho da paz, ele firma os nossos pés
e devemos andar em direção ao anúncio da paz, pois “que formosos são sobre os montes os pés

do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação (...)” (Isaías 52.7).

O escudo é mais uma arma de proteção usada pelo soldado para cobrir o corpo inteiro e livrar-se, entre outras coisas, dos dardos inflamados (em chamas) que eram lançados em sua direção. É o escudo da fé em Cristo Jesus, Aquele que venceu o mal para nos dar a vida e, assim nos
proteger dos enganos de Satanás, já que “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir;
eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”
(João 10.10).

O capacete era outro instrumento para segurança; feito de couro, bronze ou metal e que protegia a cabeça do soldado. Na armadura de Deus devemos usar o capacete da salvação. A cabeça não era considerada por ser o espaço do intelecto, mas sim, como fonte de vida e energia, assim como cobrir a cabeça com as mãos ou pó de cinzas era lamentar a perda da vida. A salvação é a fonte da nossa nova vida. Por meio dela, alcançamos a vida eterna que é a principal a ser protegida, o que naquela época e em algumas situações atuais significava perder a vida. Por isso, Jesus afirmou: “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16.24-25).

A espada do Espírito que é a Palavra de Deus. Essa é a única parte da armadura que tem dupla
função: defender e atacar. No entanto, sua finalidade está proposta na própria Palavra: “porque
a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”
(Hebreus 4.12).

Diante dessa análise, percebemos que a armadura de Deus é para proteger a vida, a nossa própria e das demais pessoas. Essa batalha não se dá por violência, mas sim em gestos que promovam a paz.


Palavra que ilumina a vida

Lutar em prol de alguma coisa é normal, as pessoas fazem isso o tempo todo. Isso também faz parte da caminhada do povo de Deus, pois seguir a Jesus implica viver “vestido/a” com a verdade, a justiça, a paz, a fé, a salvação, a Palavra de Deus e a oração (Efésios 6.14-18), vestimentas espirituais que nos preparam para a vitória. Seguir a Jesus implica em “combater o bom combate...” (2 Timóteo 4.7), aguardando a glória e o triunfo.

Mas sabemos que, com o crescimento da participação das pessoas em diferentes lutas, infelizmente, cresce a falta de diálogo, o ódio, a incompreensão, a raiva, a vingança e etc. Sentimentos e atitudes que destroem os relacionamentos e geram mais violência.
O povo de Éfeso estava inserido no meio de uma realidade em que o ódio poderia nascer com muita facilidade. De igual forma, também estamos inseridos/as numa sociedade dividida por sentimentos e atitudes das mais diversas. Há pessoas que promovem a paz e há aquelas
que buscam a guerra.

Diante desta realidade, a Palavra de Deus nos ensina que, embora muitas vezes lutemos pelas mesmas coisas, alguns princípios precisam ser lembrados e praticados:
1. Não lutamos contra pessoas: não podemos enfrentar alguém, simplesmente porque discordamos de suas preferências ou porque elas discordam das nossas. A Palavra de Deus nos ensina que vencemos o mal com o bem e que, devemos nos esforçar para vivermos em paz
com todas as pessoas
(Romanos 12.17-21). Assim, diante de tantas expressões contrárias às que cremos, nossa atitude deve ser a de nos fortalecermos “... no Senhor e na força do seu poder” (Efésios 6:10).

2. Essa luta não pode ser competitiva: não podemos “comprar briga” com as pessoas, ainda que alguém nos prejudique. Precisamos entender qual é a força que as domina. Enquanto somos guiados/as pelo Espírito de Deus, algumas pessoas não são (João 8.44), mas são influenciadas por forças malignas, principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade (Efésios 6.12). Nessa luta, somos desafiados e desafiadas “a resistir” (Efésios 6.13). Resistir é:
“conservar-se firme, não sucumbir, não ceder”.

Não podemos nos esquecer que temos sim um inimigo, Satanás. É ele quem semeia contendas entre as pessoas, pois sua função é roubar, matar e destruir (João 10.10a), mas, Jesus Cristo se manifestou para “destruir as obras do diabo” (1 João 3.8b).

Não podemos permitir que a Igreja do Senhor esqueça que nosso inimigo não é quem pensa diferente. Precisamos lembrar que estamos aqui para militar em favor do amor, respeito, diálogo, perdão e misericórdia.


Conclusão
Militar por causas justas não é pecado, pelo contrário, é ordenança divina: “aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Isaías 1.17). Podemos sim militar por causas que busquem a melhoria dos direitos da
população e das pessoas que mais sofrem. Tudo que foi construído em favor da democracia e dos direitos aconteceu através de muita luta e em alguns momentos com muita violência. Pessoas perderam muito para que estivéssemos onde estamos. As lutas não podem parar, mas
que elas não sejam mais contra a carne e nem contra o sangue e que nós como Igreja possamos
entender e militar por isso.

 

Para conversar

O que você pensa sobre essa onda de ódio, acompanhado de ofensas e ameaças que tem acontecido frequentemente e muitas vezes “em nome da religião”?

Você já foi ofendido/a por alguém que discordava do seu pensamento ou opinião? Como você se sentiu? Como você agiu?

 

Amarás o teu próximo como a tí mesmo. (Mateus - 22.39)

Leia durante a semana
:: Domingo: Efésios 6.10-20
:: Segunda-feira: Atos 19.23-31
:: Terça-feira: Romanos 12.17-21
:: Quarta-feira: João 8.29-47
:: Quinta-feira: João 10.1-10
:: Sexta-feira: 1 João 3.7-10
:: Sábado: Isaías 1.10-17

 


 

 REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS 

ESTÁ ENTRE NÓS

Lição 12

Quem é meu inimigo? 

Texto bíblico: Efésios 6.10-20 - PROFESSOR

Objetivo
Apresentar a Carta aos Efésios e o tema da Guerra Espiritual e Armadura de Deus.


Para início de conversa:

Leia o texto bíblico e pergunte como o grupo o interpreta. Esse é um texto muito comum quando se fala de batalha espiritual, mas nessa lição apresentamos essa
armadura mais na perspectiva da defesa do que do ataque. Sugerimos a seguinte dinâmica: separe 2 laranjas grandes, 2 jarros de vidro transparente, ou algo semelhante. Encha os recipientes com água para que as laranjas flutuem bem acima do fundo das jarras. É a casca que lhes auxiliará a flutuar. Comece a remover a casca de uma das laranjas, um pedaço de cada vez, fazendo alusão a ausência de cada parte da armadura de Deus em nossa vida. À medida que a laranja vai sendo descascada ela vai afundando. Até afundar completamente. Destaque que a ausência da armadura de Deus, nos deixa vulneráveis para enfrentarmos as batalhas da vida
(Adaptado de chaemulheres.blogspot.com). Prossiga com a leitura da revista.


Por dentro do assunto

Palavras como “guerra”, “batalha”, “exército”, “combate” fazem parte do contexto bíblico e permanecem até hoje em nossas pregações e canções. Elas são o prenúncio para a vitória. No entanto, é importante compreender como a Bíblia trabalha esses temas.

Desde a origem do povo de Deus, encontramos referências de batalhas travadas contra inúmeros inimigos. A maioria delas, por conquista de territórios. (Gênesis 14; Êxodo 17.8).


No Antigo Testamento, Deus era conhecido entre seu povo como o Senhor da guerra, o Senhor
dos Exércitos
(Êxodo 17.16; Números 21.14; 1 Samuel 18.17; 1 Samuel 25.28; Salmo 46.7)
e as guerras travadas por seu povo eram vistas como guerras santas, combatidas em nome do
Senhor. Foi o que disse o jovem Davi quando entrou em combate com Golias: “Davi, porém, disse
ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos Exércitos de Israel, a quem tens afrontado. ... e toda a terra saberá
que há Deus em Israel; E saberá... que o Senhor salva, não com espada, nem
com lança; porque do Senhor é a guerra,...”
(1 Samuel 17.45-47).


“O conceito de Guerra Santa, no AT, está no próprio nome de Israel. O substantivo Israel é composto do imperfeito ysra cuja raiz é srh que significa lutar. Assim, o nome Israel carrega o significado de Deus lutará”. (Tércio Machado Siqueira. É o Deus do Antigo Testamento violento e vingativo? Disponível em:

http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=291, acesso em 17/08/2016).


Sobre o lugar da guerra nos relatos bíblicos, o pastor Tércio Machado Siqueira afirma: “É bem
verdade que o AT registra muitas referências à guerra, seja nos Livros históricos ou nos salmos. Entretanto, se alguém perguntar a um/a aluno/a da Escola Dominical quais os momentos decisivos e fundamentais na história bíblica, ele/a certamente mencionará o relato da criação, as histórias dos patriarcas e do êxodo, os profetas e Jesus Cristo. Em todos esses eventos, que marcaram a história da humanidade, a guerra não é ponto principal”.


Embora as guerras fizessem parte do mundo bíblico e da história do povo de Deus, Deus
nunca exaltou a violência.

  

Por fim

Retome a dinâmica inicial e pergunte que palavras poderiam pontuar como importantes para
dar fim às guerras. Conclua a aula reafirmando a realidade da guerra espiritual que nos cerca como Igreja de Cristo e que, assim como lemos em Efésios, ela nunca é contra pessoas, por isso mesmo, nossas armas para combatê-las não são carnais, mais espirituais
(2 Coríntios 10.2-5). Somos chamados/as para promover a paz.

Nossa maior e mais importante guerra é combater o bom combate (2 Timóteo 4.7).

 

Conclusão
Militar por causas justas não é pecado, pelo contrário, é ordenança divina: “aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Isaías 1.17). Podemos sim militar por causas que busquem a melhoria dos direitos da
população e das pessoas que mais sofrem. Tudo que foi construído em favor da democracia e dos direitos aconteceu através de muita luta e em alguns momentos com muita violência. Pessoas perderam muito para que estivéssemos onde estamos. As lutas não podem parar, mas
que elas não sejam mais contra a carne e nem contra o sangue e que nós como Igreja possamos
entender e militar por isso.

 

Para conversar

O que você pensa sobre essa onda de ódio, acompanhado de ofensas e ameaças que tem acontecido frequentemente e muitas vezes “em nome da religião”?

Você já foi ofendido/a por alguém que discordava do seu pensamento ou opinião? Como você se sentiu? Como você agiu?

 

Amarás o teu próximo como a tí mesmo. (Mateus - 22.39)

Leia durante a semana
:: Domingo: Efésios 6.10-20
:: Segunda-feira: Atos 19.23-31
:: Terça-feira: Romanos 12.17-21
:: Quarta-feira: João 8.29-47
:: Quinta-feira: João 10.1-10
:: Sexta-feira: 1 João 3.7-10
:: Sábado: Isaías 1.10-17

 

 

REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 11

O AMOR COMO FRUTO DO ESPÍRITO

Texto bíblico: Gálatas 5.13-26

Gálatas é uma carta paulina endereçada não a uma comunidade isolada, mas uma carta circular endereçada às comunidades da região da Galácia. O motivo que levou o apóstolo a escrevê-la era a infiltração de missionários judaizantes que exigiam a circuncisão dos cristãos que não eram judeus (gentílicos). O tema central é a Justificação pela fé e a liberdade que Cristo oferecia para todas as pessoas.

 

FUNDAMENTO BÍBLICO

O propósito maior desta carta foi a resolução de alguns problemas sérios que ocorriam nas igrejas. Logo após a primeira visita missionária de Paulo, a  Galácia  recebeu outros mestres cristãos de origem judaica, os quais pregavam que os gentios convertidos ao Cristianismo deveriam passar pela circuncisão e obedecer à lei judaica, ou seja, praticamente deveriam tornar-se judeus.

Paulo ficou preocupado com tal ensino (Gálatas 4.20), pois isso prejudicava a essência de sua mensagem que consistia em afirmar que para receber o perdão de Deus e a nova vida em Cristo Jesus, bastava o arrependimento e a fé. A salvação é dom de Deus para todas as pessoas que creem. As pessoas cristãs são
libertas e livres, sujeitas apenas à lei de Cristo, que é a lei do amor
(Gálatas 6).

O capítulo 5 apresenta os frutos da liberdade cristã em contraste com a escravidão da lei. Aceitar
a circuncisão era o mesmo que aceitar toda a submissão à lei.

Isso desvalorizava a fé em Cristo e deixava por menor a Graça de Deus. O apóstolo inicia tal capítulo afirmando que somos chamados e chamadas à liberdade que nos leva a servir uns aos outros pelo amor. Ao dizer “servos uns dos outros, pelo amor”, Paulo muda a sujeição à lei para uma escravidão diferente, baseada no amor. E a lei que todo mundo deveria se submeter é esta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas 5.14b).

A partir do 5.16, Paulo ensina como se deve viver essa liberdade cristã na prática e duas formas de vida são colocadas em contraste: a de quem é guiado/a pelo Espírito e de quem segue os desejos da carne. A carne é a síntese dos desejos humanos e não necessariamente o corpo. O corpo para Paulo é templo do Espírito, conforme 1 Coríntios 6.19-20.

 

PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gálatas 5.1). A liberdade está na essência da vida cristã. Neste capítulo, Paulo apresenta quais são as implicações de uma vida em liberdade, como esta liberdade pode ser identificada em nossa vida. Liberdade em Cristo é a liberdade para o amor, é algo que deve ser perseguido, não a conseguimos facilmente por conta da carne, que representa a tendência moral do
ser humano.

Permanecemos na liberdade quando andamos no Espírito (v.16), quando submetemos nossa vontade à direção do Espírito Santo, pois isso nos fará resistir à concupiscência da carne. Segundo o pastor Astor Albrecht esta expressão foi traduzida da palavra epithymia, que é “geralmente usada no sentido de ansiar coisas proibidas, é vida contrária à vontade de Deus. Por isso é que no v.17 se afirma que o Espírito e a
carne são inimigos irreconciliáveis”.

Enquanto a atuação do Espírito em nós produz o fruto manifesto de diversas maneiras, a vitória da carne produz uma série de obras. Quais são as obras da carne? Como se demonstra o fruto do Espírito? Vejamos: O apóstolo apresenta-nos 15 obras da carne, a saber: prostituição; impureza; lascívia (luxúria);  idolatria; feitiçarias; inimizades; porfias (discussão, disputa); ciúmes; iras; discórdias; dissensões (falta de entendimento); facções; invejas; bebedices; glutonarias (gula, comer em excesso).

Quando analisamos essas obras, é possível perceber que elas interferem na nossa relação com
Deus, com a Igreja, com as pessoas que nos rodeiam e conosco mesmo. As obras da carne providenciam quebras de vínculos, distorções na forma de nos vermos e de enxergarmos as outras
pessoas. Elas nos aprisionam, nos escravizam em comportamentos viciantes, tirando de nós a liberdade de optar por não fazê-las.

As obras da carne são ações humanas, talvez por isso sejam chamadas de obras.

Em seguida, Paulo nos apresenta as diversas faces do fruto do Espírito: amor, paz, alegria, longanimidade (tardar em irar-se, ter boa vontade com quem te fere), benignidade (amor leal, piedade, solidariedade), bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Analisar esse fruto é perceber que ele também interfere diretamente na nossa relação com Deus, com as pessoas, com a igreja e conosco. O fruto do Espírito é o que preserva e restaura vínculos. O fruto do Espírito é o resultado da graça de Deus em nossa vida e isso, não vem de nós, mas ao nos submetermos a Cristo, podemos frutificar a Sua vontade.
Muitas são as obras da carne, delas Paulo lista 15, mais nos alerta que existem outras mais. Um é o fruto do Espírito que se manifesta integralmente, mas de forma diversificada. Veja a interessante reflexão do pastor Israel Belo de Azevedo, no site O Prazer da Palavra: “O apóstolo Paulo põe o paradoxo das possibilidades de vida em duas expressões: o cristão não deve produzir as ‘obras da carne’, mas, antes, o ‘fruto do Espírito Santo”. Ao colocar as manifestações da carne no plural, o escritor bíblico quis deixar claro que elas são múltiplas e que o cristão não se deixa escravizar por todas elas de uma só vez. Além disso, ele termina a frase, acrescendo um ‘e coisas semelhantes a estas’. Este ‘etc’ paulino mostra a amplitude das possibilidades no erro, diante das quais devemos estar vigilantes.

Quando o apóstolo passa a recomendar como a pessoa cristã deve viver, usa a expressão ‘fruto do Espírito’ no singular. Cada árvore só dá um tipo de fruto, segundo a sua espécie. “Esta ênfase paulina indica que essas virtudes não são para ser escolhidas no balcão do Espírito Santo, mas que devem compor a bagagem de todo cristão” Fonte: http://goo.gl/l8TqlL.

CONCLUSÃO
As obras da carne nos levam a fazer todas as coisas voltados/as para nós mesmos/as, colocando sempre a nossa vontade em primeiro lugar e, portanto, nos tornando egoístas: falando o que quiser, “doa a quem doer”; fazendo o que quiser, sem importar as consequências...

Desafio de verdade não é conquistar a própria vontade, mas é viver segundo a vontade de Deus, seguindo o Espírito.
Uma pessoa conduzida pelo Espírito, vive espontaneamente segundo o Espírito e se afasta das obras que induzem aos “desejos” da carne. O fruto, isto é, o produto, o resultado de seguir o Espírito é uma vida de respeito a si, às outras pessoas e acima de tudo, a Deus. É um estilo de vida com atitudes que manifestam a caridade e revelam uma fé viva.

 Não há lei que proíba esta lista. Ela só faz bem. Não há restrições ou contraindicações!

 

PARA CONVERSAR
Não ceder às obras da carne e frutificar o Espírito requer perseverança, confiança e dependência de Deus. Quais são as estratégias para que isso seja possível em nossa vida?

 


LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: Gálatas 5.13-26
:: Segunda-feira: Gálatas 1
:: Terça-feira: Gálatas 2
:: Quarta-feira: Gálatas 3
:: Quinta-feira: Gálatas 4
:: Sexta-feira: Gálatas 5
:: Sábado: Gálatas 6


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 11

O AMOR COMO FRUTO DO ESPÍRITO - PROFESSOR

Texto bíblico: Gálatas 5.13-26

OBJETIVO
Apresentar a Carta aos Gálatas com sua mensagem de um novo modo de vida, não nos hábitos da carne, mas no agir do Espírito.


PARA INÍCIO DE CONVERSA

Escreva na lousa, quadro ou cartaz as expressões do fruto do Espírito (Gálatas 5.22) e das
obras da carne
(Gálatas 5.19).

Uma boa imagem para ilustrar o fruto do Espírito é a tangerina (uma fruta com os gomos). Confeccione cartões com os gomos do fruto do Espírito (cada gomo  em um cartão). Peça para que cada pessoa pegue “um gomo” do fruto do Espírito que acha que já expressa em sua vida. Ela deve partilhar como o desenvolve e persevera para expressá-lo.

Atrás do fruto do Espírito, a pessoa deverá escrever uma obra da carne que ainda persiste em
sua vida. Inicie a lição.

 

POR DENTRO DO ASSUNTO

Em sua segunda viagem missionária o apóstolo Paulo teve a oportunidade de formar a comunidade cristã da Galácia, criada por pessoas, na sua maioria, de origem gentílica (não judias). O apóstolo soube que ensinos contraditórios ao evangelho de Cristo estavam sendo anunciados nesta comunidade, o que o fez escrever esta carta, com a finalidade de exortação.

Algumas pessoas anunciavam que os requisitos para uma vida plena em Jesus Cristo eram a
prática das Leis do Antigo Testamento e da tradição judaica
(Gálatas 5.2-11). Tal ensino não
condizia com as palavras antes anunciadas por Paulo, e isso gerou discórdia no meio da comunidade. Assim, Paulo escreve, a fim de orientá-las acerca da fé e da liberdade conquistada em Cristo.

Entre outras coisas, o apóstolo vai anunciar aos Gálatas que as pessoas crentes dessa comunidade receberam de Cristo uma nova vida, libertadora, e que, voltar à prática da antiga Lei é colocar-se novamente sob o jugo da mesma, uma espécie de escravidão (Gálatas 5.1 e 13).

Assim, Paulo convida essas pessoas para andarem no Espírito (Gálatas 5.16), lembrando-
-as que foram chamadas para abandonarem as velhas práticas
(Gálatas 5.19-21) e viverem uma nova vida. (Gálatas 5.24-25).

Assim, no texto básico deste estudo encontramos uma lista dos resultados práticos da ação de Deus em nós: “... amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22). Estas virtudes são operadas pelo Espírito e não condizem com as obras da carne (Gálatas 5:17). Desta forma, obras da carne e fruto do Espírito não se manifestam ao mesmo tempo.

Uma ação anula a outra. “Não há vida cristã se essa não for guiada pelo Espírito Santo de Deus. Se ele não guiar, instala-se o caos (obras da carne). Com ele manifesta-se o fruto do Espírito”. (ALBRECHT, Astor. A dádiva de andar no Espírito. Gálatas 5.1,13-25. Auxílios Homiléticos. Proclamar Libertação - Volume: XL.

Disponível em:  http://www.luteranos.com. br/conteudo/galatas-5-1-13-25-2, acesso em 17/08/2016).

 

POR FIM

Retome a dinâmica do início da aula e reflita como o grupo que da mesma forma que o fruto do Espírito e a obra da carne estão escritos no mesmo papel, assim ambos se manifestam na nossa vida, tudo ao mesmo tempo. Buscar o Espírito Santo e abrir--se para que ele frutifique em nós, o que nos dará graça para vencer as obras da carne.

AMOR FRUTO DO ESPIRITO

 

CONCLUSÃO
As obras da carne nos levam a fazer todas as coisas voltados/as para nós mesmos/as, colocando sempre a nossa vontade em primeiro lugar e, portanto, nos tornando egoístas: falando o que quiser, “doa a quem doer”; fazendo o que quiser, sem importar as consequências...

Desafio de verdade não é conquistar a própria vontade, mas é viver segundo a vontade de Deus, seguindo o Espírito.
Uma pessoa conduzida pelo Espírito, vive espontaneamente segundo o Espírito e se afasta das obras que induzem aos “desejos” da carne. O fruto, isto é, o produto, o resultado de seguir o Espírito é uma vida de respeito a si, às outras pessoas e acima de tudo, a Deus. É um estilo de vida com atitudes que manifestam a caridade e revelam uma fé viva.

 Não há lei que proíba esta lista. Ela só faz bem. Não há restrições ou contraindicações!

 

PARA CONVERSAR
Não ceder às obras da carne e frutificar o Espírito requer perseverança, confiança e dependência de Deus. Quais são as estratégias para que isso seja possível em nossa vida?

 


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Estudo 10


O ESPINHO NA CARNE


Texto bíblico: 2 Coríntios 12.7-10


Mergulhar na trajetória de homens e mulheres de Deus que são relatadas na Bíblia é deparar-se com experiências de vida muito semelhantes às nossas. Assim como nós, possuem experiência de vitórias e fracassos, de coragem e de medo. Nem sempre somos incentivados/as a pensar em nossas fragilidades, parece que estar com Deus é perseguir cotidianamente uma vida de sucesso.


O apóstolo Paulo fez questão de destacar que na nossa vida com Deus podemos e devemos aprender com nossas fraquezas e fragilidades, aquilo que ele chamou de “espinho na carne”. É sobre isso que este estudo.


FUNDAMENTO BÍBLICO


No capítulo 12, do versículo 7 até o versículo 10, o apóstolo Paulo fala exatamente o contrário do que se acreditava na época. Em vez de buscar a honra através das próprias potencialidades, as pessoas deveriam se apoiar em suas fraquezas. Isso era absolutamente novo e radical para a comunidade de fé.


O apóstolo ensina a essa comunidade que o maior Patrono (a pessoa mais poderosa) é Cristo e que quando seguimos os seus ensina mentos, entregamos a Ele todas as nossas potencialidades, pois, por mais que façamos não damos conta do que é necessário e sempre erramos. Quando reconhecemos isso, passamos a depender de Jesus em todo o tempo e alicerçamos a nossa fé na Graça que Ele nos dá. Por isso, o texto nos diz: “a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9). Nisso vemos o próprio apóstolo sendo trabalhado por Deus. Observe o texto: “E, para que não me
ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me dado um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte”
(v.7).


Paulo está no mundo da honra e a sua experiência poderia fazer com que a soberba e a arrogância  tomassem conta dele, uma vez que seria extremamente reconhecido e valorizado pelas comunidades. Sendo assim, o próprio Deus coloca um espinho na carne de Paulo. Não se sabe o que era esse espinho na carne, mas sabemos que tal coisa fazia com que o apóstolo sempre se lembrasse de que tudo o que acontecia em sua vida não era por causa de suas potencialidades e sim por causa da Graça de Deus nele. Quando Paulo diz que orou três vezes
para que Deus retirasse tal espinho de sua carne, a resposta recebida é encerrada com: “a fim de
que não me exalte”
(v.7). O apóstolo reconhece que o espinho na carne o mantinha onde deveria permanecer, em humildade e dependência de Deus.


Na dinâmica do verbo em grego, vemos que o tal espinho na carne foi colocado pelo próprio Deus. Tal fato servia tanto para o apóstolo Paulo como para a própria comunidade, que ao ser lembrado dessa situação (que não se sabe o que é) poderia perceber a ação de Deus na vida de seu próprio líder. Que por conta da vaidade, presente em todas as pessoas indistintamente, poderia leva-lo a se gloriar em suas potencialidades e experiências.


Quando o texto diz: “mensageiro de Satanás” (v.7), quer dizer que algo aparentemente ruim, trazia benefícios ao apóstolo, pois foi posto por Deus! Perceba como o apóstolo termina essa parte: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo”.


“Porque, quando sou fraco, então é que sou forte” (v.10).


O apóstolo Paulo ao defender a autoridade, desafia a comunidade de fé em Corinto a viver de
forma radical. Onde os valores da sociedade – honra, deveriam ser vividos de maneira completamente diferente, onde todas as pessoas são honradas pois há um só Patrono – Jesus, e todos/as somos seus/suas dependentes; e, portanto, iguais.


PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA


Todas as pessoas possuem suas limitações. O apóstolo Paulo também tinha a sua limitação – o espinho na carne – que ninguém sabe de fato o que era. O que se sabe é que, tal situação trouxe
dependência de Deus em todo o tempo e levava o apóstolo a não se engrandecer correndo o risco de perder a essência de Deus em sua vida.


Em 2 Coríntios 12.1-6, Paulo descreve uma experiência espiritual bem diferenciada que vivenciou
com Deus. Enquanto a descreve, manifesta uma preocupação em não se vangloriar com seu ministério. Isto, provavelmente, é fruto da experiência que tem com o seu espinho na carne. Essa fragilidade lhe dá profunda consciência do poder da Graça de Deus em sua vida.
O espinho na carne é aquele nó a fragilidade humana, é “onde nosso calo aperta”. Com o apóstolo Paulo aprendemos que não devemos ignorá-lo, mas nos conscientizarmos da função e do espaço que damos para ele em nossas vidas.


O espinho na carne em Paulo levou o apóstolo a apresentá-lo a Deus, foi assim que obteve o discernimento de como lidar e entendê-lo. Mediante a intensa oração, ele entendeu ser esse espinho algo que colaborasse com a sua humildade. Ao nos conscientizarmos do nosso espinho,
podemos seguir o exemplo de Paulo.


Ao apresentar ao Senhor seu espinho, sua fragilidade, Deus lhe respondeu: “a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (v.9). O espinho na carne não estava posto apenas para que Paulo se deparasse com sua fragilidade, mais do que isso, ele era também anúncio da provisão divina, da atuação da Graça, do poder de Cristo em sua vida. Nossas fragilidades, quando submetidas a presença de Deus, as oportunidades da provisão e do consolo divino aparecem aos montes, pois começamos a ver a nossa imperfeição não como impedimento, mas como espaço de aperfeiçoamento do nosso caráter por meio do poder, da graça e da misericórdia de Jesus Cristo.


Paulo teve a oportunidade de viver uma experiência espiritual extraordinária, mas não só na
dimensão sobrenatural, como relata em 2 Coríntios 12.1-6. Seu espinho na carne também lhe
proporcionou uma experiência espiritual significativa: a de perceber o poder de Deus o sustentando dia a dia em sua fragilidade.


Isso nos aponta que nossa experiência espiritual não deve se ater apenas a experiências sobrenaturais com o Espírito de Deus. O que sustentará nossa vida, nossa fé, especialmente em tempos difíceis, é a experiência cotidiana com a imerecida Graça de Deus.


A igreja de Corinto questionava muito se o ministério de Paulo era legítimo, talvez por isso ele teve a necessidade de partilhar a experiência com as visões e revelações do Senhor (2 Coríntios 12.1-6). Era na sua experiência cotidiana com Cristo que ele encontrava forças para superar as dificuldades que surgiam em seu ministério. Por isso afirmou: “pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (v.10).


Quando assumimos o nosso compromisso com a Missão de Deus, temos experiências maravilhosas e outras nem tanto, problemas com alguns irmãos e irmãs, falta de motivação, impedimentos diversos nos levam a querer desistir. Que seja o exemplo de Paulo a força para que a gente siga adiante, para que ao colocar a mão no arado, não se olhe para trás. É a maravilhosa Graça que nos dará força para prosseguir e é pelo Senhor da Graça que devemos persistir.
CONCLUSÃO
Nessa passagem bíblica, o apóstolo Paulo nos ensina a dependermos de Deus em todo o tempo e a reconhecermos as nossas limitações como positivas. Assim, quando vemos o que fazemos, percebemos que não somos nós sozinhos/as, mas é a ação da Graça de Deus em nós!


PARA CONVERSAR
Quais são os seus limites? Você os reconhece e os coloca diante de
Deus com uma atitude de louvor?


LEIA DURANTE A SEMANA
:: Domingo: 2 Coríntios 12.7-10
:: Segunda-feira: 2 Coríntios 10.1-6
:: Terça-feira: 2 Coríntios 5.18 a 6.3
:: Quarta-feira: 2 Coríntios 6.4-10
:: Quinta-feira: 2 Coríntios 4.7-18
:: Sexta-feira: 2 Coríntios 2.14-17
:: Sábado: 2 Coríntios 2.14-17






Estudo 10


O ESPINHO NA CARNE


Texto bíblico: 2 Coríntios 12.7-10


OBJETIVO


Analisar o espinho na carne relatado pelo apóstolo Paulo e reconhecer que esse “espinho na carne” é algo positivo e que nos leva a dependência de Deus em todo o tempo.


 


PARA INÍCIO DE CONVERSA


Dê uma folha para cada pessoa e peça que listem suas forças e fraquezas. Em seguida, faça algumas perguntas para que elas possam refletir e responder se desejarem: o que foi mais fácil de listar? Qual a sensação que surge quando escrevemos sobre as nossas fraquezas? É possível enxergar essas fraquezas como possibilidades da ação de Deus? Como lidamos com os nossos pontos fortes? A supervalorização dos pontos fortes pode gerar em nós a arrogância.
Como se prevenir deste mal?


Neste estudo Paulo nos ajudará a pensar nesses temas.


 


POR DENTRO DO ASSUNTO


Ao estudarmos os textos que se encontram no livro de 2 Coríntios é importante termos 03 informações:


PRIMEIRA INFORMAÇÃO: O livro de 2 Coríntios é composto por 6 bilhetes e não de um único bloco como em 1Coríntios; os capítulos de 10 a 13 se constituem em um desses bilhetes enviados aquela comunidade, nesse caso, para tratar especificamente da defesa da autoridade apostólica de Paulo. Essa carta e/ou bilhete também é conhecido como
“Carta das Lágrimas”, pelo fato do apóstolo ser muito duro com a comunidade.


 


SEGUNDA INFORMAÇÃO: O mundo do Novo Testamento embasava-se em certas convenções que construíam e davam significado à sociedade do mundo mediterrâneo e indicavam o status social de uma pessoa ou grupo. Essas convenções (vividas e valorizadas no dia a dia) foram construídas sob uma estrutura piramidal denominada Patronagem, que possuía como característica principal a busca pela honra. Esse fato gerou uma sociedade voltada para a competição social e a valorização através do recebimento de honrarias, elogios, presentes, jantares e tantos outros atos que elevassem a estima e trouxessem honra social a uma pessoa. Essas homenagens tinham como finalidade o recebimento de benefícios os mais variados. As honras eram dadas sempre a alguém de destaque – o patrono (alguém de prestígio social e que possuía alguma riqueza) e o cliente (menos favorecidos), a pessoa que oferecia essas honrarias, passava a receber proteção, poder e favores do Patrono, em uma espécie de “apadrinhamento”.


A honra era o bem mais valioso no Mundo Mediterrâneo do século primeiro. Isso quer dizer
que a comunidade em Corinto dessa época também buscava a honra e, tinha a mesma, em
alto valor. Qualquer ofensa que trouxesse desonra a uma pessoa, poderia marcá-la de modo
negativo, bem como também a sua família ou grupo social que ela pertencesse. A desonra traria descrédito, humilhação, mudança de status social e vergonha pública. Dificilmente, uma pessoa, família ou grupo que fosse desonrado, ascenderia de volta ao status social a que pertencia, sendo quase impossível resgatar a honra. Isso era tão importante que uma pessoa nascida no Mediterrâneo do primeiro século seja gentia, seja judia, era treinada desde a infância a aspirar à honra e a evitar a desgraça Isso era exatamente o que estava acontecendo
na comunidade de Corinto, alguns pregadores itinerantes chegaram a comunidade, na ausência do apóstolo Paulo e estavam tentando desonrá-lo, isto é, fazer com que a comunidade não o reconhecesse mais como líder e sim, a eles.


 


TERCEIRA INFORMAÇÃO: Outro fato muito importante nessa época, era o domínio da retórica, isto é, a arte de falar bem. A arte de falar bem, fundamentava o poder argumentativo e de persuasão, sendo uma arma poderosa no mundo do primeiro século. A autodefesa seguia as regras dos “manuais de retórica”, a pessoa não deveria utilizar de exaltação e elogios a si mesma, pois seria rejeitada publicamente. O autoelogio e vanglória não eram permitidos, a única exceção era a “regra da loucura” que fazia parte do arsenal exortativo de um líder.
As palavras de Paulo no texto de
2 Coríntios 12.1-6, tem essa função de autodefesa. O apóstolo usou este artifício para não perder a comunidade de Corinto para aqueles que trabalham contra ele e os propósitos divinos. Ele se autodefende quando fala de sua visão, ao mesmo tempo que corre um grande risco da rejeição, mas o faz mesmo assim, por amor a esses cristãos e cristãs.


 


POR FIM


Em nossa caminhada com Cristo, não estamos livres das dores causadas pelos espinhos em
nossa carne, sejam eles enfermidades, situações adversas ou mesmo pessoas tentando atrapalhar ou impedir nossa missão no Reino de Deus. Aproveitem a oportunidade para orarem pelo fortalecimento da fé em Deus.


Compartilhe com a turma uma situação vivida e definida como um “espinho na carne”. Como foi passar por isso? Que conselhos daria a alguém que está a enfrentar situação parecida.


 


CONCLUSÃO
Nessa passagem bíblica, o apóstolo Paulo nos ensina a dependermos de Deus em todo o tempo e a reconhecermos as nossas limitações como positivas. Assim, quando vemos o que fazemos, percebemos que não somos nós sozinhos/as, mas é a ação da Graça de Deus em nós!


 


PARA CONVERSAR
Quais são os seus limites? Você os reconhece e os coloca diante de
Deus com uma atitude de louvor?


 


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Estudo 9

SOMOS FILHOS E FILHAS DE DEUS

Texto bíblico: Romanos 8.12-17

A Carta de Paulo aos Romanos foi escrita entre os anos 56/58 da Era Cristã, ao término de sua terceira viagem missionária, quando ainda se encontrava em Corinto, na Grécia (Atos 20.2-3). Paulo nunca havia ido à Roma, no entanto, em seu coração crescia uma imensa compaixão pelas pessoas não cristãs que estavam se aproximando do Evangelho. Por isso escreveu essa carta, considerada a mais extensa de todas.

Do capítulo 5.1 até 8.39 no livro de Romanos, o apóstolo convida a igreja a assumir um novo modo de vida e no capítulo 8.12-17, texto base do nosso estudo, ele revela o motivo dessa nova postura: porque agora sois filhos de Deus.

Fundamento bíblico

O capítulo 8 de Romanos fala das duas naturezas da vida humana: a carnal e a espiritual. Uma é responsável por gerar a morte e a outra, por promover a vida plena em Cristo (Romanos 8.13). A partir da nova vida recebida em Jesus e gerada pelo Espírito Santo, a pessoa cristã é chamada a assumir uma nova postura na vida, mortificando os seus membros e se deixando ser guiada pelo Espírito de Deus (Colossenses 3.5).  Ao nos convertermos a Cristo recebemos uma nova vida, nos
transformamos em novas criaturas
(2 Coríntios 5.17), mas a luta contra a velha natureza permanece. Paulo atesta que a inclinação para as coisas carnais induzem à morte, referindo-se a tudo aquilo que se opõe à vida no Espírito: “Porque se viveis segundo a carne, morrereis” (Romanos 8.13). A morte, nesse caso, é a separação de Deus, é o ganho por viver de forma contrária à vida proposta pelo Espírito (Romanos 6.23).

É preciso escolher como se quer viver: seguindo as paixões da carne (Gálatas 5.24) ou guiando-se pelo Espírito de Deus (Gálatas 5.16; Romanos 8.14). Nessa luta contra as coisas carnais, a pessoa cristã não luta sozinha, aliás, é pela obra do Espírito Santo em nós, que os desejos carnais são mortificados em nosso corpo.

Essa nova vida em Cristo nos filia à família de Deus (Romanos 8.14). Ao herdar a Glória Eterna, Cristo se tornou o primeiro a conquistar uma herança incorruptível, da qual todas as pessoas cristãs também foram beneficiadas, pois como disse Paulo, “se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo...” (Romanos 8.17a).

Palavra que ilumina a vida

Esse texto aponta para as consequências da vida no Espírito e a dimensão do amor de Deus por nós. Deus faz de cada pessoa crente, seus filhos e filhas (Gálatas 4.4-7; Efésios 1.5): Abba, “papai”, é uma palavra aramaica usada pelo povo judeu, mais precisamente pelos filhos e filhas, para se dirigirem a seus pais terrenos, raramente a utilizavam para se dirigirem a Deus. Usada também por Jesus, revela aproximação, intimidade e carinho de um filho com seu Pai, conforme Marcos 14.36. A mesma intimidade que Jesus tinha com seu Pai, Ele quer que tenhamos com Ele (Romanos 8.15). Pelo seu Espírito, recebemos o espírito de adoção, nos tornamos seus filhos e filhas e também podemos clamar Aba, Pai (Romanos 8.15).
O testemunho do Espírito é uma marca feita interiormente em nós, pela qual o Espírito de Deus testifica diretamente ao nosso espírito que somos filhos e filhas de Deus. Passamos a ter consciência do grande amor de Deus por nós e de que, através do sacrifício de Cristo, os nossos pecados foram cancelados e obtivemos a reconciliação com Deus.

João Wesley, em seu sermão de nº10, o testemunho do Espírito – discurso 1, pergunta: “Como
o Espírito de Deus testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus, de modo a excluir toda dúvida e tornar evidente a realidade de nossa filiação”? “Surge em nós e permanece, um
profundo sentimento de amor a Deus que se expressa na alegria de fazer a sua vontade, de obedecer-lhe, de participar da sua Missão, de estar em comunhão com Ele; há em nós um sentimento de amor ao próximo que se expressa na misericórdia, paciência, tolerância, hospitalidade, cuidado no falar etc.; adquirimos um olhar transformador para prática da justiça. Os filhos e filhas de Deus enxergam a injustiça, ao mesmo tempo que a denunciam, fazendo de tudo para que se restabeleça a justiça; nascemos de novo para Deus. O pecado e suas consequências não o atraem mais.
Sua escala de valores é centralizada em Deus e toda a sua vida é dirigida por Ele
(Efésios 2:1-6)”. Fonte: http://rema.metodista.org.br/conteudo. xhtml?c=9661

Deus fez de nós herdeiros e herdeiras com Cristo (Romanos 8.17): a filiação em Deus nos proporcionou livre acesso à glória eterna. Tudo o que pertence a Jesus, também nos pertence. Assim como Cristo foi glorificado, com Ele também seremos (Romanos  8.17.b). Essa herança começa no tempo presente, participamos da vida de Cristo já neste mundo, desde que o recebemos por Senhor e Salvador. Assim, primeiro nos tornamos filhos e filhas, depois herdeiros e herdeiras, como também, sofredores e sofredoras (Romanos 8.17). Sendo participantes da vida de Cristo, também   participamos nesta vida, de seu sofrimento, porém, no futuro tomaremos parte em sua glória.

Nos tornamos participantes da vida de Cristo não por méritos próprios, mas por causa do amor de Deus. Porque Ele nos amou primeiro, manifestou sua Graça e nos recebeu por seus filhos e filhas.
John Wesley mesmo sendo um cristão, tinha dificuldades em compreender essa Graça que
alcança as pessoas pecadoras, independentemente de sua história de vida. Por muito tempo sofreu com a incerteza se era um filho de Deus, até que o testemunho do Espírito, no seu interior, lhe confirmou que ele havia sido perdoado de todos os seus pecados (justificado) e que agora era um filho de Deus. A Justificação “é o ato de Deus Pai, pelo qual, em atenção ao sacrifício de Jesus por nós, mostra sua justiça (ou misericórdia), perdoando-nos os pecados. Estes pecados são cancelados. Cristo tomou sobre si as nossas culpas. Sofreu imerecidamente em nosso lugar. Assim, estamos reconciliados/as com Deus mediante o sangue de Cristo”.

Conclusão
A revelação de que somos filhos e filhas de Deus, ao mesmo tempo em que nos enche de júbilo, por saber que somos amados/as do Pai, nos convoca a abraçarmos Sua Missão. Há muitas pessoas precisando ouvir esse anúncio de que em Cristo, seus pecados foram perdoados e foram feitos filhos e filhas de Deus. Que na alegria de termos sido aceitos/as na família de Deus, possamos espalhar essa mesma mensagem, ensinando que a Graça Salvadora de Deus se manifestou à todas as pessoas (Tito 2.11).

Para conversar

O que pode mudar na vida de uma pessoa que se descobre filho ou filha de Deus e não apenas “mais uma na multidão”?


Leia durante a semana
:: Domingo: Romanos 8.12-17
:: Segunda-feira: Gálatas 4.1-7
:: Terça-feira: Efésios 1.1-14
:: Quarta-feira: Tito 2.1-11
:: Quinta-feira: Colossenses 3.1-5
:: Sexta-feira: Romanos 8.1-11
:: Sábado: Romanos 6.1-14


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 9

SOMOS FILHOS E FILHAS DE DEUS - PROFESSOR

Texto bíblico: Romanos 8.12-17

Objetivos
Destacar a Graça de Deus que nos aceitou como filhos e filhas; pontuar que através dessa filiação, nos tornamos herdeiros/as de Deus e co-herdeiros/as com Cristo.

Para início de conversa

Proponha à turma a seguinte reflexão: que se imaginem crianças. Seus pais possuem um par de taças que foi o único presente que sobrou de lembrança do casamento deles. Como muitas crianças, você também gosta de beber suco na taça.

Um certo dia em que seus pais não estão em casa, você resolve usá-la novamente, só que dessa vez se descuida e a taça escorrega de sua mão e se quebra ao cair no chão. Qual seria a sua reação a partir desse momento?

Ouça as contribuições da turma com atenção e depois pergunte também qual seria a reação de seus pais quando soubessem do ocorrido. Depois de alguns minutos, conclua a reflexão.
Diante do imprevisto e pensando em como são os pais, cada pessoa poderá ter um tipo de reação. Pontue que geralmente nossas respostas estão baseadas no tipo de relacionamento que  temos ou tivemos com nossos pais e mães ou no tipo de pais e mães que nos tornamos. Quando pais e mães são compreensíveis e amorosos, não haverá dificuldades para revelar a falha, pois a certeza da compreensão e do perdão darão segurança a essa criança.
(Adaptado: http://www.luteranos.com.br/textos/romanos-8-12-17).
Essa mesma confiança podemos ter com relação ao Deus Pai. Ele nos ama e seu perdão está sempre ao nosso alcance.

Por dentro do assunto

Romanos foi a última carta escrita por Paulo, antes de seu prolongado período de prisão, que se deu primeiro em Cesaréia e depois em Roma. O tema desta Carta é o Evangelho de Cristo como força de salvação para toda pessoa que crê. Paulo demonstra intensamente nesta carta a situação pecaminosa em que se encontra a humanidade, mas apresenta também o Perdão e a Graça Salvadora que vem da presença de Cristo Jesus.

Os ensinos transmitidos pela carta aos Romanos podem ser resumidos da seguinte forma:

Primeira parte: A Justificação pela fé: A necessidade da Justificação; o modo como ela ocorre; os frutos da Justificação; os judeus e a Justificação.

Segunda parte: parte moral da carta. Os deveres das pessoas fiéis; conduta entre as pessoas fracas e fortes e conclusão.

A comunidade de Roma não foi fundada por Paulo, no entanto, o apóstolo nutria um apreço muito grande pelos irmãos e irmãs presentes ali e, por esta razão, se propôs a escrever-lhes esta carta, enviada pelas mãos de Febe (Romanos 16.1).

A comunidade de Roma era caracterizada pela presença balanceada entre homens e mulheres e era composta por pessoas judias e não judias, ex-escravos/as  e pessoas de posses. O capítulo 16.1-15 nos apresenta uma relação de algumas dessas pessoas pertencentes a essa comunidade, são 11 mulheres e 18 homens (Romanos 16.1-15), todas muito conhecidas do apóstolo Paulo. Essa ligação entre elas atesta que a evangelização em Roma já acontecia e estava crescendo. Muitas dessas pessoas reuniam parte da comunidade em suas próprias casas, para cultuarem a Deus.

O texto de Romanos 8.12-17 convida a um modo de vida que leva a atitudes que são
consequência da ação transformadora do Espírito Santo, que age na vida de pessoas que se permitem ser guiadas por Deus, ao invés de permanecerem escravas dos desejos carnais
(Romanos 8.12-15a).

Essa ação do Espírito é fruto da graça amorosa de Deus que chamou e aceitou todas as pessoas como seus filhos e filhas, dando a todas o direito (por herança) e o privilégio (pela graça) de tornarem-se participantes de sua glória em Cristo Jesus.

Por fim

Conclua a aula, retomando o princípio apresentado na dinâmica inicial. Deus nosso Pai
é um Deus amoroso, sempre pronto a perdoar. Não necessitamos (e não devemos) esconder dele nossas falhas, nem temer sua atitude em relação a nós. O Deus que nos purificou  e nos justificou em Cristo Jesus, jamais nos condenará ou nos afastará de sua presença.

Conclusão
A revelação de que somos filhos e filhas de Deus, ao mesmo tempo em que nos enche de júbilo, por saber que somos amados/as do Pai, nos convoca a abraçarmos Sua Missão. Há muitas pessoas precisando ouvir esse anúncio de que em Cristo, seus pecados foram perdoados e foram feitos filhos e filhas de Deus. Que na alegria de termos sido aceitos/as na família de Deus, possamos espalhar essa mesma mensagem, ensinando que a Graça Salvadora de Deus se manifestou à todas as pessoas (Tito 2.11).

Para conversar

O que pode mudar na vida de uma pessoa que se descobre filho ou filha de Deus e não apenas “mais uma na multidão”?

Leia durante a semana
:: Domingo: Romanos 8.12-17
:: Segunda-feira: Gálatas 4.1-7
:: Terça-feira: Efésios 1.1-14
:: Quarta-feira: Tito 2.1-11
:: Quinta-feira: Colossenses 3.1-5
:: Sexta-feira: Romanos 8.1-11
:: Sábado: Romanos 6.1-14

 


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 8

Deus não faz acepção de pessoas

Texto bíblico: Atos 8.26-40

Atos dos Apóstolos narra, entre outras coisas, o início da Igreja Primitiva através da evangelização e serviços realizados pelos apóstolos de Jesus. Foi em Jerusalém que se organizou a primeira comunidade de fé, a comunidade dos que criam, comunidade essa que nasceu a partir do derramamento do Espírito Santo (Atos 2.1-4). Foi essa comunidade que viu surgir o primeiro mártir da fé cristã (Atos 6.8-15 e Atos 7) e que, cumprindo a ordem do Cristo Ressurreto (Atos 1.8), levou a mensagem do Evangelho para fora dos limites da Palestina.

Fundamento bíblico

O texto bíblico em destaque relata a conversão de um etíope por intermédio do trabalho missionário de Filipe.

Este africano negro era eunuco (castrado, conforme a tradição dos funcionários da rainha) , um alto funcionário, tesoureiro e administrador dos negócios da rainha do povo da Etiópia.

Não sabemos se ele era alguém convertido ao judaísmo ou apenas simpatizante da religião, o que sabemos é que retornava de sua peregrinação a Jerusalém (Atos 8.27). Vinha lendo o profeta Isaías (v.28), mas encontrava dificuldades para compreender o significado da Palavra de Deus.

Nesse mesmo tempo, Filipe se encontrava em Samaria, para onde tinha ido após uma forte
perseguição iniciar-se em Jerusalém por causa da morte de Estevão. Depois de anunciar o
Evangelho de Jesus ao povo samaritano que acolheu a mensagem com alegria
(v.8), recebeu
uma ordem divina para ir para o Sul, numa região desértica entre Jerusalém e Gaza
(v.26) e, mesmo sem muitas explicações, obedeceu. Para cumprir a missão, ele precisava percorrer um caminho de aproximadamente 90 km. Ao chegar, o Espírito lhe orientou a aproximar-se para acompanhar o carro do etíope. (v.29). Foi assim que descobriu que o mesmo lia o profeta Isaías, mas não entendia o que lia (vv.30-31) e necessitava de alguém que o auxiliasse na compreensão da verdade revelada A convite do etíope, Filipe se juntou a ele no carro e, a partir da sua experiência com Jesus Cristo, passou a explicar-lhe as Escrituras, começando pela passagem que anunciava o Messias como o Servo Sofredor (Isaías 53). Filipe lhe mostrou que o Messias era Jesus, falou-lhe sobre a  humilhação do Cristo na morte e da vitória sobre a cruz (Atos 8.35). O Cristo que Filipe pregou era aquele que tinha vindo para todos os povos, Aquele que jamais faria acepção de pessoas.
O desejo sincero do eunuco em querer conhecer mais os propósitos divinos, a obediência de Filipe em se mostrar disponível para a missão evangelizadora e, a ação do Espírito de Deus que manifestou a Graça divina, fizeram com que o etíope cresse em Jesus e manifestasse o desejo de receber o batismo nas águas
(v.36). Após o batismo, Filipe, obedecendo ao chamado de Deus, vai evangelizar por outras terras, enquanto o africano segue feliz o seu caminho (v.39), provavelmente também convencido da sua responsabilidade em anunciar Jesus e a experiência que ele proporcionou. 

 Palavra que ilumina a vida

O livro de Atos dos Apóstolos relata a trajetória da Igreja e seu compromisso em anunciar o Cristo Ressurreto para todas as pessoas.

Histórias de conversão, de milagres, de mudanças de opinião, de perseguições e provisão divina estão presentes ao longo do livro. Essa igreja que cresce e amadurece tem o Espírito Santo a lhe guiar e a lhe movimentar.

Filipe era dependente e obediente ao Espírito e isso lhe comprometia a anunciar a Boa-Nova por onde Deus mandasse.

Em nossa relação de dependência com o Espírito Santo, vamos conhecendo a sua vontade, provando da sua presença e descobrindo o ministério que Ele tem para nós. Por meio do encontro com Filipe, que ouviu a voz de Deus, o etíope conheceu e creu em Jesus. O que podemos aprender sobre esse encontro:

A iniciativa do encontro veio de Deus (Atos 8.26a): Deus encontrou-se com Filipe e o mandou ao encontro do etíope. Deus sempre toma a iniciativa de vir ao nosso encontro. Foi assim que Ele enviou seu Filho ao mundo para a salvação de todas as pessoas (João 3.16). É Deus que se move na Sua Igreja e convoca o seu povo para levar o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15).
Todo o processo de salvação se inicia em Deus.

Na Tradição Wesleyana, a Graça preveniente é a iniciativa divina em nosso favor. Antes de estarmos em condições de responder e corresponder ao chamado de Deus, Ele agiu primeiro para proporcionar esse encontro. Não entramos nesse relacionamento como parceiros em que há  igualdade de condições e responsabilidades entre as partes. Porque a nossa separação de Deus ocorreu por nosso pecado, a reconciliação deveria ser da nossa responsabilidade. Deus, percebendo nossa fraqueza e nossa incapacidade de efetuá-la, veio até nós para nos amar, perdoar e oferecer salvação.
Deus nos convida a ir ao encontro das pessoas (Atos 8.26b):

Quando Deus nos encontra ele nos convida a ir ao encontro de outras pessoas. Assim como Filipe, muitos servos e servas de Deus saíam sem saber para onde  estavam indo, apenas obedeciam ao chamado. No caso de Filipe, embora a ordem recebida pareça comum, não é, pois, Deus o estava enviando para anunciar o Evangelho para outros povos, mais precisamente para um estrangeiro. Essa aproximação não era comum no mundo judaico, do qual Filipe fazia parte, pois conforme as palavras do apóstolo Pedro ao centurião romano: “... vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se de alguém de outra raça...” (Atos 10.28).
Deus estabelecia um novo tempo na história da humanidade, aproximando e unindo em Jesus todos os povos e rejeitando, mais uma vez, todo tipo de discriminação e preconceito, pois Ele não faz acepção de pessoas
(Atos 10.34). Deus continua a chamar homens e mulheres para anunciar as Boas-Novas de Salvação.

Estamos disponíveis a esse chamado? Independentemente de onde ele possa nos levar? Independentemente de quem deveremos encontrar e evangelizar?

No encontro, aproxime-se e acompanhe (Atos 8.29-30): Na evangelização do etíope, Filipe ouviu e obedeceu a voz de Deus, foi ao encontro do homem, aproximou-se cuidadosamente dele e em seguida o acompanhou, ouviu e pode conhecer a sua realidade, fez-se notar e ao ser convidado pelo africano, sentou-se junto a ele e o ajudou.

Filipe esperou o momento certo para falar e quando falou, não fez afirmações, nem se apresentou como o dono da verdade, mas iniciou sua fala com uma pergunta: “compreendes o que lês?” (Atos 8.30)

Assim, sua aproximação foi feita em obediência e amor.

O exemplo de Filipe necessita ser seguido. Infelizmente, muitas pessoas usam a Bíblia de forma irresponsável para manipular e não para libertar. Afirmam que seus ensinamentos são corretos, verdadeiros, quando na realidade, não passam de ensinos de pessoas astutas e espertas que induzem ao erro (1 Coríntios 14.6).

Nosso compromisso é com a verdade da Palavra de Deus, mas sem nos esquecermos de respeitar a liberdade e a opinião das pessoas.

Saber ouvi-las, falar quando convém e silenciar-se quando necessário são atitudes de quem aprendeu a amar o próximo como a si mesmo (Mateus 22.39).

No encontro, o desejo de pertencer: Disse o africano: “... o que me impede de ser batizado?” (Atos 8.36). Essa pergunta surgiu depois do acolhimento e acompanhamento que obteve de Filipe. Obviamente que nada o impedia. O necessário ele já tinha: fé em Jesus Cristo e essa fé foi professada por seus lábios (Atos 8.37). Assim, Filipe se torna um anunciador da graça divina, ao ministrar o batismo a um estrangeiro, cumprindo assim o Ide de Jesus, levando o Evangelho da Graça a todas as nações e até os confins da terra (Mateus 28.19; Atos 1.8).
A forma como nos aproximamos das pessoas e ensinamos a Palavra de Deus, pode e deve ser acolhedora, a fim de que, voluntariamente a pessoa sinta o desejo de pertencer à comunidade. O batismo é sinal  de pertencimento à comunidade. É a confissão de que agora, ela assume uma nova vida, a vida de Cristo Jesus.

O requisito para o batismo não é a idade, o sexo ou a cor de pele, mas a fé (Marcos 16.16). Simplesmente a fé no Filho de Deus! E a fé foi renovada no coração do etíope, por intermédio da exposição da Palavra de Deus (Romanos 10.17).

Conclusão
Por ser eunuco (Deuteronômio 23.1) e estrangeiro, aquele homem não podia entrar no Templo. Assim como o eunuco, infelizmente muitas pessoas ainda encontram a porta da igreja fechada para elas. Se não é a porta da Igreja, muitas vezes é a porta da aceitação, pois de nada adianta entrarem na igreja e não serem ou não se sentirem acolhidas.

Se o nosso compromisso é de fato com a Palavra de Deus, entendemos que não há barreiras para a manifestação do amor de Deus. Precisamos cada dia mais, nos revestir do amor, que é o vínculo da perfeição (Colossenses 3.14), nos encher do Seu Espírito, e assim sair ao encontro das pessoas, nos aproximarmos delas, as acompanhar para anunciar a maravilhosa Graça que não faz acepção de pessoas.

Para conversar

Quem são as pessoas ou grupos que ainda hoje são excluídas de muitas Igrejas? O que podemos fazer para alcançá-las e aproximá-las do amor de Deus e do nosso amor?

A partir do encontro de Filipe com o etíope, destaque como a Igreja precisa agir na evangelização das pessoas.

 LEIA DURANTE A SEMANA 

:: Domingo: Atos 8.26-40
:: Segunda-feira: Atos 10.30-44
:: Terça-feira: Gálatas 3.23-29
:: Quarta-feira: Mateus 28.18-20
:: Quinta-feira: Marcos 16.15-18
:: Sexta-feira: Romanos 10.1-17
:: Sábado: 1 João 3.1-2


REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

 Estudo 8 PROFESSOR

Deus não faz acepção de pessoas

Texto bíblico: Atos 8.26-40

Objetivos
Destacar o Evangelho transpondo barreiras e alcançando outras etnias, começando pelos negros africanos e por ordem de Deus; pontuar a disposição de Filipe na ação missionária; o poder da Palavra de Deus em transformar vidas e a iniciativa divina em salvar pessoas.
Para início de conversa

Para iniciar a aula pergunte a algumas pessoas da classe, principalmente aquelas que se
converteram em idade adulta, como foi a sua conversão. Se vieram sozinhas para a Igreja ou foram intermediadas por outras pessoas que lhe anunciaram o Evangelho de Jesus. Pergunte também como se sentiram ao entrar na igreja pela primeira vez, se foram bem recebidas e se sentiram acolhidas (para facilitar e ganhar tempo, você pode selecionar de 2 a 4 pessoas antecipadamente).

Com essa dinâmica reforce a importância do compromisso na missão do anúncio do Evangelho e na importância de recebermos com muita alegria as pessoas que vêm à nossa igreja, independente de quem sejam. A disposição de Filipe em ser um instrumento nas mãos de Deus, possibilitou ao eunuco ser alcançado de pela graça divina.
Por dentro do assunto

Filipe era um dos sete diáconos, “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e sabedoria”, escolhidos para prestar auxílio aos pobres, especialmente cuidar das viúvas dos helenistas em Jerusalém (Atos 6.1-6) que estavam sendo excluídas no atendimento da comunidade. Embora o serviço dos diáconos fosse exclusivamente servir à mesa, alguns deles também se uniam aos apóstolos no anúncio do Evangelho de Jesus Cristo.
Dos diáconos eleitos, somente Estevão e Filipe são destacados no livro de Atos como atuantes na pregação da Palavra.

Este Filipe, que não é o mesmo Filipe apresentado como um dos discípulos de Jesus (Mateus 10.1-4), é descrito como pai de quatro filhas profetisas e seu nome é mencionado somente mais uma vez no Novo Testamento (Atos 21.7-9), na ocasião em que acolhe em sua casa o apóstolo Paulo e sua equipe missionária, que vindo de Tiro, estão de viagem para Jerusalém e de onde seguem com alguns discípulos da comunidade de Filipe (Atos 21.16).
A Etiópia, que no Antigo Testamento era uma região chamada de Cuxe, corresponde nos dias atuais a região sul do Egito, mais precisamente ao Sudão. Sendo assim, a Etiópia relatada no texto bíblico não é a mesma Etiópia em termos territoriais que conhecemos hoje. Tanto o povo etíope que habitava em Cuxe, nos tempos antigos, como o povo etíope,  descritos no Novo Testamento, eram pessoas negras e seu povo era conhecido como o povo da cara pintada.

A Etiópia era governada por mulheres que recebiam o título de Candace.

O termo Candace era um título transmitido às filhas por direito de sucessão ao trono, assim como o título Faraó. Era o título das rainhas-mães que governavam o reino.
A nome etíope só aparece no Novo Testamento, nesse texto de Atos.

Não é um nome próprio, mas pode significar qualquer pessoa negra africana.
Esse etíope do texto bíblico era um alto funcionário da rainha, responsável pelo tesouro do reino e era eunuco, um homem privado de sua virilidade e que por esta condição, geralmente era selecionado para trabalhar como guarda dos aposentos das rainhas, bem como dos haréns. Por conta desta função, os eunucos eram identificados como camareiros.
Com o tempo, o termo eunuco se tornou bastante comum e passou a significar também um alto funcionário do reino. Os textos bíblicos relatam que alguns homens se fizeram eunucos, outros nasceram assim
(Mateus 19.12). Entretanto, a todos eles, era proibido o acesso ao Templo  ou a outro espaço considerado sagrado (Deuteronômio 23.1).

O texto de Isaías 56.3-8, nos indica que essa situação mudou, pelo menos no coração de Deus, pois os eunucos passaram a ser aceitos e incluídos na adoração.
Atos 8.27 nos informa que este eunuco havia ido à Jerusalém para adorar. Essas palavras revelam que este homem era um simpatizante da religião dos judeus. Através da atitude cristã e solidária de Filipe e de seu compromisso com o anúncio do Evangelho e com o Reino de Deus, o etíope pode descobrir que todas as barreiras que ainda impediam sua aproximação da casa de Deus foram vencidas também pelo povo cristão.
Onde antes existia impedimento, agora existe livre acesso, e o batismo torna-se símbolo dessa aceitação.

Por fim

Professor/a, aproveite essa aula para promover uma reflexão sobre quem são as pessoas excluídas do nosso tempo e nosso templo, tais como pessoas prostitutas, andarilhas, pedintes, homossexuais e outras.

Conclusão
Por ser eunuco (Deuteronômio 23.1) e estrangeiro, aquele homem não podia entrar no Templo. Assim como o eunuco, infelizmente muitas pessoas ainda encontram a porta da igreja fechada para elas. Se não é a porta da Igreja, muitas vezes é a porta da aceitação, pois de nada adianta entrarem na igreja e não serem ou não se sentirem acolhidas.

Se o nosso compromisso é de fato com a Palavra de Deus, entendemos que não há barreiras para a manifestação do amor de Deus. Precisamos cada dia mais, nos revestir do amor, que é o vínculo da perfeição (Colossenses 3.14), nos encher do Seu Espírito, e assim sair ao encontro das pessoas, nos aproximarmos delas, as acompanhar para anunciar a maravilhosa Graça que não faz acepção de pessoas.

Para conversar

Quem são as pessoas ou grupos que ainda hoje são excluídas de muitas Igrejas? O que podemos fazer para alcançá-las e aproximá-las do amor de Deus e do nosso amor?

A partir do encontro de Filipe com o etíope, destaque como a Igreja precisa agir na evangelização das pessoas.

Leia durante a semana


:: Domingo: Atos 8.26-40
:: Segunda-feira: Atos 10.30-44
:: Terça-feira: Gálatas 3.23-29
:: Quarta-feira: Mateus 28.18-20
:: Quinta-feira: Marcos 16.15-18
:: Sexta-feira: Romanos 10.1-17
:: Sábado: 1 João 3.1-2


Estudo 7


QUEM NÃO TEM PECADOS?


Texto bíblico: João 8.1-11


Evangelho de João é diferente dos outros três. Sua forma, o autor e o ambiente onde foi escrito mostram uma visão diferente de Jesus e seu ministério, do que as apresentadas nos outros Evangelhos.
Ainda que narre fatos presentes nos outros Evangelhos, preocupa-se em fornecer elementos que ajudem as pessoas cristãs a discernir o ensino de Jesus dos demais ensinos que haviam se alastrado pela igreja cristã no primeiro século, particularmente na cidade de Éfeso.


O Evangelho nos mostra o ser humano e suas contradições. Tanto a maldade como a bondade são retratadas nas diversas passagens. O texto da mulher adúltera nos apresenta justamente esta situação, procurando nos conscientizar das nossas contradições e da necessidade de encará-las e superá-las.


Fundamento bíblico


Uma mulher foi surpreendida em adultério. Os que a trazem perante Jesus estão com seus argumentos prontos. Primeiro, narram o seu crime (v.3-4), depois condenam sua prática confrontando-a com a Lei e por último, expõem qual deve ser a pena (v.4-5). Esta é uma cena
bem típica daquela época, quando tramas eram promovidas pelos senhores da Lei para pegar Jesus em contradição.


A fim de terem do que o acusar, evocavam a Lei de Moisés (Deuteronômio 22.22 e Levítico
20.10)
. A Lei em si não era má, sua aplicação é que estava errada. Ao apresentarem a acusação contra a mulher, os escribas e fariseus aguardaram uma resposta de Jesus. Na verdade, o que eles queriam era ouvir do Mestre algo que pudesse também condená-lo (v.6), atitude que ainda se manifestou na sequência do diálogo(v.12-13 e 20).


Se Jesus dissesse que de fato a mulher deveria ser morta estaria negando seu próprio ensino e
ficaria contra César, pois, conforme a lei romana, aos judeus era proibido o direito de executar alguém; se viesse a se mostrar contrário a tal sentença e a favor da mulher, estaria indo contra a Lei Mosaica e assim, teriam do que acusá-lo também.


Jesus, mantendo-se calado, ouve os argumentos, enquanto escreve na terra com o dedo. Talvez uma tentativa de provocar nos acusadores um momento para reflexão.


O Mestre não deu crédito às palavras de acusação daquelas pessoas, não porque não acreditasse nelas, mas porque acreditava que aquela mulher poderia se arrepender e ter sua vida transformada. Enquanto usavam o dedo para apontar o erro daquela mulher, Jesus simplesmente se abaixou e usou o seu dedo para escrever. Não sabemos o que escreveu, talvez fosse um simples gesto de espera.
A mulher não foi condenada por Jesus. Enquanto os escribas e fariseus esperavam o apedrejamento, Jesus manifestou sua graça e misericórdia ao lhe oferecer a vida ao invés da morte. Essa é a
dinâmica do Evangelho de Jesus Cristo: a oportunidade de uma nova vida. 
“... Então lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais”(v.11).


Ao defender a mulher acusada de um crime passível de morte, Jesus revelou seu amor incondicional e não preconceituoso.


Palavra que ilumina a vida


Nesta narrativa, Jesus é apresentado como um Rabi (mestre) convidado para resolver um caso.
Como rabino, estava sentado para ensinar 
(v.2); como escriba, escreve na areia(v.6); como juiz, levanta-se para o veredito (v.7).


Ali, a única pessoa que, de fato, compreendia o verdadeiro sentido da lei, era Jesus. Enquanto
as pessoas a condenavam, Jesus demonstrou que, pela lei, todas as pessoas são culpadas, são pecadoras 
(v.7).


O pecado é uma realidade da vida humana, bem como, o julgamento das pessoas. Muitas vezes não consideramos a sua vida. Boa parte dos nossos julgamentos se baseiam nos fatos sem levar em conta a pessoa. Em nosso coração existe o desejo de não ser apedrejado/a, mas também há o de apedrejar. São as nossas incoerências. Nessa narrativa nos deparamos, como na lição anterior, com a postura de Jesus na defesa de quem está vulnerável. Como agiu Jesus?
Diante daquela situação, Ele calou-se por um tempo, mas o silêncio de Jesus não significava
que estava se calando diante das injustiças, mas sim, que não compactuava com esse julgamento parcial. Os escribas e fariseus salientavam o pecado da mulher eles a expuseram 
(v.3), mas não se preocuparam em apresentar o homem que adulterou com ela, assim mandava a lei (Deuteronômio 22.22).


Muitas vezes também executamos julgamento parcial dos fatos, colaboramos para a exposição das pessoas, sua condenação e apedrejamento. Jesus, naquela situação reforçou o seu ensino, mostrando que não veio ao mundo para julgar, mas para salvar (João 3.17; 8.15). Essa é a mensagem que devemos anunciar.


O Mestre conhecia os corações, sabia quais eram as motivações daquelas pessoas, por isso, as
chamou de acusadoras 
(v.10), e, logo depois, alertou dizendo que tal atitude revelava que suas intenções eram para o mal e não para o bem (v.44 e Apocalipse 12.9-10).


O ato de julgar as pessoas também nos expõe, nos denuncia.


É duro, mas precisamos admitir que não somos apenas pessoas boas, honestas, sérias e dignas, há em nós também maldade e indiferença. Por isso, o apóstolo Paulo, tempos depois, aconselhou: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos...”  (2 Coríntios 13.5).

Jesus voltou-se para falar com a mulher, a misericórdia de Deus se fez presente através desse


 diálogo. Deus é perdoador. Ele rejeita o pecado, mas aceita, cura e acolhe a pessoa pecadora. Com certeza, Jesus não aprovou o pecado cometido por ela, porém, demonstrou que não se pode destruir o mal, eliminando quem o praticou. Pelo contrário, deve-se oferecer à todas as pessoas condições de vida para que não voltem a pecar.


As experiências com o pecado geram muito sofrimento, às vezes desejamos fugir, especialmente quando nossa vida fica exposta ao julgamento das pessoas. Como dói! Aquela mulher nos indica em que direção seguir: achegue-se a Jesus, com sinceridade e fé em seu perdão. Ele é um porto seguro, nele encontramos perdão, exortação, proteção e consolo.


Todas as pessoas pecaram e carecem da graça de Deus. A mulher, os escribas e os fariseus pecaram e, independentemente do tipo de pecados cometidos, agiram inadequadamente. A mulher ouviu de Jesus um conselho: “Vá e não peques mais”. Esse conselho também poderia ser ouvido pelos escribas e fariseus se eles corajosamente reconhecessem seus pecados e ficassem até o fim para serem tratados por Jesus.


Diante do confronto, preferiram ir embora e, pelo que nos conta o restante do Evangelho, continuaram a julgar e apedrejar as pessoas, especialmente, Jesus e seus discípulos e discípulas.


Conclusão


Com essa narrativa aprendemos que é preciso reconhecer a nossa velocidade para julgar as outras pessoas; a nossa natureza pecaminosa; a necessidade de acolher as pessoas vulneráveis que chegam até nós. Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra e quem tiver pedras que não as atire, mas que as coloque como amparo para quem precisa descansar. Como é bom receber o acolhimento e a compreensão em nossas falhas e dificuldades, mas também é muito importante fazermos o mesmo com as outras pessoas.


Para conversar


Em que sentido a intolerância e os julgamentos tem dificultado a convivência na Igreja? Como podemos superar essa situação? e não satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5.16).


Leia durante a semana


:: Domingo: João 8.1-11


:: Segunda-feira: Deuteronômio 22.22


:: Terça-feira: Romanos 3.21-26


:: Quarta-feira: Romanos 3.21-26


:: Quinta-feira: Romanos 3.21-26


:: Sexta-feira: Tiago 2.1-13


:: Sábado: João 8.41-51








 REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS


 

Estudo 7  - PROFESSOR

QUEM NÃO TEM PECADOS?


Texto bíblico: João 8.1-11

Objetivos
Destacar que diante de Deus todas as pessoas são pecadoras e por isso, temos nossas próprias limitações; pontuar a graça e o perdão divinos que estão sempre disponíveis aos que creem; reforçar que Jesus é contra a morte e a favor da vida.


Para início de conversa

Faça tiras de papel e em cada uma delas escreva uma característica ruim, por exemplo: mau-caráter; arrogante; falso/a; fofoqueiro/a; interesseiro/a; esnobe; ladrão/a; mentiroso/a; manipulador/a; egoísta; perigoso/a; perverso/a; fútil; intolerante; impaciente.
Peça ajuda de alguém no grupo que deverá ficar no centro ou a frente na sala. Distribua essas fichas para algumas pessoas. Elas devem ir até a pessoa que está à frente e ler o que está na ficha em voz alta, de forma agressiva, e depois colar a mesma na pessoa (providencie fita adesiva). 
Quando as fichas terminarem, dialogue com o grupo sobre a experiência. Peça que a pessoa
que recebeu as palavras relate sua experiência. Depois pergunte: o que faria Jesus? Leia o
texto da lição (as pessoas deverão ficar em silêncio) e ao final, retire cuidadosamente cada ficha da pessoa, que pode expressar também o que sentiu. Passe a expor a lição.


Por dentro do assunto

A mulher que foi pega em flagrante adultério não teve o seu nome revelado. Para os seus acusadores, os escribas e fariseus, isso não era importante.


Entretanto, sua vida foi exposta publicamente por estes dentro do Templo, e outros olhares se juntaram aos primeiros, reforçando o desejo de punição contra a mesma. A mulher adúltera não era uma prostituta, mas uma mulher casada. Se não o fosse, não caberia a acusação baseada na Lei de Moisés.


A Lei Mosaica, que regia a vida do povo judeu, proibia, entre outras coisas, o adultério
(Êxodo 20.14). Em Levítico 20.10, lemos a punição para este ato.


Embora tendo-a feito ficar em pé diante de todos
(João 8.3) no meio de um círculo, o propósito destes era apresentá-la diante de Jesus e com isso confrontá-lo. Diante do Mestre, os religiosos relembraram a Lei e esperaram um parecer do mesmo sobre essa situação.
Queriam ver se Jesus, como judeu, estaria disposto a obedecer e cumprir a Lei de Moisés ou sustentaria o seu discurso de misericórdia e compaixão. A intenção desta cilada era encontrar meios para provar a ligação de Jesus com publicanos e pessoas pecadoras.
Os escribas e fariseus aparecem nos Evangelhos como opositores de Jesus. Entre eles sempre existiram intensas discussões. O próprio Cristo nunca escondeu sua indignação com as atitudes erradas e muitas vezes desumanas que exerciam (expor o erro de alguém publicamente, sem manifestar nenhuma compaixão ou misericórdia, como fizeram com essa mulher, é uma atitude desumana). Seus atos eram sempre associados à hipocrisia 
Mateus 23.13.33).


Entretanto, nem todo escriba e fariseu se encaixava nessa descrição negativa. Alguns deles realmente andavam no temor de Deus e eram zelosos em suas obras. Em
Lucas 13.31 lemos sobre alguns fariseus que se preocuparam em avisar Jesus sobre um possível atentado que Herodes pretendia realizar contra Ele. Em outra ocasião, Jesus foi convidado por certo fariseu para jantar em sua casa, e o Mestre aceitou (Lucas 7.36). No livro de Atos vemos o relato de que fariseus de converteram à fé em Jesus Cristo (Atos 15.5), sendo que muitos deles se tornaram proclamadores do Evangelho da graça, dentre eles, o apóstolo Paulo, que também era fariseu (Atos 23.6; 26.5).


Algumas observações deste texto: A resposta de Jesus para os acusadores:

 Ao indagarem de Jesus a sua opinião sobre o erro da mulher pega em adultério, Jesus nada disse. Sua resposta foi como uma atitude de indiferença, pois, mantendo silêncio, abaixou-se e passou a escrever na terra com o dedo. Como queriam ouvir dele uma resposta, escribas e fariseus insistem na pergunta. Desse vez, Jesus tem uma resposta desconcertante para os ouvintes: “...aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8.7). A resposta de Jesus provocou uma reflexão, o que levou todos, a começar por aqueles que iriam atirar as pedras, a se retirarem do templo (João 8.9). Com sua resposta Jesus estavam dando-lhes o direito de cumprir a Lei, mas, somente se entre eles houvesse alguém que nunca havia pecado. A resposta de Jesus enfraquece os acusadores e revela-lhes o que de fato eles são: eles também são pecadores.


A resposta de Jesus para a mulher: ao ver os acusadores se retirarem e desistirem de seus planos, poderíamos pensar que a mulher se sentiu aliviada e em paz, mas observamos pelo texto, que ela também fica no aguardo de uma resposta. O que Jesus estava pensando a respeito dela. Talvez estivesse interessada em descobrir, por isso, nem sequer, se moveu de seu lugar.


Dirigindo-lhe a palavra, Jesus pergunta sobre os acusadores dela, demonstrando assim, que Ele, não se encaixa no perfil daqueles. Jesus não estava ali para condená-la. Talvez tenha estado orando por ela e por sua libertação a noite toda
(João 7.53 e 8.1). Jesus era sem dúvida, a única pessoa ali, habilitada a atirar-lhe pedras, pelo fato de nunca ter cometido pecados, mas também não o fez. Ele mesmo declarou sua posição com relação à ela: “...nem eu tampouco te condeno...” (João 8.11).


Jesus manifestou a ela, aquilo que muitos negaram naquele dia, misericórdia e amor e, confirmou isso ao declarar sobre a vida dela, uma palavra de libertação: “VAI!”
(João 8.11). É como se ele dissesse: você agora está livre, ou melhor ainda, está perdoada!

Por fim

Vimos que uma história que começou de forma trágica, terminou em bênção, pois Jesus deu
a essa mulher a oportunidade de um recomeço. E para que esse recomeço desse certo, o Mestre lhe aconselhou: “não peques mais”
(João 8.11). A Palavra de Deus nos instrui que somos todos pecadores e pecadoras e também precisamos da Graça divina. Entretanto, não podemos nos apoiar na graça, pela fé, e negligenciarmos todas as palavras de Jesus. Muitas vezes, temos a facilidade de nos lembrarmos que Jesus disse: “Nem eu tampouco te condeno”, mas facilmente, sem vigilância podemos nos esquecer que ele ainda acrescentou: “não voltes a pecar”. Ore com a turma, agradecendo a Deus a graça e o perdão manifestados e peça forças para conseguirem “andar em Espírito e não satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5.16)

 

Conclusão
Com essa narrativa aprendemos que é preciso reconhecer a nossa velocidade para julgar as outras pessoas; a nossa natureza pecaminosa; a necessidade de acolher as pessoas vulneráveis que chegam até nós. Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra e quem tiver pedras que não as atire, mas que as coloque como amparo para quem precisa descansar. Como é bom receber o acolhimento e a compreensão em nossas falhas e dificuldades, mas também é muito importante fazermos o mesmo com as outras pessoas.

 

Para conversar

Em que sentido a intolerância e os julgamentos tem dificultado a convivência na Igreja? Como podemos superar essa situação? e não satisfazer os desejos da carne” (Gálatas 5.16).

Leia durante a semana

:: Domingo: João 8.1-11

:: Segunda-feira: Deuteronômio 22.22

:: Terça-feira: Romanos 3.21-26

:: Quarta-feira: Romanos 3.21-26

:: Quinta-feira: Romanos 3.21-26

:: Sexta-feira: Tiago 2.1-13

:: Sábado: João 8.41-51



 Estudo 6

UMA MULHER PERDOADA


Texto bíblico: Lucas 7.36-50

O  Evangelho de Lucas é datado entre os anos 70 e 90 da Era Cristã. O contexto é próximo às guerras judaicas contra a dominação romana, as quais antecederam a tomada de Jerusalém e a destruição do Templo. Lucas faz questão de evidenciar em seus relatos, aquilo que ele
percebe de mais profundo em Jesus Cristo: Ele é amigo dos pecadores e pecadoras. O próprio Jesus afirmou que “... o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). O texto de hoje é uma afirmação desta verdade.

 Fundamento bíblico

Jesus estava na casa de Simão, o fariseu, que havia convidado o Mestre para jantar com ele. Esta não era a primeira vez que Jesus entrava na  casa de um fariseu para cea(Lucas 11.37; Lucas 14.1). Nosso Mestre relacionava-se com fariseus e publicanos indistintamente, já que a sua missão buscava alcançar todas as pessoas.

Quando se oferecia uma refeição a um convidado, esse gesto se tornava público e outras pessoas acabavam participando da ceia ou simplesmente se aproximavam para acompanhar os feitos e ensinos de Jesus.

Foi assim que uma mulher, identificada apenas como “a pecadora”(Lucas 7.37), entrou na casa e aproximando-se de Jesus, passou a ungir os seus pés com um caríssimo unguento cujo valor era estimado em 300 denários, valor referente ao salário de um ano inteiro de uma pessoa diarista.

Provavelmente a mulher ansiava por esta ocasião há muito tempo, pois ao iniciar tal ato não conteve
sua emoção e, ao mesmo tempo  que ungia os pés do seu Senhor, com alegria e gratidão, beijava-
-lhe e regava-lhe com as suas lágrimas, levando-a a secar-lhe os pés com os seus cabelos.
Ajoelhar-se, tocar os pés de alguém, lavar os pés, eram atitudes de servos e servas naquele tempo. Ao achegar-se por trás, como quem não quer incomodar, e inclinar-se diante de Jesus em
direção aos Seus pés, essa mulher revelou-se uma serva. Suas atitudes não pararam por aí, ela enxugou os pés de Jesus com os seus cabelos.

Esta ação provavelmente indignou Simão e os demais homens ali presentes.

Naquela sociedade, as mulheres não usavam cabelos soltos. Aliás, às mulheres não era permitido
participar livremente da vida pública. Quando o faziam, era com a permissão do pai ou marido e
deveriam sempre cobrir rosto e  cabelos com um manto. Se uma mulher saísse de casa com o rosto
descoberto e cabelos soltos, além de toda discriminação e condenação, também estaria sujeita ao divórcio. Usar o cabelo solto era algo tão grave que permitia ao marido separar-se, sem precisar pagar ao pai da mulher o valor referente ao dote em caso de divórcio.

Foi assim que o fariseu a identificou como pecadora, provavelmente uma prostituta. Entretanto,
ela não se incomodou com olhares e julgamentos, simplesmente continuou se derramando diante
de Jesus. Sua atitude foi considerada ousada e desnecessária pelo dono da casa, que indignado, passou a questionar em seu íntimo a legitimidade de Jesus como enviado de Deus e passou também
a julgar a mulher como indigna de perdão, tanto da parte Deus como das pessoas 
(Lucas 7. 39).
Sendo Jesus de fato o Filho de Deus e, conhecendo os pensamentos e intenções humanas, mostrou a Simão que já sabia o  que se passava em seu coração 
(Lucas 7.40). Para ensiná-lo sobre a maneira correta de acolher as pessoas (a pecadora ou o Filho de Deus), o Mestre contou-lhes a história dos devedores perdoados(Lucas 7.41-42). Assim, Jesus repreendeu Simão por não lhe haver feito uma série de coisas(Lucas7.44-46); em contrapartida louvou o ministério da mulher e perdoou-lhe os pecados (Lucas 7.47-48-50).

Palavra que ilumina a vida

Desafios são apontados para nós diante desse episódio. Qual postura assumir? A do serviço bnegado, dedicado daquela mulher ou a do julgamento daquele homem? As atitudes dessas pessoas revelaram o que estava no íntimo do seu coração. Simão não deu água para lavar os pés, já a mulher lhe deu suas lágrimas; Simão não lhe deu um beijo no rosto, já a mulher lhe beijava os pés; Simão não deu óleo para ungi-lo, já a mulher lhe deu um precioso bálsamo.

No coração de Simão, a arrogância. No coração da mulher, a humildade.

Precisamos ter cuidado com a nossa postura diante de Jesus. Nosso grande conhecimento bíblico,
nosso longo tempo de Igreja ou a atuação em ministérios e grupos de discipulados, não podem nos
tornar arrogantes. Tudo o que somos e fazemos é fruto da Graça de Deus que superabundou na nossa vida! Nós somos pecadoras e pecadores que receberam o perdão de Jesus! Não podemos nunca nos esquecer disso. As atitudes dessa mulher levaram-na a alcançar o perdão, a salvação e a paz para o seu interior
(Lucas7.50), sua vida foi transformada e sua dignidade e valores recuperados por Jesus.

No coração da mulher, a gratidão. No coração de Simão, a desconfiança.

A nossa gratidão ao Mestre precisa nos levar a servi-lo da melhor maneira possível. No serviço, podemos nos surpreender com os desafios apontados por Cristo Jesus, geralmente mexem com
nossa estrutura e nossos preconceitos. O quão disponível estamos para ter o nosso caráter tratado?
A mulher superou todas as dificuldades para servir a Cristo, inclusive teve sua vida restaurada, salva, pacificada por isso. Já Simão desconfiou de Jesus e nem diante da parábola contada por Ele, assumiu que tinha se portado de maneira inadequada, preferiu ficar com seus velhos conceitos.
Enquanto Simão via uma atitude profana, fruto de uma pecadora cujo pecado não era visível, Jesus via o serviço (ministério) que ela exercia em relação a Ele, como também via o pecado explicitamente revelado de um coração  preconceituoso e nada misericordioso, o de Simão.
O perdão de Deus estava disponível à todas as pessoas naquela casa, mas foi a mulher quem mais revelou sentir a força desse perdão em sua vida. A atitude da mulher, tão louvada por Jesus, não
foi percebida em seu verdadeiro valor pelo fariseu, porque ele estava convicto do caráter pecador
da mesma e por causa do seu julgamento, não conseguia enxergar o caráter perdoador de Jesus.
Simão havia aberto sua casa para Jesus, mas não seu coração.

Infelizmente, o que aconteceu na casa de Simão continua a acontecer em nosso tempo. Jesus quer
que pecadores e pecadoras tenham livre acesso à sua presença, mas muitas vezes essas pessoas
ainda são julgadas pelo seu passado, ou por aquilo que falam delas, e assim, muitas acabam se
afastando de Deus, ao invés de achegarem-se à Ele.

Para conversar

Que tipo de caráter evidenciamos quando estamos diante das falhas de nossos irmãos e irmãs?

Vimos que a atitude da mulher foi uma confissão da sua fé em  Jesus como Senhor. Você já confessou publicamente a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida?

Leia durante a semana

:: Domingo: Lucas 7.36-50
:: Segunda-feira: Lucas 19.1-10
:: Terça-feira: Lucas 19.1-10
:: Quarta-feira: Lucas 6.32-38
:: Quinta-feira: Lucas 6.20-23
:: Sexta-feira: Lucas 8.1-3
:: Sábado: Lucas 10.21-24


REVISTA EM MARCHA- 

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 6

UMA MULHER PERDOADA

Texto bíblico: Lucas 7.36-50

ObjetivoApresentar o Evangelho de Lucas com a mensagem de perdão e salvação anunciadas por Jesus.

 Para início de conversa

Inicie a aula com o tema do perdão e pergunte a turma: Para você, qual é o mais fácil: perdoar ou pedir perdão? Por que? Será que é tão difícil assim exercitar o perdão?

Conclua esse primeiro momento falando sobre a certeza que temos de que o perdão é a vontade de Deus para nós e o estudo de hoje nos mostrará um pouco mais sobre isso.

 Por dentro do assunto

O Evangelho de Lucas tem como tema central a atenção dada por Jesus às pessoas excluídas. Nele, pobres e mulheres são colocados em evidência. Os atos de Jesus, revelados nos Evangelhos, trazem para perto as mulheres, crianças e todas as pessoas marginalizadas, empobrecidas, doentes e excluí-das.
Para Lucas, é extremamente importante destacar que Jesus veio para buscar e salvar a pessoa  perdida
(Lucas 19.10).

O texto deste estudo faz parte do contexto maior da atuação de Jesus na Galiléia (4.31-9.50). Este relato é exclusivo de Evangelho de Lucas.

A passagem seguinte (8.1-3) nos mostra que Lucas coloca nosso texto no bloco em que fala da relação de Jesus com as mulheres.

Logo após o acontecimento da mulher que o unge com perfume caro, são citadas outras mulheres que o seguem e sustentam seu ministério com bens pessoais, o que podia servir como justificativa de sua postura passiva em relação à mulher pecadora. Sim, nesta história Jesus é passivo.
Ele aceita o que a mulher faz. Ela toma a iniciativa; Ele a responde.

Toda a narrativa gira em torno da ação desta mulher.

A personagem feminina do texto nos é apresentada como pecadora, o que não significa que fosse uma prostituta. Olhando o texto do ponto de vista do fariseu, podemos pensar em duas hipóteses:
1) que ela era pecadora, por não se encaixar dentro dos ideais de piedade farisaica; 2) que ela era esposa de um homem, cuja profissão, aos olhos do fariseu, também não atendia esses ideais.
A atitude de condenação e preconceito do fariseu em relação a mulher (identificá-la como prostituta – Lucas 7.39) foi rejeitada por Jesus, que usando de uma parábola procurou con
vencer a todos os presentes e, principalmente Simão, de que o amor de Deus por todas as pessoas não tem limites e, por este amor, somos perdoados/as de nossas ofensas.

Na parábola, que tem a intenção de provocar a reflexão, Jesus fala de alguém que perdoou a dívida
de dois devedores que não tinham como saldá-las: um que devia muito e outro, dez vezes menos,
e conclui mostrando que aquele que tinha a dívida maior, deveria demonstrar maior gratidão pelo
perdão alcançado. Assim, o Mestre compara o devedor da maior dívida à mulher pecadora, agora
também perdoada e com certeza, agradecida pelo dom de Jesus. Já o pequeno devedor representaria
Simão, que sentia-se superior à mulher, mas que carecia do perdão de Deus, o credor, da mesma
forma que ela.

No mundo judaico era comum a marginalização das mulheres, que ficavam reclusas unicamente à
vida doméstica. Para sair de suas casas, precisavam do consentimento do pai ou marido e sempre
com seus rostos cobertos por um véu. O véu era parte do vestuário feminino e símbolo de honra,
decência e status social. Representava a submissão da mulher ao seu marido. Os cabelos soltos eram símbolos de vaidade e, por isso, vistos como pretexto de sensualidade.

Por esta razão, sair de casa com os  cabelos descobertos ou mesmo ficar de conversa pelas ruas, possibilitava ao marido o pedido de divórcio.

“A cabeça raspada de mulheres representava que eram prisioneiras de guerra. Estas tinham suas cabeças raspadas como punição,  expressão de humilhação (Dt 21, 10-14; Is 3, 16, 24)”.

(Keila Matos e Ivone Richter Reimer. http://seer.ucg. br/index.php/caminhos/article/viewFile/955/668, p.275. Caminhos, Goiânia, v. 6, n. 2, p. 269-283, jul/dez, 2008).

O uso dos cabelos curtos ou raspados era considerado culturalmente vergonhoso também na
época de Paulo. Usá-los assim era o mesmo que estar despida. O apóstolo prescreveu o uso dos cabelos presos às mulheres de Corinto, para não se associarem com as mulheres consagradas ao culto a Dionísio, o deus do vinho, que o cultuavam de cabelos soltos e com celebrações que envolviam orgias, assim como as adoradoras da deusa Ísis, que também usavam seus cabelos soltos. 
(Keila Matos e Ivone Richter Reimer.http://seer. ucg.br/index.php/caminhos/article/ viewFile/955/668. Caminhos,
Goiânia, v. 6, n. 2, p. 279, jul./ dez, 2008).

 Por fim

Convide o grupo a partilhar no que esse texto colabora com o texto do perdão. Lance a pergunta: a partir deste estudo como o perdão pode ser definido ou caracterizado? Abra espaço para
que as pessoas que tem dúvidas quanto ao tema do perdão possam apresentá-las e, na medida
do possível, tente respondê-las junto com o grupo. Peça sabedoria a Deus para conduzir esse momento sem expor ninguém, ou  causar qualquer mal-estar na sala.

O perdão não é besteira ou muito menos tolice. Ele requer renúncia e humildade. É uma postura nobre e uma ordem divina!

 Para conversar

Que tipo de caráter evidenciamos quando estamos diante das falhas de nossos irmãos e irmãs?

Vimos que a atitude da mulher foi uma confissão da sua fé em  Jesus como Senhor.

Você já confessou publicamente a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida?

 Leia durante a semana

:: Domingo: Lucas 7.36-50
:: Segunda-feira: Lucas 19.1-10
:: Terça-feira: Lucas 19.1-10
:: Quarta-feira: Lucas 6.32-38
:: Quinta-feira: Lucas 6.20-23
:: Sexta-feira: Lucas 8.1-3
:: Sábado: Lucas 10.21-24




REVISTA EM MARCHA- 2016-  SEGUNDO SEMESTRE 


O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS

Estudo 5

APRENDENDO A SUPERAR OS CONFLITOS DA FÉ

Texto bíblico: Marcos 2.1 - 3.6

O evangelho de Marcos, escrito por volta do ano 70, foi o primeiro a ser escrito. Ele foi construído para ser lido em comunidade e recontar as histórias de Jesus (já conhecidas na época). Lê-las em grupo ajudaria a animar a fé da igreja que vivenciava vários conflitos: a perseguição do Império Romano, a disseminação dos ensinamentos desse império, as tensões de relacionamento e as doutrinas enganosas que permeavam a comunidade de fé e etc.


 A pratica ministerial do Messias gerou muitos conflitos e o Evangelho de Marcos se preocupou em tratar esse tema. À medida que a Boa-Nova foi se multiplicando, os problemas foram aparecendo. Para muitas pessoas essa mensagem era libertadora e trazia conforto, mas para tantas outras, especialmente os religiosos da época, as palavras e prática de Jesus eram sempre colocadas em cheque, pois seus comportamentos e “verdades” denunciavam seus pecados. Neste estudo trataremos dos conflitos.


 FUNDAMENTO BÍBLICO


O texto de Marcos 2.1 a 3.6 apresenta 5 conflitos que surgem já no início da atividade ministerial de Cristo. Esses conflitos são resultantes da atuação de Cristo Jesus em favor das pessoas. Vejamos:


 Primeiro conflito – 2.1-13: depois de curar um paralitico, surge a discussão dos fariseus com Jesus sob o tema do perdão dos pecados. Para os doutores da Lei, uma pessoa deficiente era impura, não poderia aproximar-se de Deus. Outra questão é que apenas Deus poderia perdoar pecados e somente um sacerdote poderia declarar uma pessoa purificada. Jesus não era visto como o Messias, apenas como uma pessoa do povo e que não tinha autorização para o que estava fazendo naquela situação. Os religiosos sentiam que seu autoritarismo estava ameaçado por quem tinha a verdadeira autoridade, reconhecida pelo povo (Marcos 2.12). Jesus era Aquele que podia e desejava perdoar pecados e curar (v.9-11).


 Segundo conflito2.14-17: Jesus chama um publicano (coletor de impostos) para segui-lo. Os publicanos tinham uma péssima reputação e eram considerados impuros, pecadores, isso por conta da sua relação com


o Império. Além de chamar um publicano, Jesus senta-se à mesa com eles. Na cultura da época, sentar-se à mesa com alguém significava considerar essa pessoa como irmã. Diante disso, os fariseus e escribas se enfurecem com mais essa “transgressão” de Jesus. Jesus era Aquele que usava de misericórdia com as pessoas que podia e desejava acolher e perdoar pecados (v.17).


 Terceiro conflito – 1.18-22: O tema do terceiro conflito é o Jejum. Os discípulos d João e os fariseus tinha o jeju como prática enquanto o povo judeu, em geral, só jejuava uma vez por mês. O Jejum é uma forma de nos aproximarmos de Deus, embora Jesus jejuasse e apontasse a necessidade de o fazê-lo, naquele momento os discípulos estavam com seu Mestre e era tempo de festa de celebração da presença do Messias, não fazia sentido jejuar.  


 Quarto conflito  - 2.23-28: Esse conflito acontece diretamente com os fariseus e é sob um ponto central da lei judaica: a observância do sábado. Eram várias as regras de comportamento impostas para esse dia. Os fariseus evocam a lei (Êxodo 20.8-11) para criticar a ação de Jesus (v.24) e Cristo também resgata a ação de Davi (2 Samuel 21.1-6; Levíticos 24.5-9) como resposta à acusação esses religiosos (v.25). Assim, propõe uma nova forma de ver o sábado: o dia é mais importante do que a pessoa e sim o contrário (Marcos 2.27). Jesus era aquele que cumpria a lei para respeitar a vida e não pra oprimi-la.


 Quinto conflito- 3.1-6: Este é o último conflito dessa série, ele também acontece num dia de sábado e agora diz respeito a cura de uma pessoa. Mais uma vez, os religiosos acusam Jesus de não cumprir a Lei, porque consideravam que isso era um trabalho produtivo, portanto, não poderia acontecer em dia d sábado. Mais uma vez, o Messias coloca em cheque a função que a tradição dava para a lei: “é licito no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la?” (v.4). Jesus era Aquele que veio trazer a correta interpretação da lei.


 Foi a partir dessa série de conflitos que fariseus e herodianos começaram a conspirar para tirar a vida de Jesus (v.6)


 PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA


 Conflitos fazem parte da vida humana, nas mais diversas situações e relações nos deparamos com essa realidade, mas uma pergunta se apresenta a nós: como lidamos com os conflitos que surgem em nossas vidas? As comunidades cristãs na época em que esse Evangelho foi escrito, viviam uma série de conflitos, inclusive, perseguições por serem cristãs. A lerem as experiências de Jesus com tais conflitos, animavam a fé e aprendiam a superá-los. Como Jesus lidou com esses 5 conflitos? Partilhamos algumas percepções:


 


a)      Não abria mão do seu princípio solidário em relação às pessoas necessitadas: a despeito do perigo, Cristo entendia que sua missão era salvar curar e libertar as pessoas e, por isso, enfrentou todas as forças contrárias a esse princípio. Nossa atitude deve ser como a de Jesus: não podemos escolher o conforto e a omissão, enquanto muitas pessoas carecem de defesa, salvação e acolhida;


 b)      Escolhia a melhor forma de olhar as situações, usava a lente do amor: cada um dos conflitos surgiu por conta da divergência na forma de ver e compreender as situações que se apresentavam. Cristo tinha uma ótica, enquanto os religiosos tinham uma ótica oposta. Nós enxergamos a vida a partir da nossa experiência e das nossas crenças, a forma como olhamos a vida e lidamos com as pessoas diz muito sobre que a gente é. A ótica de Cristo era: “amar a Deus sobre todas as coisas (...) e ao próximo como a ti mesmo” (Marcos 12.30-31). Enquanto não conhecemos a Cristo, podemos nos valer das nossas experiências e “verdades”, mas ao nos tornarmos discípulas e discípulos de Jesus, o que nos move deve ser a vontade do Pai e a experiência com seu Santo Espírito. É isso que deve ser a nossa lente para a vida;


c)      Embora fosse a Verdade o Caminho e a Vida dava espaço para o diálogo: em todos os conflitos, diante da postura raivosa daqueles religiosos, Jesus fazia perguntas para que eles pudessem refletir sobre a maneira como acreditavam e agiam. Em cada conflito é possível ver Jesus devolvendo, em forma de pergunta, a acusação recebida (Marcos 2.7, 16, 19, 25 e 3.4). Diante da postura não violenta de Jesus, eles não conseguiam continuar explicitamente a agressão. Os questionamentos de Jesus vieram a partir da sua compreensão adequada da lei. A resolução dos nossos conflitos devem passar  pelo adequado uso da Palavra de Deus como parâmetro para a vida, mas só conseguimos isso à medida que nos alimentamos da Palavra e em oração clamamos a Deus por discernimento e sabedoria.

 CONCLUSÃO


“Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos” (Marcos 2.21-22)


 Esta reflexão de Jesus está interligada ao conflito do Jejum,, no entanto, ela pode ser aplicada a todos estes conflitos. O que Cristo propõe por meio dos exemplos dos odres e dos retalhos tem a ver com a necessidade de renovação da mente e da vida. A interpretação dos religiosos é comparada ao odre e ao pano velhos e Jesus é o rebento, o renovo (Isaías 11.1). “Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17) Pois, nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura (Gálatas 6.15).


 O crescimento da Boa-Nova promove conflitos, pois denuncia o pecado e anuncia o amor. Uma vida em crescente intimidade com Deus, seguramente vivenciará conflitos por conta da sua fé e de seu testemunho. É na experiência e nas palavras de Cristo Jesus que precisamos nos inspirar para superar as dificuldade que aparecem em nosso caminho sempre lembrando do que já estudamos: “Bem –aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem –aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5.9-10).


 PARA CONVERSAR


A partir da análise da postura de Jesus mediante os conflitos destaque qual a postura cristã mais difícil de assumir diante dos problemas que surgem.


 Que conflitos a Igreja evangélica vivencia no Brasil? Como você analisa a postura evangélica diante desses conflitos?


 


LEIA DURANTE A SEMANA


::Domingo: Marcos 2.1 – 3.1-6


::Segunda-Feira: Marcos 3.20-30


::Terça –Feira: Marcos 6.1-6


::Quarta- Feira: Marcos 8.11-21


::Quinta -Feira: Marcos 8.34-38


::Sexta – Feira: Marcos 8.34-38


::Sábado:  Marcos 16


 







REVISTA EM MARCHA- O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS



Estudo 5 -  PROFESSOR



APRENDENDO A SUPERAR OS CONFLITOS DA FÉ



Texto bíblico: Marcos 2.1 - 3.6



 Objetivos


Trazer algumas considerações sobre o Evangelho de Marcos; apresentar os conflitos vivenciados por Jesus e identificar as ações do Mestre na superação dos mesmos.


 Para início de conversa


Entregue para cada integrante da turma a história “Abrigo subterrâneo”. O exercício acontecerá em dois momentos, o primeiro deve ser realizado individualmente (cada um deverá ler e tirar suas conclusões) e o segundo em subgrupos onde, juntos/as, deverão chegar num mesmo fim. Ao final partilhe os resultados e conversem sobre a dificuldade da escolha das pessoas.
Abrigo Subterrâneo: imaginem que nossa cidade está sob ameaça de um bombardeio. Aproxima-se uma pessoa e lhes solicita uma decisão imediata: existe um abrigo subterrâneo que só pode acomodar seis pessoas, mas há doze interessadas em entrar no abrigo.


É preciso escolher apenas 6. As pessoas são: um violinista, com 40 anos de idade, narcótico viciado; uma advogada com 25 anos de idade; o marido da advogada com 24 anos de idade, que acaba de sair do manicômio. O casal prefere ou ficar juntos no abrigo, ou fora dele; um sacerdote com 75 anos; uma prostituta com 34 anos de idade; um ateu com 20 anos de idade, autor de vários assassinatos; uma universitária que fez voto de castidade; um físico com 28 anos de idade, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo sua arma; uma mulher grávida com 21 anos de idade;
uma menina com 12 anos e baixo QI; um homossexual com 47 anos de idade; um deficiente mental
com 32 anos de idade, que sofre de ataques epilépticos.


Ao final do exercício convide o grupo para relatar a experiência, provoque-o a descrever os critérios utilizados na escolha das pessoas e os conflitos de opinião que surgiram no exercício. Aponte que Jesus viveu muitos conflitos por conta dos seus princípios.


Leia o texto bíblico e dê início a lição, retomaremos a dinâmica ao final da aula.


 Por dentro do assunto


Na época em que o Evangelho de Marcos foi escrito, as comunidades cristãs viviam espalhadas
pelo Império Romano e, como toda igreja, sofriam pressões e
 viviam situações de conflito. Esses conflitos eram perseguições do Império; rebelião dos judeus palestinos contra a invasão romana; o questionamento sofre o fato de Jesus ser o Messias; problemas internos e relacionais na igreja e etc. A seguir algumas questões importantes para entender os conflitos.


 1º Conflito: estava posto para sociedade da época que a doença era fruto do pecado (João 9.1-3), porém, o ministério de Jesus confrontava essa alegação.


Enquanto os religiosos da época afastavam as pessoas por serem pecadoras, Jesus acolhia a todas:
pecadoras, doentes, impuras. Foi o que aconteceu com esse paralítico que agora não precisa ir ao
Templo para o perdão dos seus pecados. Ele já o tinha alcançado na pessoa de Jesus. Com isso,
o Mestre não estava rejeitando a importância do Templo, pois, Ele mesmo disse que aquele espaço seria uma casa de oração 
(Mateus 21.13). Jesus sabia que os religiosos barrariam a entrada deste homem no Templo e, por isso, facilitou o seu acesso a Deus. Assim, neste feito de Jesus, quebra-se a ideia de que uma doença é fruto do pecado. Com isso Jesus dá um novo horizonte às pessoas doentes, a fim de que elas não se sintam castigadas por Deus.


2º Conflito: “Os coletores de impostos, mencionados pelos Evangelhos, cujo termo grego é


telônai, são pessoas comuns, contratadas pelos empresários para  o serviço de frente nas coletorias. Eram pessoas assalariadas, sentadas nos postos fiscais, que muitas vezes não conseguiam nenhum outro emprego e que, por toda rejeição e instabilidade, podiam facilmente ser corrompidas. Por tudo isso, o coletor de impostos constava na lista das profissões desprezadas, juntamente com cuidadores de porcos, curtidores de couro, vendedores de alho, barqueiros, carreteiros, servidores de mesa,  serventes, enfim todos trabalhos mal remunerados, executados por pessoas pobres.
O cobrador de impostos Mateus certamente já tinha ouvido falar de Jesus e de seus milagres, posto que morava na mesma cidade.


Quem sabe, Mateus até já havia pensado em seguir Jesus” (Ana Isa dos Reis)*.


3º Conflito: “nos anos 70, época em que Marcos escreveu, havia nas comunidades um conflito entre cristãos vindos do paganismo e cristãos vindos do judaísmo. Os que tinham vindo do judaísmo faziam questão do jejum, da comunhão da mesa e da observância do sábado, o que provocava longas discussões com os que tinham vindo do paganismo. Descrevendo como Jesus se situava naqueles conflitos, Marcos ajudava as comunidades e as orientava” (Carlos Mesters e Mercedes Lopes, p.48)*.


 4º Conflito: “A interpretação e sacralização da lei tinham a função de justificar poderes dominadores desses grupos religiosos organizados. Cabia ao povo dizer sim, sim para a lei, conforme a interpretação desses grupos, mesmo que esse cumprimento cerceasse a vida (o acesso ao pão, no nosso caso). O absolutismo como critério para a interpretação era o mecanismo de poder usado pelos fariseus e escribas. Os critérios de Jesus para a interpretação da lei são diferentes. As novas versões de Jesus para a lei (na unidade de Mc 2.1 a 3.6) questionam o consenso ideológico em voga, defendido e articulado principalmente pelos fariseus. Assumem a função desestabilizadora das formas vigentes de poder. O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado (v. 27)”. (Guilherme Lieven)*.


 5º Conflito: “os Judeus ouvem atentamente as interpelações  de Jesus e nada respondem, o que os torna culpados, porque sabem muito bem o que todo o judeu observante deve fazer. Jesus continua sua atividade e cura o doente, justificando que a vida humana e muito mais importante do que a observância do trabalho no dia do sábado e que para salvar a vida humana se pode violar a lei. Permanecendo numa posição farisaica ou querendo procrastinar para o amanhã a prática que gera vida, estamos optando e aceitando hoje a morte. Jesus nos indaga para uma ação prática não teórica: o que devemos fazer de imediato hoje”. (Odalberto Domingos Casonatto)*.


A conclusão que chegamos é que a mensagem de Jesus era bem contrária à interpretação dos escribas e fariseus, isso fez com que eles tramassem a sua morte.


Por fim


Retome a dinâmica e reflita a partir do estudo, sobre quais os critérios que Cristo utilizaria na escolhas  dessas pessoas. São esses critérios os nossos desafios e alvos na trajetória cristã.


 CONCLUSÃO


“Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos” (Marcos 2.21-22)


 Esta reflexão de Jesus está interligada ao conflito do Jejum,, no entanto, ela pode ser aplicada a todos estes conflitos. O que Cristo propõe por meio dos exemplos dos odres e dos retalhos tem a ver com a necessidade de renovação da mente e da vida. A interpretação dos religiosos é comparada ao odre e ao pano velhos e Jesus é o rebento, o renovo (Isaías 11.1). “Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5.17) Pois, nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura (Gálatas 6.15).


 O crescimento da Boa-Nova promove conflitos, pois denuncia o pecado e anuncia o amor. Uma vida em crescente intimidade com Deus, seguramente vivenciará conflitos por conta da sua fé e de seu testemunho. É na experiência e nas palavras de Cristo Jesus que precisamos nos inspirar para superar as dificuldade que aparecem em nosso caminho sempre lembrando do que já estudamos: “Bem –aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem –aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5.9-10).


 PARA CONVERSAR


A partir da análise da postura de Jesus mediante os conflitos destaque qual a postura cristã mais difícil de assumir diante dos problemas que surgem.


 Que conflitos a Igreja evangélica vivencia no Brasil? Como você analisa a postura evangélica diante desses conflitos?


 LEIA DURANTE A SEMANA


::Domingo: Marcos 2.1 – 3.1-6


::Segunda-Feira: Marcos 3.20-30


::Terça –Feira: Marcos 6.1-6


::Quarta- Feira: Marcos 8.11-21


::Quinta -Feira: Marcos 8.34-38


::Sexta – Feira: Marcos 8.34-38


::Sábado:  Marcos 16


 


Estudo 4

MATEUS: FELIZ É QUEM EXERCE JUSTIÇA

 Texto bíblico: Mateus 5.1-11

O Evangelho de Mateus, embora seja o primeiro na estrutura bíblica, não foi o primeiro a ser escrito, ele surge no final dos anos 80, enquanto o Evangelho de Marcos data dos anos 70. Por ser um texto escrito em meio a perseguição dos fariseus às pessoas judias que se toraram cristãs, um tema se destaca: a observância da Lei, que é apontada pelo autor como o cumprimento da justiça de Deus, isto é, de sua vontade (Mateus 6.1-6). Em Mateus, Jesus é apresentado como o Mestre da justiça que veio para cumpri-la integralmente (Mateus 3.15). É o tema da justiça que perpassará este estudo que trata das bem- aventuranças.

 FUNDAMENTO BÍBLICO

O fio condutor das bem-aventuranças é o tema da justiça, inclusive essa afirmativa encontra-se no centro, no meio do texto: “bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5.6). A justiça é o fundamento do Reino de Deus e nas bem-aventuranças encontramos um modelo de cidadania desse Reino. Quais as características das pessoas eu querem ser cidadãs do Reino de Deus? Por meio das bem-aventuranças, podemos concluir que elas:

 ·         São humildes de espirito: são pessoas abençoadas  felizes porque aprenderam a depender de Deus e confiam na sua bondade e misericórdia. Sabem que Deus se importa e que, ainda que outras pessoas as desprezem ou as oprimam, podem confiar no amor de Deus. As pessoas humildes de espírito não dão espaço para ganância e para busca desenfreada inconsequente pelo dinheiro e outras riquezas (Mateus 6.19-21).

 ·         Choram: a bênção prometida não é para todas as pessoas que choram, mas é uma consolação para quem chora pelos pecados que oprimem seus espíritos (dela e das outras) porque dentro da misericórdia de Deus há perdão  e alívio para quem se arrepende. Cristo vem para consolar que chora. (Isaias 61.2; Lucas 2.25) e perdoar quem se arrepende (Lucas 18.9-14)


·         São mansas: a mansidão não significa fraquezas ou submissão por covardia, ameaça ou dominação. Moisés era manso (Números 12.3), mas sabemos que tinha uma liderança enérgica e corajosa. Pessoas mansas são as que não dependem da força bruta para conseguir o que desejam, dependem da força do Senhor (Salmo 37.11; Romanos 12.19; 1 Pedro 2.23)

·         Tem fome e sede de justiça: São pessoas que desejam acertar, corrigir abusos, defender direitos, agir pela garantia da justiça. Desejam a justiça com a mesma intensidade com que querem saciar ou matar a fome. Não falamos de uma pessoa justiceira que quer se colocar no lugar de Deus, mas daquelas que, por dependerem de Deus para concretizar a justiça, trabalham o quanto podem, se colocam como instrumento e participam ativamente no trabalho de Deus.

·         São misericordiosas:  Essas são as que tratam as pessoas com amor e misericórdia, especialmente as pessoas necessitadas e injustiçadas em todos os sentidos.  O Reino de Deus pertence a quem, como Cristo , tem amor e misericórdia e, por isso, demonstra solidariedade (Mateus 614-15; 7.-2; 25.34-40). Para o povo romano, misericórdia era sinal de fraqueza; para os fariseus o zelo e a rigidez no cumprimento da lei não dava espaço para demonstrar misericórdia; mas para Cristo, a misericórdia ea uma expressão determinante da adoração a Deus (Mateus 22.37-40).

·         São limpas de coração: São aquelas de coração singelo, simples e que tem um propósito bem específico na vida: cumprir a vontade de Deus. A palavra coração inclui também a mente, ou seja,, razão e sentimento engajados nesse propósito.

·         São pacificadoras: uma pessoa pacificadora é aquela que semeia e colabora com a paz, relaciona-se e intervém nas relações humanas nessa perspectiva. É a pessoa que se propõe a mediar conflitos, a acabar com eles, é quem sempre “joga água na fervura” ao invés de atiçar a fogueira, é quem faz parte da famosa turma do “deixa disso”. Nesse tempo de tanta violência e agressividade, nosso desafio é não reproduzir o violento comportamento deste século.

·         São perseguidas: a ênfase aqui são as pessoas perseguidas por causa da justiça, são aquelas que permanecem firmes nos princípios do evangelho, sem ceder às pressões do mundo. Se assumimos o compromisso com a cruz de Cristo, certamente teremos problemas. As pessoas cidadãs do Reino, ao passarem pelas tribulações e perseguições, têm o auxílio da Graça de Deus para seguirem adiante, chegam até a se alegrar diante das perseguições, pois sabem que terá a  vitória em Cristo Jesus (1 Pedro 1.6-12).

 PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

Ser uma pessoa cristã é assumir uma postura fundamentada na justiça

 Frente ao mundo que se vive, ainda eu essa postura possa significar ou gerar perseguições incômodos, falta de aprovação por pessoas injustas. A justiça é característica fundamental do Reino de Deus, portanto, o fundamento da nossa identidade cristã. As pessoas que possuem o reino são as que buscam e lutam pela implementação da justiça e por ela sofrem perseguições. Para uma comunidade perseguida, isso vem como um bálsamo. É a palavra de Deus consolando, animando e orientando o povo.

 

As bem-aventuranças desafiam e convocam as pessoas cristãs a se comprometerem com a justiça. No entanto, de que justiça se fala? Seguramente não é a justiça dos escribas e fariseus (Mateus 5.20), pois a justiça deles inviabilizava a vida, era fardo e por isso, já não tinha mais relação com Deus (Mateus 11.28-30). Jesus critica essa justiça e busca retomar o verdadeiro sentido dessa palavra. A justiça é o critério que organiza a vida e as relações e, por isso, devem estar comprometida com a vida, com o bem-estar das pessoas. Fariseus e escritas conheciam a leio no papel, mas, muitos deles, não entendiam o sentido para a vida. E nós? Como temos lidado com as leis de Deus?

 Cumprir a justiça de Deus é tornar-se semelhante a Ele. Ao tratar sobre a justiça expressa no Serão do Monte assim se expressou Wesley: E que é a justiça senão a vida de Deus na alma; a mente que havia em Cristo Jesus; a imagem de Deus estampada no coração, agora renovada segundo a semelhança daquele que o criou? Que é justiça, senão amor de Deus, porque Ele primeiro nos amou, e, por sua causa, amou a toda a humanidade (Sermão 21, sobre o Sermão do Monte, discurso 1).

 Para a comunidade de Mateus cumprir a justiça era realizar a vontade de Deus e assim buscar a perfeição cristã que, para a tradição wesleyana, significa amar a Deus de Todo nosso Coração, ente, alma e força. Isto implica em que nenhuma inclinação má, nada de contrário ao amor, permaneça na alma; e que todos os pensamentos, palavras e ações sejam governados pelo puro amor (John Wesley, sermão 40, a perfeição cristã). Quanto mais nos tornamos solidárias e solidários às dores de outras pessoas, mais nos assemelhamos ao Pai, mais compromisso com a justiça demonstramos.

 

CONCLUSÃO

Uma pergunta nos resta: por que se comprometer trabalhar e sofrer para o cumprimento da justiça? Porque essa é a vontade de Jesus Cristo! E nesse movimento de buscar a justiça acende em nós a esperança eterna de um novo céu e uma nova terra que habita a justiça. “Nós, porém segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” (2 Pedro 3.13), ou seja, a completa implantação do Reino de Deus Assim, essa espera não é aquela onde se cruza os braços, mas sim  aquela que nos motiva a trabalhar, a espalhar a Boa Nova de Cristo com confiança de que Ele suprirá todas as nossas necessidades “Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).

  PARA CONVERSAR

Quais as principais barreiras para o exercício da justiça nos dias de hoje? Como superá-las?

 LEIA DURANTE A SEMANA

::Domingo: Mateus 5.1-11

::Segunda-Feira: Mateus 6.1-6

::Terça –Feira: Mateus 6.9-15

::Quarta- Feira: Mateus 7.17-23

::Quinta -Feira: Mateus 5.13-16

::Sexta – Feira: Mateus 5.18-26

::Sábado:  Mateus 5.29-30

 


REVISTA EM MARCHA 2016 – SEGUNDO SEMESTRE

Estudo 3

OS BLOCOS LITERÁRIOS DO NOVO TESTAMENTO

 Texto bíblico: 1 Coríntios 1, Mateus 1 e 2 e Apocalipse 1

A apresentação do Novo Testamento, com suas divisões seus livro e as principais abordagens é o tema desse estudo e para tanto, antes de mais nada, é preciso ler todos os textos bíblicos em destaque (1 Coríntios 1), Mateus 1 e 2) e Apocalipse 1)

 O que há de diferente nestes textos, além é claro, do assunto? Como cada texto bíblico foi iniciado? Todos têm a mesma estrutura? Todos têm a mesma proposta? Para percebermos as diferenças e consequentemente as ênfases dos textos bíblicos, estudaremos sobra os gêneros literários do Novo Testamento.

 A Bíblia não foi escrita em ordem cronológica, mas sim organizada em blocos literários. Há o bloco dos Evangelhos, das Cartas e o apocalipse.

Assim o texto bíblico foi organizado de uma forma diferente. Em que isso me ajuda? Você pode se perguntar. A resposta é: para que possamos perceber melhor os ensinamentos contidos na Bíblia! Vejamos.

 FUNDAMENTO BÍBLICO

Nos textos propostos para o estudo de hoje, lemos o Evangelho de Mateus, a carta de 1 Coríntios e o Apocalipse de João. Nenhum dos textos indicados começam da mesma forma. Perceba que a organização do texto também é diferente. O Evangelho de Mateus inicia falando sobre Jesus, sua genealogia e nascimento. A Carta de 1 Coríntios, após dizer a quem a carta está direcionada, Paulo (seu autor) dá ação de Graças e começa a falar dos problemas da comunidade.  O apocalipse de João inicia dizendo de onde veio a mensagem que será dada a quem é dedicado e descreve uma visão.

 Os três livros iniciam de maneira diferentes e tem objetivos diferentes. É interessante pontuar que quando lemos o Evangelho de Mateus estamos em uma comunidade judaico –cristã helenista (pessoas de origem grega convertidas ao Cristianismo) e quando lemos o Apocalipse de João estamos no âmbito do culto. Assim, estamos em locais/regiões diferentes, com públicos diferentes.

 Se estou em locais diferente e com públicos diferentes, a minha comunicação também precisa ser desenvolvida de maneira que as pessoas que me ouvem possam entender! Isso é muito importante!

 Observe o mapa abaixo:

Evangelho:

 

   Definição de Evangelho: a boa notícia de que o Imperador venceu uma guerra (no Período Romano) e fez a paz mediante a derrota dos adversários.

 Quando Marcos (primeiro evangelho escrito) se utiliza desse gênero, ele esta enfrentando Cesar. Seria como dizer que Marcos, ao declarar Jesus como o Senhor (kyrios) e não a César, resignifica o gênero, isto é, a Boa noticia é vinda do Senhor Jesus Cristo e a sua vitória frente aos seus adversários.

 Esse gênero dá tão certo, que Mateus, Lucas e João seguem o exemplo de Marcos.

 CARTAS:

As cartas no Novo Testamento seguem a estrutura das cartas do mundo greco–romano.

 

1-      Saudação: identificando remetente e destinatário;

2-      Ação de Graças;

3-      Corpo da Carta;

4-      Despedida.

 

As cartas representam a forma helênica de se enfrentar as dificuldades: pensando diretamente sobre elas. Dessa forma, as cartas representam o jeito mediterrâneo de resolver os dilemas da fé:refletido e se posicionando sobre eles.

 

Essa forma de comunicação, já conhecida, dá tão certo que outros como João, Pedro, Tiago e Judas, seguem o que o apóstolo Paulo fez, isto é, organizam seus escritos da mesma forma, com o mesmo gênero literário.

 

Apocalipse:

Esse gênero literário surge em meio a pressões e conflitos vividos no mundo de dominação helênica. Pra tanto, ele é organizado de forma a que se possa olhar para o passado e relembrar a esperança futura, para que a comunidade resista às tentações do momento presente sem trair a fé.

 O gênero do apocalipse não tem a intensão de sinalizar eventos futuros, mas trate a esperança para aqueles e aquelas que estão passando momentos difíceis e precisam permanecer firmes em Cristo.

 PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

Ao lermos o Novo testamento utilizando o gênero literário como porta de entrada, poderemos observar o seguinte:

 1.      Esse olhar para a realidade daquele tempo, nos ajudará a trazermos à memória a ação de

Deus no passado, a fim de que no presente, isto é no nosso dia a dia, tenhamos a certeza de que Deus é conosco e sempre será. Como foi no passado, é hoje e o será no futuro – os Evangelhos nos auxiliarão;

2.      Ao precisarmos lidar, de forma objetiva com um problema, e como nos posicionar com relação a ele – as Cartas nos auxiliarão.

3.      Quando precisarmos alimentar nossa esperança em meio à tantas dificuldades e pressões sofridas no dia a dia – o apocalipse também nos auxiliará.

 CONCLUSÃO

Podemos ler o texto bíblico de várias formas, isto é, podemos “entrar nesse mundo” de várias formas . O que estamos propondo aqui é que você entre “nesse mundo do Novo Testamento” pela porta dos Gêneros Literários Assim, cada gênero lhe conduzirá a um objetivo especifico, você ira compreender melhor o texto e, consequentemente, os ensinos e direcionamentos ali apresentados.

 Convidamos a relerem os libro do Novo Testamento, utilizando essa “porta de entrada”. Tenho certeza de que vocês irão se surpreender!

  PARA CONVERSAR

De que maneira a Palavra de Deus tem ajudado no seu dia a dia?

  LEIA DURANTE A SEMANA

::Domingo: 1 Coríntios 1

::Segunda-Feira: Mateus 1

::Terça –Feira: Mateus 2

::Quarta- Feira: Apocalipse 1

::Quinta -Feira: Salmo 119.18

::Sexta – Feira: Salmo 119130

::Sábado:  Provérbios 3.13

 


REVISTA EM MARCHA 2016 – SEGUNDO SEMESTRE

Estudo 2

QUEM É JESUS?

 Texto bíblico: João 1.35-51

O texto de João 1.35-51 se refere ao início do ministério de Jesus e o encontro com seus primeiros discípulos. Chama-nos a atenção o fato de que cada um deles usava um título diferente.

 Para referir-se a Jesus: “Cordeiro de Deus” (João 1.35); “Mestre” (João 1.38); “Messias (João 1.41); “Profeta” (João 1.45); “Rei de Israel” (João 1.49).

 Estes títulos com Jesus nesta passagem revelam, por um lado, a alegria de quem reconhece nele o cumprimento da promessa de Deus e a resposta às suas esperanças e anseios e, por outro, a vontade de partilhar essa alegria com os amigos. É assim que um vai anunciando ao outro, até chegar em Natanael, personagem de destaque no texto. Natanael conhece Jesus través do testemunho e convite de Felipe.

 Primeiramente, ele revela seus preconceitos e visão limitada a respeito da manifestação de Deus:”...Pode alguma coisa boa vir de Nazaré”...?  (João 1.46). Embora Natanael fosse um bom israelita, certamente conhecedor das Escrituras e da tradição de seu povo, não entendia certas coisas espirituais. Ele era um homem crente e bom! Jesus mesmo atestou isso: “...Eis aqui um verdadeiro israelita em quem não há dolo! (João 1.7). Mas, isso não é o bastante. Há um conhecimento que não está nos textos e na tradição. A este tipo de conhecimento a que Felipe o convida: “Vem e vê!” (João 1.46b).

 A imagem da figueira é importante no texto: era um lugar de meditação onde os rabinos costumavam ir à procura de tranquilidade para o estudo das Escrituras. Natanael, portanto, é um homem à procura de respostas, e ele as encontrou em Jesus, depois de vencer a resistência (João 1.49).

 No texto, Jesus faz uma referência ao sonho de Jacó (João 1.51), no qual ele via uma escada que ligava a terra ao céu, por onde anjos subiam e desciam, e ouvia a voz de Deus prometendo-lhe cuidado e direção. Em reação ao que vê Jacó diz: “O Senhor está neste lugar e eu não sabia!" (Genesis 28.13). Esta citação bíblica aponta para , pelo menos , duas coisas importantes: primeiro, a limitação humana ou os limites de nossa capacidade de saber e ver – Deus está ali e não é percebido; segundo, o fato de que sempre haverá mais o que conhecer e experimentar.

 A revelação é iniciativa de Deus. É ele quem vem ao encontro de seus discípulos e discípulas, como foi ao encontro de Jacó dando-se a conhecer. O povo alimenta muitas expectativas e esperanças, resultado da incompletude de sua existência que só encontra sentido em Deus. Ele é a resposta a todos esses anseios e ainda mais.

 PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

Quando olhamos para a Bíblia, a exemplo dos discípulos do texto temos as nossas compreensões prévias, expectativas e anseios e muitas perguntas. Jesus respondera a elas e nos ensinara muito mais. Assim como os discípulos, também chamamos Jesus por vários nomes e títulos que refletem um pouco o que pensamos e o que esperamos e o esperamos dele. Mas, Jesus é muito mais do que nossa mente é capaz de pensar e nossas palavras de dizer. Pra saber mais sobe Ele, algumas ações são necessárias;

É preciso ir sempre ao encontro de Jesus: conhecer Jesus, muito mais do que uma experiência da razão, ainda que ela seja importante, é uma experiência existencial. Passa, necessariamente, pelo encontro. O convite para estudar a Palavra é, também, um convite para um encontro com Jesus “Vem e vê!”.

 Este encontro se limita a um momento. A experiência com Jesus é duradoura. Quando os discípulos perguntam a Ele: “onde assistes?” (João 1.38), revelam o desejo de um encontro mais duradouro e Jesus responde levando-os à sua casa (João 1.39). É um convite à intimidade! Convivendo com Ele, saberão quem Ele é. É o mesmo convite feito a nós.

 É preciso anunciar que todas as pessoas podem ter esse encontro com o Senhor: outro destaque a fazer e que somos convidados e convidadas não apenas para conhecer, mas  para anunciar Jesus. A alegria de encontrar Jesus não pode ser contida. Ela se transforma em anúncio. No texto, cada pessoa que se encontra com Jesus anuncia a outra pessoa, chamando a atenção não para si mesmo, mas para Ele! Pode-se ver a importância do testemunho pessoal dirigido às pessoas amigas e familiares Testemunho que deve ser estendido a todas as pessoas que pudermos.

 Encontramos muitas pessoas como Natanael, resistentes a crer por causa de suas ideias e preconceitos. O que vence a incredulidade e faz romper com os preconceitos e equívoco é o próprio Jesus. Não é nosso o poder de convencimento e persuasão! Nossa tarefa então, é simples e muito importante: convidar – “Vem e vê!”. Somente a própria experiência com Jesus pode mudar a vida.

 O conhecimento de Jesus é um processo. Não se pode conhece-lo apenas de ouvir falar! É preciso “Ver”, “seguir”, “conviver”. Uma expressão muito importante no exto é “Vem é vê!” Há certa alternância no texto entre expressões de fé e dúvidas. Essas dúvidas se resolvem com a experiência por si mesmo. O testemunho pessoas é importante, mas sempre culminará neste convite: venha, veja por você mesmo.

 CONCLUSÃO

Estudar a Bíblia é um meio de graça indispensável para o crescimento espiritual e o desenvolvimento da santificação. Deve ser estudada com devoção, reverência e humildade. Desta forma, não a conheceremos como conhecemos qualquer outro livro: poderemos ter um encontro com o próprio Jesus que se revela anos em sua Palavra. Esse conhecimento  necessariamente, nos levará ao testemunho.

 Jesus demonstra conhecer muito bem todas as pessoas que dele se aproximam pela primeira vez: seus nomes, suas histórias de vida, suas esperanças e anseios. Ele não se limita apenas a conhecer estes fatos mas a cada vida dará uma nova direção novas perspectivas. É preciso anunciar a todos quantos pudermos que Jesus é a resposta à suas expectativas de salvação; que Ele conhece suas vidas e suas histórias, suas esperanças, anseios e que pode dar novo significado a elas.

  PARA CONVERSAR

Traga à memória o primeiro encontro que você teve com Jesus do qual você se lembra: como aconteceu? Alguém apresentou Jesus a você?

Você já  viveu a experiência de convidar alguém para conhecer a Cristo? Como foi?

 LEIA DURANTE A SEMANA

::Domingo: João 1.35-51

::Segunda-Feira: Isaias 49.1-11

::Terça –Feira: Mateus 20.29-34

::Quarta- Feira: Genesis 28.10-22

::Quinta -Feira: Isaias 53

::Sexta – Feira: João 1.19-28

::Sábado:  João 1.19-28

 

REVISTA EM MARCHA 2016 – SEGUNDO SEMESTRE

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS – NOVO TESTAMENTO

Estudo 1

SOB A TUA PALAVRA LANÇAREI AS REDES

 Texto bíblico: João 21.1-14

Nossos estudos nesta revista estão centrados nos ensinamentos de Jesus, expostos no evangelho e na trajetória missionária das primeiras comunidades cristãs. Vamos nos aprofundar no Novo Testamento, as para além do conhecimento bíblico que esses estudos proporcionarão, nosso intento é que cada participante da Escola Dominical perceba a necessidade de caminhar sob a Palavra de Jesus e aceite os desafios que essa Palavra nos apresenta. A nossa caminhada missionária requer conhecimento bíblico, reconhecimento das nossas limitações, fortalecimento espiritual e completa dependência da Graça divina. Submeter-se à Palavra de Deus requer humildade e, muitas vezes, mudança de posição. Você está disponível?

 Fundamento Bíblico

O capitulo 21 de João é um relato específico desse Evangelho. Ele relata a terceira aparição de Jesus após a ressurreição (João 21.14) Quem são os personagens desse texto? Sete de seus discípulos, dentre sos quais cita-se: Simão Pedro, Natanael, Tomé, Tiago e João (filhos de Zebedeu)

 Esse relato é semelhante ao que está em Lucas 5.1-11 quando Jesus chama os primeiro discípulos e os desafia para um novo tempo. Aquelas pessoas que tinham uma experiência profissional na arte de pescar, conheciam o clima, as surpresas do mar, bem como as melhores posições para uma boa pescaria, tiveram uma noite de insucesso, ou seja não conseguiram os peixes desejados. É necessário que Jesus as chamou para uma nova experiência de vida. A chamada de Jesus é revolucionária com impactantes mudanças para toda a vida: “Não temas; doravante serás pescador de pessoas” (Lucas 5. 10b)

 Experiência semelhante aconteceu após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, quando Ele apareceu no Mar de Tiberíades, outro nome dado ao mar da Galileia. Os discípulos estavam sem direção após a morte de Cristo e resolveram retornar às suas atividades de pescaria. Passaram a noite toda tentando pegar algo, mas nada conseguiram (João 21.3) e foi num cenário de fome e frustação relacional, emocional e espiritual, depois de uma noite infrutífera de pescaria que Jesus, com o amanhecer, apareceu aos discípulos e solicitou algo para comer: “perguntou-lhe Jesus: filhos tendes aí alguma coisa de comer? Responderam-lhe: não” (v-5)

 A luz da resposta de desespero dos discípulos, uma nova ordem é dada por Jesus: “então, lhes disse: lançai a rede à direita. Assim, fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes” (v.6). Diante da experiência, o discípulo amado exclama: “É o Senhor!” (v.7).  Só Jesus, com sua Graça para transformar uma situação como essa. A tradição bíblica aponta João como o discípulo amado e a pesquisa bíblica destaca que no relato, os fatos de João ser o primeiro a reconhecer o Senhor e de Pedro confiar no anúncio do discípulo, colaboravam para a credibilidade do Evangelho de João diante da comunidade cristã primitiva. Pedro se vestiu (porque os pescadores enquanto pescavam, usavam apenas os trajes de baixo) e se lançou ao mar. Os demais seguiram no barco em direção à praia que estava cerca de 92 metros de distância.

 Na praia havia uma refeição preparada pelo Senhor (v.9). Que maravilha e poder contar com o Cristo que sacia a nossa fome e nossa frustração. Jesus também quis dar espaço nessa mesa ao fruto do trabalho dos discípulos e pediu que colocassem mais peixes (v.10).”vinde e comei...tomou o pão, e lhes deu e, de igual modo, o peixe” (v.12-13). Esses atos confirmaram completamente que se tratava do Senhor, aquele que inúmeras vezes na caminhada com os discípulos os servia, os alimentava. Assim, os cansados e entristecidos agora eram convidados a sentarem-se à mesa junto com o Cordeiro de Deus que os sacia completamente!

 O cenário foi alterado: antes, frustação, medo, pobreza para o corpo e para alma. Agora abundância partilha, vivência! Assim como na trajetória dos discípulos, a presença e a Palavra de Jesus mudam o cenário da nossa existência. Que experiência extraordinária junto à paia de Tiberíades!

  PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA

Assim como aconteceu em Lucas 5.5, sob a Palavra de Jesus os discípulos lançaram a rede, isto é, sob a orientação de Jesus, realizaram a missão. Esse é o nosso desafio: sob a Palavra, de acordo com ela, viver para a missão que Jesus nos chamou. Isso requer conhecimento bíblico e obediência aos ensinamentos. O que significa lançar as redes? Como devemos lançá-las?

 Lançar a rede significa estar na posição correta no projeto do Reio de Deus. Qual foi a Palavra de Jesus aos discípulos que estavam sem perspectiva e frustrados depois de uma longa noite de trabalho? A ordem de Jesus foi enfática: mudem de posição. Vocês estão na posição incorreta! Posição aqui não é status, privilégios ou cargos. Do mesmo modo, não é uma estratégia mas uma consequência da obediência e da submissão à vontade de Deus. Estar na posição correta significa dar prioridade à Palavra de Jesus.

 Na “praia da vida” existem muitas motivações, vitrines, seduções. Os apelos ao individualismo, “estrelismo”, consumismo etc. estão presentes e colocam-nos em posições inadequadas, ou melhor, contrarias ao chamado de Jesus que requer renuncia,  assumir a cruz e viver a vida que Ele viveu e ensinou. No projeto do Reino aprendemos a viver com singeleza de coração e na dependência de Deus.

 Lançar a rede implica estar na posição da Graça de Deus. Nesse episódio há um detalhe muito interessante eu, às vezes, não percebemos. Esse pormenor está no convite de Jesus pra a partilha, em comunhão e, com certeza, um convite concreto: alimento que é símbolo da Graça de Deus. Podemos trazer à memória a formidável colocação profética: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde as águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Isaías 55.1). A posição da Igreja, da discípula e do discípulo é a posição sob a Graça de Deus. O evangelho de Jesus Cristo é o Evangelho da Graça. A salvação e justificação se dão pela Graça divina (Efésios 2.8-10).

 Para experimenta e vivenciar  Graça é preciso mudar de posição especialmente numa sociedade encolhida, mesquinha e excludente. No projeto de Deus todas as pessoas são convidadas para participar da festa do Reino. As pessoas são acolhidas pela misericórdia do Bom Pastor, Jesus Cristo!

 Lançar a rede implica estar na solidária posição de servas e servos. A posição correta é lançar a rede sob a Palavra de Deus. Nessa direção, o caminho é a obediência que deságua no serviço, por isso, nossa posição no projeto do Reino é de servas e servos. A posição de serviço e mais do que um discurso bem elaborado. Solidariedade é quando saímos de nós mesmo e vamos ao encontro da outra pessoa. Servir é o paradigma do Evangelho. Nossas igrejas, a semelhança de Jesus Cristo que veio para servir, precisam ser espaços de serviço, portas abertas para o acolhimento e para o ensinamento verdadeiro da Palavra de Deus. Nossa posição no projeto de Jesus cristo não é de privilégios, mas de servir e servir sempre!

 Precisamos mudar de posição! Alargar a nossa experiência de vida cristã e olhar a vida com os olhos do Evangelho (Mateus 4.23-24). Para isso é preciso conhece-lo, estuda-lo incessantemente.

 CONCLUSÃO

Sob a orientação de Jesus os discípulos mudaram de posição. Ao mudar de posição, tiveram êxito na sua missão e reconheceram o Senhor ressurreto, por isso foram ao seu encontro e carinhosamente o Senhor os acolheu com uma mesa farta. Tudo começou quando ouviram e acataram a Palavra do Senhor.

 Em que posição estamos vivendo? Precisamos mudar de posição? Desejamos isso? Pode ser que Pedro, pelo seu profissionalismo na área da pesca, achasse que estava na posição correta. De qualquer forma, Jesus incomodou os discípulos alertando-os: mudem de posição, vocês estão na posição incorreta. Os estudos dessa revista são oportunidades para que, diante da Palavra do Senhor, assumamos a posição desejada por Ele.

 Sejamos sensíveis a voz do Espírito Santo. Ele guia a nossa vida, a Igreja e o mundo.

 PARA CONVERSAR

Que desafios incômodos a Palavra de Deus já apresentou para você?

Quais são as dificuldade que aparecem diante da exigência de uma nova posição no projeto de construção e proclamação do Reino de Deus? Como superá-las?

 

LEIA DURANTE A SEMANA

::Domingo: João 21.1-14

::Segunda-Feira: Mateus 4.23-24

::Terça –Feira: Efésios 2.8-10

::Quarta- Feira: Isaías 55.1

::Quinta -Feira: Romanos 12.11

::Sexta – Feira: Romanos 8.14

::Sábado:  Provérbios 16.1-3



REVISTA EM MARCHA – Segundo Semestre 

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS – Novo Testamento

Um pouco mais sobre o Novo Testamento

O Cânon

Em fins do século I, as Sagradas escrituras da Igreja Primitiva eram apenas o antigo Testamento, isto é, a Lei, os Profetas e os Escritos. Nessa mesma época já circulavam livros eu começavam a se considerados também como Escrituras.

A palavra cânon é originária do grego e seu sentido primitivo quer dizer “cânon”, “varinha” o “barra”. Era qualquer coisa usada para medir, isto é , um padrão Literalmente, a palavra “cânon” designa as obras que foram realmente escritas  por u determinado autor

A formação de um cânon de escritos religiosos, relacionados com a obra de Cristo, exigia que fossem demarcados dos princípios fundamentais da fé e da conduta cristãs. A diferença que aqui é que não se trata das oba de um só autor mas de vários autores a tratar de um mesmo assunto central.

A decisão a respeito dos livros a serem considerados normativos, isto é, autoridade para a Igreja Cristã, não foi arbitrária, feita por uma só pessoa ou grupo local. Foi o resultado de uma tomada de posição a partir de algumas diretrizes que ajudaram a reconhecer o cânon. Ninguém nenhum grupo, nenhum concilio da Igreja determinou o que era ou não inspirado. A Igreja simplesmente reconheceu o valor já existente em escritos que podiam ser considerados como escrituras.

As Escrituras

Em segunda Timóteo 3.16, encontramos o principio geral para designar o que seja Escritura: “Toda a Escritura é inspirada por Deus...”  isto é, a Escritura tem de ser inspirada, Porém, como saber se um livro é inspirado?

Em primeiro lugar, examinando o seu conteúdo Embora os autores sejam vários e as ocasiões do surgimento dos escritos diversas, uma pessoa e sua obra estão sempre presentes: Jesus Cristo, eis o assunto central Os evangelhos são biografias, por assim dizer pois narram os fatos particulares das varias fases da vida do Senhor Jesus; o Livro de Atos conta o efeito histórico de  uma pessoa as epistolas se relacionam com os ensinos teológicos e decorrência práticas de sua pessoa e obra; o apocalipse prefigura a sua vitória final. Todos estes escritos apresentam a Jesus como sendo muito mais do que o Salvador. Para outras pessoas , Jesus não era nada disso (1 coríntios 1.23)


Em segundo lugar, a inspiração pode ser constatada pelos efeitos éticos e espirituais que produziram tais escritos na vida de seus leitores e leitoras e comunidades cristãs. Há livros que atingem o pensamento das pessoas e as influenciam grandemente. Os Livros sagrados, porém, transformaram vidas. Este poder é eficaz testemunho de sua inspiração divina.


 Outros critérios


Saber se um livro é inspirado ou não, não foi o único critério adotado para se concluir se um livro podia ou não ser considerado com Escritura. Não houve, de inicio, uma reunião geral das pessoas cristãs para se debater como haveriam de ser escolhidos os livros para o ovo Testamento. Entretanto uma vez em circulação os primeiros escritos cristãos, as igrejas automaticamente  passaram a usá-los uns mais que os outros, considerando certos elementos importantes a seu respeito.


Primeiramente os escritos autorizados deveriam partir da pena de um dos apóstolos ou de pessoas que tivessem tido contato com eles. Por outro lado, os ensinos aceitos eram os eu se mantinham dentro das doutrinas geralmente aceitas. Nem sempre era possível determinar se um escrito procedia de um apostolo, mas era possível confrontá-lo com os ensinos apostólicos (conhecidos oralmente e em alguns ensinos já aceitos).


Os evangelhos  por exemplo, para serem aceitos, deveriam manter o padrão apostólico com referencia à encarnação de Cristo, deveriam ser evangelho no sentido pleno, e não somente uma coleção de ditos e milagres, como muitos que surgiram naquela época e foram rejeitados pela Igreja.


 


Outro critério para se estabelecer se um escrito podia se considerado como Escritura era a sua objetividade, isto é, a sua capacidade de mostra que estava tratando com um assunto concreto, real, e não de ficção ou lenda.


Duas foram as preocupações centrais que serviram de base para a seleção dos livros: a necessidade missionária, ou seja, a propagação da fé em Cristo; e a necessidade apologética, isto é, a defesa da fé cristã contra as heresias e os ataques baseados em falsos fundamentos.


 CONCLUSÃO


Podemos ter certeza de que o Espírito Santo foi quem orientou a Igreja no processo de seleção  que ela empreendeu para escolher os livros que formaram o Novo Testamento e rejeitar aqueles que pretendiam ser também canônicos mas não preenchiam as condições de um livro realmente inspirado, procedente de um apostolo  fiel às doutrinas cristãs e capaz de comunicar a verdade com firmeza a todas as pessoas que a lessem. Graças a Deus por isso.


Obs.: Veja alguns vídeos sobre o Novo testamento no canal da Educação Cristã.

Acesse Youtube.com/educaçãocristametodista

 REVISTA EM MARCHA  2016 -SEGUNDO SEMESTRE  - 

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS


PALAVRA DA REDAÇÃO

Novo Testamento

Irmão e Irmãs, graça e paz!

É com carinho, dedicação e oração que entregamos a você esta edição da Revista em  Em  Marcha, que tem como tema estudos baseados nos livros do Novo Testamento. Temos a certeza que você será, mais uma vez, ricamente abençoado/a por Deus.

O profeta Oséias conclama o povo de Deus a conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor (Oséias 6.3) e isso se aplica a nós. É para esse intento que a Escola Dominical e as suas revistas se direcionam. Queremos seguir conhecendo, obedecendo e servindo ao nosso Deus.

Prosseguir no conhecimento do Senhor é avançar no Antigo Testamento para o Novo Testamento. Esse é o tema dessa revista, de Mateus ao Apocalipse apresentamos a história de Jesus da Igreja e de seus sevos e servas. Obviamente que não conseguimos esgotar o assunto de cada livro, mais o conhecimento da Bíblia não pode se dar apenas a Escola Dominical. Essas lições querem colaborar com a sua experiência com o texto bíblico, mas é preciso buscar cada vez mais conhecimento.

Desejamos que esses estudos alimentem em cada leitor e leitora o prazer em conhecer, entender e meditar na Palavra do Senhor. Oramos para que essas lições colaborem na cotidiana e necessária transformação das nossas vidas.

Bons estudos .

Deus nos abençoe!

No amor de Cristo.

 Pastora Roseli Oliveira, Redatora.

 

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